sexta-feira

Balangandan Café no Museu Carlos Costa Pinto

Da segunda vez que fui à exposição "O Mundo de Osmundo", terminamos a visita no Balandangan Café, no terraço silencioso atrás do Museu. Dá para ouvir o canto de pássaros e ficar à sombra de uma centenária e frondosa mangueira. Era a tarde do dia 29 de dezembro, um dia antes da viagem das férias, levei meu marido a tiracolo, depois de uma tarde de compromissos burocráticos.


No cardápio do Café, tem a explicação do que é a palavra "balangandan", que é de origem onomatopéica, por reproduzir os sons dos objetos. Os balangandans, provavelmente, surgiram na Bahia. Suas peças são reunidas por um simbolismo comum e nasceram da necessidade das crioulas e negras se protegerem com amuletos, o que é usual ainda hoje.

http://www.anpap.org.br/boletins/2009/images/boletim2/figura_4.jpg

O formato do cardápio muito nos agradou. Dividia-se da seguinte forma:

1. Do Café
2. Do Chá
3. Da Bebida
4. Do Sal
5. Do Açúcar

Entre os vários chás, de frutas e flores, de maçã com canela, de morango, espumante de mate gelado, decidi pelo de laranja com especiarias. Não me arrependi. Servido em lindo bule e xícara de porcelana, inebriou nossa tarde com um aroma maravilhoso. Completei o chá da tarde com uma torta quente (muito quente) de amêndoas e pêra, essa delicadamente cortada em finas tiras, com sorvete de creme (muito gelado) e calda de café. Um dos melhores doces da minha vida, simplesmente.




L. escolheu um espresso - escrito expresso no cardápio - e bolo de queijo e goiabada cascão. Provei e também estava maravilhoso.As duas palavras estão corretas, mas como nosso país admite estrangeirismos na língua, um verdadeiro espresso é com "s". Especialmente, se a cafeteira for italiana.


O lugar é delicioso e há uma infinidade de delícias a serem contemplatadas e algumas degustadas.

A Veja também indica.

http://www.museucostapinto.com.br/balangandan_cafe.asp
Endereço: Avenida Sete de Setembro, 2490, Vitória - Salvador - Bahia - Brasil
Cep: 40080-001 / Tel: (71) 3336.6081 | Fax (71) 3336.2702
 
O Museu funciona de segunda-feira a sábado, das 14:30h às 19:00h, exceto terça-feira,
quando fecha ao público para manutenção e trabalhos técnicos.

Matinée no Museu Carlos Costa Pinto

19/01 - Tarde Demais para Esquecer
Elenco: Cary Grant, Deborah Kerr, Ricahrd Denning
Diretor: Leo McCarey
Gênero: Romance | Duração: 119 min. | Ano: 1957 | Origem: EUA
Você poderá ganhar este filme no sorteio!!!

26/01 - Fonte dos Desejos ... vencedor de 2 Oscars
Elenco: Clifton Webb, Dorothy McGuire, Jean Peters
Diretor: Jean Negulesco
Gênero: Romance | Duração: 102 min. | Ano: 1954 | Origem: EUA

Ingresso: R$ 5,00 (preço único) | Local: Auditório do Museu

Agenda Cultural Virtual

Não sabia. Adorei a novidade. Temos a Agenda Cultural no seguinte endereço:

http://www.agendacultural.ba.gov.br/

A Agenda Cultural está aberta para divulgar eventos ou trabalhos artísticos. Envie o seu material.
Contato: agendaculturalbahia@gmail.com ou telefax 71 3116 6783

Janeiro – 2012 -
Na primeira edição de 2012, a Agenda Cultural não podia deixar de falar do Verão: a Bahia se colore, as festas populares atraem multidões e os ensaios de bandas de música de carnaval se multiplicam. É esta estação que também inspira os trabalhos publicados nos espaços de Intervalo.
No mesmo clima de Verão, está o Cine-Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas, que realiza o projeto Verão no SOLAR, com 40 dias de programação diversificada. Outro destaque da temporada é o Amostrão Vila Verão, que completa 10 anos na iniciativa de fazer uma retrospectiva do que melhor passou pelo palco do Teatro Vila Velha no ano anterior.
Bel Borba inaugura a exposição Aqui, Tem 7 Elementos no Palacete das Artes, cujo destaque é uma peça feita com destroços da Fonte Nova. O Balé Folclórico da Bahia leva Herança Sagrada ao palco do TCA, depois de ter rodado o mundo com a montagem.
A região do Rio São Francisco recebe o Festival Nacional de Curtas Metragens do Vale do São Francisco, em cidades da divisa entre Bahia e Pernambuco. É também esta área geográfica que se torna foco do novo edital do programa Mais Cultura, do MinC: o Microprojetos Rio São Francisco.
Em Manifestações da Cultura Popular, conheça a Barca de Cairu, confraternização que reúne crianças e adultos em torno de uma embarcação. Já na seção Mestres da Cultura, uma homenagem a Jorge Galdino e à sua literatura.

Oficina de Férias no Museu Carlos Costa Pinto


 Museu Carlos Costa Pinto é uma instituição cultural particular, mantida através de convênio com o Governo do Estado da Bahia. Foi inaugurado em 05 de novembro de 1969. O acervo foi doado pela viúva Margarida de Carvalho Costa Pinto, para a concretização do sonho de seu marido. Criado para "conservar aspectos da antiga residência de Carlos Costa Pinto com objetos de arte colecionados por ele no século XX", tem cada vez mais consolidado e expandido a sua função como casa de cultura, tornando-se ponto obrigatório de visitação. O acervo de arte decorativa do Museu é de coleção fechada, apresentando 3.175 peças divididas em 12 coleções: Cristal, Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário, Ordens Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria. São exemplares de várias partes do mundo, dos séculos XVII ao XX, que retratam o estilo de vida da sociedade baiana colonial, imperial e republicana.

O Mundo de Osmundo

Fui duas vezes. Posso ir outras mais, e mesmo assim ficarei com a certeza de que não observei cada detalhe. "O Mundo de Osmundo" é dele e de mais ninguém. Um mundo maravilhoso, indescritível.

Depois postarei uma resenha sobre minha visita.

Onde? no Museu Carlos Costa Pinto, localizado na Avenida Sete de Setembro, 2490 - Corredor da Vitória - Salvador - Bahia - http://www.museucostapinto.com.br/ - telefone: 3336-6081.
Período de Visitação: 02 de dezembro de 2011 a 27 de fevereiro de 2012 - diariamente das 14h30 às 19h, exceto terças, domingos e feriados.

quinta-feira

Bel Borba no Palacete das Artes

Bel Borba está com exposições no Palacete das Artes. É imperdível.

Esse artista baiano nos mostra esculturas, instalações, vídeos, pinturas e tapeçarias,e nos faz refletir sobre as múltiplas e diferenciadas manifestações estéticas que estão espalhadas pela cidade de Salvador, e levam sua assinatura inconfundível. Se não fosse Bel Borba o cenário visual de nossa cidade (hoje, entregue às baratas tontas de nossa triste administração pública) poderia ser bem pior.



Nessas fotografias sobre intervenções artísticas de Bel Borba na cidade de Salvador, conseguimos detalhar 25 obras: a sereia, esculturas da água grande, iemanjá, o anjo, mosaico da escola cupertino lacerda em amaralina, casa de vinicius de moraes em itapuã, uma típica sala de estar de meados do século XX em piatã, mural e escultura em aço no centro de convenções, o cachorro no rio vermelho, mosaicos do Hospital Aliança, gradil da casa branca na Vasco da Gama, Gantois na Garibaldi, The big man e os pássaros na avenida contorno (a minha predileta), mosaicos no morro da sereia no rio vermelho, círculo com mosaico na avenida ademar de barros em Ondina, pintura em avião no aeroporto,o prédio vermelho, mosaico de bolas em itapuã, túnel de acesso à Camaçari, pássaros coloridos no retiro, dinossauro em ondina, o rinoceronte no Pelourinho, peixes coloridos no corredor da vitória, D. Quixote e o Dragão no Teatro Vila Velha, escultura de carne na feira de são joaquim.

Ele deixou sua marca. Não há dúvida alguma disso. Bel Borba é o artista plástico mais conhecido da e na cidade de Salvador. Sua obra é um presente para a "Cidade da Bahia", especialmente porque nossas ruas  estão, à cada dia, sendo degradadas de modo intenso, seja pelo congestionamento nosso de cada dia, seja pela falta de planejamento urbano, seja pelo abandono e descaso público.

O fato é que a exposição "Aqui, em sete elementos" apresenta os últimos trabalhos de Bel Borba, baseados na transmutação e no aproveitamento de materiais diversos e em processos de intervenção  performáticos. No mundo desse artista não há limites sobre os elementos e matérias-primas dos quais pode tirar inspiração. Tudo em suas mãos se transforma. Tem traço inovador e demonstra alto grau de liberdade na criação. Fiquei maravilhada com o que ele foi capaz de criar com fragmentos da demolição do Estádio Fonte Nova.



Ele diz: "os fragmentos da implosão do nosso estádio (...), a vibração da plateia deve ter impregnado cada molécula daquele concreto, a matéria tem memória". E tem mesmo. É de emocionar, especialmente quando lembramos da tragédia que manchou de sangue de torcedores, numa tarde de domingo de 2007,  o concreto da fonte nova. A Fonte Nova  foi demolida porque foi mal cuidada.  Não sei do resultado das ações de responsabilidade civil. Quem responde pela vida dos que morreram assisitindo uma partida de futebol?


Bel Borba conseguiu fazer arte dos escombros. É imensa a capacidade que a vida tem de se renovar e é incrível o poder transformador da arte e do artista.

O Diretor do Palacete das Artes Rodin, Murilo Ribeiro; Burt Sun, Curador da Exposição; Antônio Albino Canelas Rubim, Secretário de Cultura do Estado da Bahia e Paulo Darzé deixaram registradas várias impressões sobre Bel Borba. Estão lá nas paredes da exposição e merecem ser lidas:





São 11 peças que compõem "Aqui, em sete elementos". São: Esperando por Josefine Baker, Fôlego, Madame Formiga, Motocicleta, La Cobra, Rocomóvel, Cérebro, Homens, Arraia, Beijo e Pai e Mãe. Destas duas últimas, minhas preferidas, fiz essas fotos:




Adoro exposição que deixa fotografar.

Além dos fragmentos da Fonte Nova transformados em arte, ainda encontramos a exposições: azulejo da vida, que o próprio artista define como "um store board da minha passagem, do nascimento para cá. Uma derrapada intimista? Talvez. Por que não? Nesta sequência de grafismos, pintada com tinta de porcelana, fiz um quadro a quadro da minha história de vida. Um intimismo que me deu a oportunidade de um jogo de imagens que reporta experiências e emoções existenciais". Cada azulejo pintado foi filmado e você pode conferir o resultado, que ficou incrível.

Há ainda "Tapetes Voadores", com as obras Keith Haring, Olhos duplos, Trantralini, Partida e chegada, Diva Musa; Gato sobre, gato desce; Nirvana azul; Quatro cabeças pensam mais do que uma. De que tratam? Os sinais estão sempre presente, basta observá-los atentamente. Bel Borba nos faz refletir sobre religião, espiritualidade, divino, paraíso. Bem interessante, especialmente porque estamos tão próximos da data de 21 de janeiro, que representa o dia mundial de combate à intolerância religiosa.


Ele faz homenagem à sua filha Bela. Um parêntese para o nome da filha do artista: Bela. Fiquei refletindo: Bela Borba. Nome muito apropriado. O próprio Bel fala da emoção que foi ser pai aos 54 anos de idade e registrou isso numa cena muito bem pintada.

A última sala que visitei me tomou de surpresa, um misto de incredulidade e de alegria, especialmente pela frase que acompanhava as fotos "a vida lhes levou os dentes e o sorriso lhe devolveu a alma". A importância dos nossos dentes para dentista nenhum botar defeito. Fiquei pensando como ele conseguiu essas fotos? O antes e o depois : banguela e com dentes. Que mudança na fisionomia de uma pessoa.


Foi uma tarde agradabilíssima. Muitos turistas por lá. Estava com uma água na mão e com um caderno para anotação em outra, e a câmera dentro da bolsa. Obviamente, que não deu tempo para ver tudo. Uma exposição, mil olhares. Especialmente, se estamos diante de uma grande exposição.

Em tempo, informo que saiu o filme sobre a Vida de Bel Borba. Não vi ainda.

Algumas informações técnicas: a exposição ficará até o dia 23 de março de 2012 no Palacete das Artes Rodin Bahia. O evento é gratuito. O Telefone de lá: 3117.6910.

As Promotoras de Justiça e o pretenso prefeito ímprobo.

A política na Bahia fede, em Salvador mais ainda. Nossas ruas, imundas de xixi e cocô, não nos deixam mentir.

A cidade está um caos. Cheguei por essas bandas em 2004, há quase 08 anos, portanto. A cidade era outra. O Pelourinho era outro. Nesse curto intervalo de tempo, posso dizer com toda certeza, que a cidade está acabada. Descuidada. Decrépita. Suja. Mal-conservada. E poderia listar inúmeros outros adjetivos.


Já ouviram falar de má administração pública? Querem um exemplo? João Henrique em Salvador. Não sou partidária, não tenho rabo preso a ninguém.  Apenas cidadã e observadora. Não tenho como não ver e não sentir esse desabandono público.

Algum soteropolitano, ou quem mora aqui, vai ao Pelourinho? Só se tiver algum problema com a SEFAZ, que esses dias está abarrotada por causa do IPTU e os outros tributos municipais, ou se for Vereador, já que a Câmara Municipal fica por aquelas imediações. O Pelourinho é cartão-postal dessa cidade. É patrimônio histórico da humanidade.

No final de semana, houve um movimento chamado "Desocupa Ondina", em protesto aos inúmeros camarotes que já estão sendo erguidos para o Carnaval, deixando a população pobre daqui sem oportunidade alguma de ver algum bloco passar. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu", é coisa do passado. Quem pode ir atrás do trio elétrico? Só há espaço para as cordas dos blocos e para os camarotes elitizados dos turistas, dos globais ou dos baianos endinheirados que chegam em seus helicópteros.

As promotoras Rita Tourinho, Cristina Seixas e Eliete Viana, no início de janeiro entraram com uma   Ação Civil Pública por improbidade administrativa contra 31 vereadores da capital baiana. Rita Tourinho, promotora de fibra, de quem sou admiradora , por sua luta, por sua forma de agir e não ficar calada e inerte diante desses abusos aos direitos dos cidadãos, em entrevista disse que os legisladores "afrontaram o princípio da harmonia dos poderes e a moralidade. Houve um desrespeito a uma decisão do Poder Judiciário. Essa manobra afrontou, ainda, o princípio da moralidade pública. Foi totalmente desrespeitosa. Pode ser até considerado um crime de desobediência."

O que de fato foi votado e dia 16/01/2012 sancionado por João Henrique?


O projeto do chamado PPDU da Copa, barrado na Justiça e incorporado ao Lous, promove um aumento no gabarito de altura dos novos hotéis na orla da cidade que pode ir de nove a até 54 metros, o equivalente a 18 andares, a depender da região. Também são criadas 10 áreas especiais de hotelaria onde o único limite para a altura dos prédios será a sombra que eles possam provocar na praia. Por exemplo, entre as praias da Barra à de Amaralina, incluindo o trecho conhecido por abrigar o desfile do Carnaval baiano, a sombra dos espigões pode incidir na areia até as 10h e logo após as 14h.  moralidade", disse Rita Tourinho em entrevista a Jornal local.



Questões como essas não são exploradas pela mídia. Quem está se importando com isso? Quem se importa com essa cidade? Quem se importa com os rios sendo aterrados? Com o engarrafamento da Vasco da Gama há meses? Quem se importa com a falta de metrô? Com a falta de transporte urbano? Com a situação do Centro Histórico? Com o carnaval para a elite? Salvador sediará a Copa, mil projetos foram prometidos. Estou cega, ou nada foi feito, a não ser a demolição da Fonte Nova e o andamento das novas instalações da Arena?


João Henrique sancionou a Lei de Ordenamento e Uso do Solo, desrepeitando ordem judicial. Essa sanção representa um desrespeito à harmonia dos três poderes. E o pior: desrespeito a todos nós. O que acontecerá? Fiquemos no aguardo. Desejo, de antemão, muita força para as promotoras que estão enfrentando esse embate. Espero que as melhoras e melhorias ocorram.

Entrem no site da Prefeitura de nossa São Salvador: www.salvador.ba.gov.br e vejam  matéria sobre revitalização do Pelourinho:


Revitalização
Em reunião realizada nesta quarta-feira (18), representantes da Prefeitura definiram novas estratégias para garantir a manutenção dos serviços já realizados no Centro Histórico de Salvador. O encontro, que ocorreu no escritório da Conder, no Pelourinho, contou com a participação de representantes da Limpurb, secretarias municipais da Reparação (Semur) e Obras Públicas (Sucop) e Polícia Militar.

Na ocasião, ficou decidido o reforço na fiscalização dos bloqueios, que limitam a circulação de veículos pelas ruas do Pelourinho; a proibição de estacionamento em diversos pontos, além de ações emergenciais de tapa-buraco, obra de pavimentação, mutirão de limpeza e intensificação da fiscalização do comércio, de modo a evitar os abusos daqueles que não respeitam os horários da coleta de lixo.

As estratégias fazem parte do processo de revitalização do Centro Histórico, iniciado em agosto do ano passado. Desde então, diversas ações vêm sendo realizadas na região pela Prefeitura do Salvador, em parceria com o governo do Estado. O objetivo é melhorar a estrutura do local e a oferta de serviços a baianos e turistas. Entre as mudanças já implantadas estão a melhoria da limpeza e segurança, instalação de câmeras de videomonitoramento, reativação da fonte do Largo Terreiro de Jesus, pintura dos casarões e capacitação dos ambulantes.





18/01/2012, Fonte: Secom








Workshop Projeto Gestão da Inovação

Salvador, Vitória da Conquista, Eunápolis e Teixeira de Freitas serão sede do Workshop Gestão da Inovação na Indústria, voltados para micro e pequenos empresários industriais de diversos setores.
O projeto é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no âmbito da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) que, na Bahia, é coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
O objetivo é fomentar a implantação de planos de gestão da Inovação por meio de ações de capacitação e assessoria, de forma a promover o aumento da competitividade. Os eventos abordarão conceitos de inovação, apresentação das etapas dos projetos de gestão na área e cases de empresas locais com exemplos de práticas bem sucedidas.
A edição do Workshop em Salvador acontecerá no dia 07 de Março.
Para participar, é necessário fazer a inscrição através do telefone (71) 3343-1288 ou e-mail ielba_inovacao@fieb.org.br
O evento é gratuito!
Fonte: FIEB

quarta-feira

Mostra de livros raros no Pelô

Acabei de ler sobre essa mostra no site do IPAC:

http://www.ipac.ba.gov.br/site/conteudo/publicidade/index.php?codPublicidade=1652

"Além das edificações de importância arquitetônico-histórica e ruas coloniais, a temporada de verão 2012 no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (CHS), oferece outras atrações como a exposição Obras Raras do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) aberta gratuitamente para o público até final deste mês (janeiro).

Localizada no Solar Ferrão – originário do século XVII e tombado como monumento nacional – que fica na Rua Gregório de Mattos, a mostra está instalada na biblioteca do IPAC que detém obras raras como a Notícia geral da capitania da Bahia de 1759 e A restauração da cidade do Salvador de 1847. Almanak da Bahia de Antonio Borges dos Reis de 1903, e o Tombo do Mosteiro de São Bento de 1945, são outras raridades.

Há ainda a edição fac-similar Salvador: Beneditina de 1951, e Os presidentes da província da Bahia 1824-1888, de Arnold Wildberger em 1949. A exposição fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 12h. Publicações dos séculos XVIII, XIX e XX que marcam a história da Bahia são as atrações.

O IPAC colocou o nome de Manuel Querino na biblioteca para homenagear esse intelectual e pesquisador negro e baiano que deixou importantes registros da cultura de matriz africana como o livro Costumes Africanos no Brasil, entre outras contribuições, explica a subgerente de Documentação e Memória do IPAC, Graça Lobo, setor ao qual está vinculada a biblioteca. Considerada a mais bem aparelhada biblioteca do Pelourinho, a Manuel Querino tem climatização própria para publicações antigas, computadores e ambientes para pesquisadores e estudantes.

Temos livros que se destacam pelo seu valor histórico, cultural, monetário, e até mesmo por estarem esgotados, explica a diretora da biblioteca, Sheila Ventura. Ela diz que o critério de ‘obra rara’ vai desde o histórico e cultural do livro até a presença de ilustrações produzidas artesanalmente, os materiais utilizados para a confecção do suporte na impressão, como tipo de papel, emprego de pedras ou materiais preciosos na encadernação.

O acervo da biblioteca do IPAC é especializado em História da Bahia, antropologia, arquitetura, urbanismo, arte, artesanato e sociologia, com 13 mil exemplares de livros, 300 títulos de periódicos e cerca de 80 livros antigos, solicitados até por especialistas de outros estados do Brasil. Dentre as raridades se destacam o livro Memória do Estado da Bahia de autoria de Vicente Vianna editado em 1893 e documentos do século XVIII.

Para Sheila Ventura, a exposição, além de dar ao público oportunidade de conhecer acervo do Estado, difunde princípios como preservação, diálogo público, valorização do indivíduo e ancestralidade. Ela explica que a mostra é uma das ações comemorativas dos 45 anos de fundação do IPAC, cuja programação só acabará em setembro de 2012.

Mais informações através do telefone (71) 3117.6384 ou pelo endereço eletrônico
biblioteca@ipac.ba.gov.br. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e sábado das 9h às 12h. O acervo é disponibilizado apenas para consulta. Outros dados do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br ou www.cultura.com.br.

Serviço:

Exposição Obras Raras - até 31 de janeiro de 2012

Local: Centro Cultural Solar Ferrão - Rua Gregório de Mattos, nº 45, Pelourinho.

Visita à exposição: segunda a sexta-feira, de 9h às 18h.

Informações: (71) 3117.6384 - Classificação: Livre - Entrada Franca

FOTOS anexas e no Flickr/SecultBA:
http://www.flickr.com/photos/secultba/6473115125/

Crédito Fotográfico obrigatório: Lei nº 9610/98

Assessoria de Comunicação – IPAC – em 06.01.2011 - Jornalista responsável Geraldo Moniz (drt-ba 1498) – (71) 8731-2641 – Texto-base: estagiária Taiane Barros - Contatos: (71) 3117-6490, 3116-6673,
ascom.ipac@ipac.ba.gov.br - www.ipac.ba.gov.br - Facebook: IPAC BAHIA  - Twitter: @ipac_ba"

Ainda não vi. Com certeza, verei.

Capitães de Areia por Henrique Wagner

Ainda não vi "Capitães de Areia", mas já li uma resenha do Henrique Wagner, no site www.expoart.com.br. Como gosto muito desse colunista fantástico e de suas colocações no terreno das artes, postarei esse texto com a promessa de que em breve verei o filme:

Capitães da Areia – um problema familiar

A família que Jorge Amado deixou, não pára de aprontar. Ela não cria, exatamente, ela apronta. Uma hora é Paloma, a filha ucraniana, publicando livros sobre a culinária na obra de Jorge. Outra hora é João Jorge Amado, publicando livros sobre os livros do pai, o mesmo Jorge. E havia ainda a Zélia, escrevendo memórias do casal e fazendo fotografias do amado, ao lado dela, por todo canto do mundo, entre uma e outra escapadinha do autor de Quincas Berro D’água.
Agora é a hora e a vez da neta de Jorge – que não era de capadócia, o coitado –, Cecília Amado, pongar na rabeta do grande escritor baiano, em sua estréia como diretora de um longa. Avô costuma ser complacente com o neto, afinal, “deixa os meninos, eles estão querendo apenas brincar”... Agora, imagina avô morto? Cecília pinta o sete, portanto, aproveitando toda uma gama de situações a seu favor: neta do dono da bola; comemorações do centenário de nascimento de Jorge Amado (a Companhia das Letras relançou a obra inteira do autor baiano, e é um dos patrocinadores do filme); a Bahia negra, mística e folclórica como tema; a experiência como continuísta e assistente de direção de diretores de cinema do Brasil midiático e de globais.
Como se não bastasse, a ação é entre amigos. Mais que amigos. Digo, porque os produtores associados são... são... Quem acertar ganha um beijo da Rosa Palmeirão... Sim, João Jorge Amado e Paloma Amado!!! E tem marido no meio: Guy Gonçalves, casado com a diretora, que também assina o roteiro, ao lado de Hilton Lacerda, é responsável pela fotografia do filme. Aliás, uma fotografia acima da média, entre Adenor Gondim e Voltaire Fraga – mais para o primeiro, infelizmente.
O filme é o filme, o livro é o livro, dizia um Chico Buarque eufemístico, mas sensivelmente decepcionado, depois da exibição de estréia do terrível Benjamim, baseado em obra homônima do compositor carioca. Jorge Amado certamente não diria isso – avô etc. Fato é que o livro, escrito por Jorge aos 24 anos de idade, é brilhante, mesmo com suas tão discutidas imperfeições. E o filme de Cecília não tem brilho algum, a não ser o do excesso de produção – vivemos em tempos de produtores, não de artistas, exatamente. Um filme disforme – as cenas parecem terminar antes ou depois do tempo devido, e a montagem não é das mais inspiradas – e sem o mínimo de ciência da composição, sem concluir o tanto que inicia, ou concluindo mal. Falta ainda ao filme a grandeza de uma história de grandes proporções, em todos os sentidos. Mas falta, por outro lado, a miudeza dos detalhes, nos momentos de pizzicato da trama, nos quais as cenas são, ou óbvias, “fáceis”, feitas a facão; ou sem o necessário miniaturismo para deixá-las protegidas da curiosidade insensível do espectador. Talvez por ser mulher, Cecília ao menos teve a sensibilidade de evitar muitas cenas de sexo, comuns em livros de Jorge e, principalmente, em filmes a partir de livros de Jorge, o Amado. Outro grande trunfo do filme é não ter imitado a montagem em Cidade de Deus, do Fernando Meirelles. Aquela montagem scorsesiana, que depois virou tarantiniana, tornou-se epidemia no Brasil, quando se trata de filme com alguma ação.
Publicado em 1937, Capitães da Areia, clássico absoluto dos livros sobre a infância abandonada, assombrou e encantou várias gerações de leitores, e há quem, hoje, jamais tenha lido um romance na vida, mas lera o mais famoso livro de Jorge. Registre-se o fato de que o livro foi apreendido e queimado em praça pública, pela polícia do Estado Novo, pouco depois de seu lançamento. Naturalmente esse acontecimento só ajudou a obra a ser ainda mais lida. Causa certa surpresa ter demorado tanto a ser adaptado para o cinema brasileiro – há uma adaptação americana, de 1971, dirigida por Hall Bartlett; o filme só fez e ainda faz sucesso na Rússia comunista; o roteiro é do próprio Jorge Amado. Cerca de 70 anos depois, entretanto, o livro nos chega pelas telas com vários anacronismos.
A história dos meninos que moram num trapiche e são talentosos batedores de carteira, passa-se numa Salvador dos anos 1940, no máximo 1950 – há divergência entre exegetas da obra. Cecília Amado, sabendo muito bem disso – ou não sabendo? Vai saber... –, enfia uma música de Arnaldo Antunes – ele, sempre ele – como fundo musical para a famosa cena do carrossel num parquinho da cidade. Ora, pelo amor de Everardo Fode-Mansinho! O que não falta é música baiana de qualidade, de ontem e de hoje, sem tanto estúdio, sotaque paulista e estilo pop chumbado. Outro anacronismo se encontra em alguns termos usados pelos personagens: termos que ainda não existiam à época.
A direção de ator é de fazer chorar ou perder a paciência. As crianças, nossas crianças, a julgar pelo filme de Cecília, não têm futuro, caro amigo Anísio Teixeira, a quem o livro foi dedicado. Jean Luis Amorim, que faz o destemido, denodado Pedro Bala, “constrói” um líder medroso, pálido, sem viço, e com uma entonação na voz, extremamente “baixa”. Por onde andava a Fátima Toledo, à época da realização do filme? Mas não é só Pedro Bala: o Sem-Pernas, vivido ou morrido Israel Gouvêa, é tão mal representado, que nos faz sentir vontade de dar umas palmadas no garoto pelo maior de seus crimes: atuar mal. Até a gente do neo-realismo italiano, ou os não-atores de Kiarostami eram e são mais convincentes. Apenas Volta-Seca, que tem participação ínfima, é bem vivido pelo jovem ator Heder Novaes. Dora (Ana Graciela), que faz par romântico com Pedro Bala, apenas convence. A grande presença física, no filme, é a do ator baiano Marinho Gonçalves, um adulto, surgido do Bando de Teatro do Olodum, de nosso Graças a Deus Ex-secretário de Cultura Márcio Meirelles. Pois bem, nosso Graças a Deus acertou, sabe-se lá como, de modo que é possível ter muito prazer diante das cenas em que o capoeirista Querido-de-Deus aparece, conversando ou lutando, ensinando capoeira aos capitães. Marinho Gonçalves, aliás, pode ser visto em Salvador na peça de teatro Alugo Minha Língua, dirigida por Fernando Guerreiro, com texto de Gil Vicente Tavares. Em cartaz no Vila Velha, salvo engano.
 A trilha sonora ficou a cargo de Carlinhos Brown – isso talvez explique a presença do tribalista de São Paulo – e é bem concebida e bem utilizada no filme. Brown é talentoso e todos sabem ou estão cansados de saber disso. Para mim era mesmo o compositor ideal para o filme. Poderíamos pensar em Gerônimo, Vevé Calazans, Waltinho Queiroz etc., mas há o mercado na jogada, é claro, e Brown é nome internacional, já há algum tempo. Há canções de guerra e canções de amor, todas eficientes e do tipo que nos levam a cantar junto.
Mas há dois grandes incômodos, quanto ao filme de Cecília Amado. Um deles é a sensação que experimentei de estar diante de personagens que são usados por jovens e sonhadores intérpretes para alavancar suas carreiras. Senti isso com outros filmes brasileiros, em que cada aparição de um ator parece o motivo da cena, como se o filme tivesse sido feito para a família do artista, cada cena a cada família. Coincidentemente, senti isso ao assistir ao filme Tieta do Agreste, de Cacá Diegues, um dos piores filmes brasileiros de todos os tempos, igualmente baseado na obra de Jorge Amado.
Outro incômodo, mais sério, deu-se quando percebi que faltava mais “passado” para consolidar a história hoje, pela tecnologia de hoje. O romantismo amadiano em torno das crianças de rua precisava de uma forte, uma consistente contextualização e reconstituição de época. Era preciso deixar muito claro o tempo em que viviam os capitães da areia. Cecília entrou demais no trapiche, nos deu cenas atemporais; e o colorido da película, e a produção dos dias de hoje, e os atores ruins, tudo isso reafirma um anacronismo mais sutil, quase subjetivo, que aumenta a impressão de que o autor do livro era condescendente demais com os crimes perpetrados pelas crianças tão violentas, selvagens, desalmadas, e o seria hoje, em dias de crack e oxi. Sim, Capitães da Areia é a Revolução dos Bichos de Jorge Amado. É seu comunismo infanto-juvenil, e consegue ser tolerado em sua utopia se pensarmos nos anos 40 em Salvador, quando havia mais corpo que arma, numa refrega. O filme de Cecília, tal qual acontecera com o romance de Schnitzler, Breve Romance de um Sonho, tornado De olhos bem fechados por Kubrick, apresenta uma trama datada sem data. A Bahia antiga nos aparece e nos desaparece como se brincasse de esconde-esconde no tempo, e não no espaço.
Grata a presença de atores baianos fazendo pontas, em um dos raros filmes realizados na Bahia em que Harildo Déda não aparece, em geral na condição de balconista de mercadinho ou coisa do tipo. Jussilene Santana (cada vez mais a cara do Spencer Tracy), Caco Monteiro, Diogo Lopes Filho, Carlos Betão, Deusi Magalhães, Bertho Filho (excelente, como carcereiro), Ricardo Fagundes, Jussara Matias, Bertrand Duarte – o inesquecível superoutro, agora careca –, Franklin Menezes, Edmilson Barros, João Lima – o pior palhaço de que tenho notícia, mas que dá até aula de formação para clowns, por aqui! –, Luciana Souza, Zéu Britto e até o cineasta argentino radicado na Bahia, Carlos Pronzato.
A Bahia esteve melhor, no filme de Cecília Amado, quando baixou nos coadjuvantes, verdadeira família do tão familiar Obá Arolu Jorge Amado.

Divulgação de show

Começo divulgando um show que ocorrerá no Tamar, dia 21/01:

De volta!

Voltei.

E toda volta é um recomeço.

Nesse tempo todo das férias fiquei sem escrever no blog. Propositalmente, longe da internet e do telefone: dei-me férias totais. É bom sair desse turbilhão que é nosso dia-a-dia e esquecer dos hábitos diários de nossa era pós-moderna e dos problemas "normais" de uma cidade como Salvador.

Ficar calada, sem muito contato externo, em encontro intrínseco, faz muito bem para a paz individual. Curtir meus anjinhos e sentir a alegria que transborda em cada nascer do dia é um encontro transcendental de mim comigo mesma. Se o amor tem duas caras uma é a de Luca e outra é a de Anna. Eles são a cara do amor. E é nessa sintonia vibracional que início meu 2012.

Revigorada para reiniciar as atividades que me aguardam nesse novo ano. É bom estar de volta, mesmo sabendo que sinto falta do aconchego familiar que foi tão intenso nesse período de férias.

Esse ano prometo várias novidades no blog. Nesse momento, estou nos preparativos de um novo semestre: preparando aulas, planos de ensino, cronogramas de aulas, selecionando textos, materiais didáticos e livros, fazendo apontamentos, planejando atividades externas, lendo e mentalizando que terei os alunos mais disciplinados, mais estudiosos, mais fantásticos que uma professora pode ter.

quinta-feira

Viajando nas Trilhas de Jorge Amado



No terceiro andar da Biblioteca Pública, no Projeto Música no Áudio, o setor de audiovisual está fazendo uma homenagem ao centenário do grande autor baiano, consagrado mundialmente, Jorge Amado. Apresenta ao público uma mostra de trilhas sonoras, inspiradas nas principais obras de um autor que já foi traduzido em 55 países,  através de compactos de discos de vinil.


Fui recepcionada pela Coordenadora do Setor, Sra. Raquel Oliva, muito atenciosa e afável em várias explicações sobre o Projeto. Inclusive, relatando-me a tristeza por muitos jovens desconhecerem o formato vinil.


Há três painéis com vinis, além de matérias de jornais, fotos, revistas, livros e rascunhos de Jorge, o Amado, em obras como Jubiabá, Capitães de Areia, Mar Morto, Gabriela. Todos os rascunhos expostos são datilografados.


O primeiro é "Gabriela". A capa com Sônia Braga nos faz recordar uma personagem que tem vida:


Esse LP tem a seguinte ficha técnica:


Coordenação Geral João Araújo.
Direção de Produção: Guto Graça Mello
Assistentes de Produção: Perinho Albuquerquer / João Melo / Paulinho Tapajós / Roberto Santana
Arranjadores: Guto Graça Mello / Dori Caymmi / Oscar Castro Neves / Perinho Albuquerque e João Donato (olha ele aqui de novo).


No Lado A temos:


Coração Ateu - Maria Bethania
Guitarra Baiana - Moraes Moreira
Alegre Menina - Djavan
Quero ver subir, quero ver descer - Walter Queiroz
Horas - Quarteto em CY
São Jorge dos Ilhéus - Alceu Valença
Modinha para Gabriela - Gal Costa e arranjo de João Donato


No lado B:
Filho da Bahia - Fafá de Belém
Caravana - Geraldo Azevedo
Porto - MPB 4
Retirada - Elomar
Doces Olheiras - João Bosco
Adeus - Walker 


Essa trilha sonora é imperfectível.


Jorge Amado chegou a declarar: "não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia...". A obra dele mostra a Bahia mais Bahia que existe. Nascido em Itabuna, faleceu em 2001, aos 88 anos. 


Os personagens de Jorge Amado são inesquecíveis. E o amor de Zélia e Jorge, sob o prisma de Nelson Rodrigues, era de fato amor: "se é amor, não acaba". No Pelourinho, temos a Fundação Casa de Jorge Amado. Só se vê na Bahia.


O segundo vinil em exibição é: Tieta, tendo Isadora Ribeiro na capa, agarrada num coqueiro, tendo atrás de si um barco no mar.




Quem esquece o refrão "Tieta do Agreste...?". Impossível esquecer.


Lado A do LP Tieta:
Meia-Lua Inteira - Caetano Veloso
Tudo que ser quer - Emilio Santiago e Verônica Sabino
No Rancho Fundo - Chitãozinho e Xororó
Paixão Antiga - Tim Maia
Paixão de Beata (Neném Mulher) - Pinto do Acordeon
Tieta - Luiz Caldas
Segredos da Noite - Instrumental


Lado B:
Coração do Agreste - Fafá de Belém
Eu e você - José Augusto
Cadê o meu amor? - Quinteto Violado
Amor Escondido - Fagner
Por você com você - Guilherme Arantes
Tenha Calma - Maria Bethania
Imaculada - Instrumental


Vinicius de Moraes, o poeta que consagrou Itapuã, escreveu que "Jorge Amado liberta os personagens de sua própria teia psicológica e os faz saltar, vivos e ardentes, para o lado de cá do livro". 


Verdade mais que pura. Real. 


Por fim, o terceiro vinil da mostra "Viajando nas Trilhas de Jorge Amado", temos Tenda dos Milagres.




Milagres do Povo - Caetano Veloso
Livre - Beth Bruno. De: Roberto Mendes e Mabel Veloso
Olhos de Xangô (afoxé) - Moraes Moreira. De: Moraes Moreira e Fausto Nilo
É d'óxum - MP4 - De: Vevé Calazans e Gerônimo - essa música é uma das belas declarações de amor à cidade de Salvador.
Eloiá - Dudu Moraes
Flor da Bahia - Nana Caymmi ( e por falar em Nana Caymmi, teremos show dela no TCA, dia 13/01/2012) - De: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro
Oiá - Danilo Caymmi
Amor de Matar - Tânia Alves - De: Jorge Portugal e Roberto Mendes
Afoxe - Dorival Caymmi
Maluco pra te ver - Walter Queiroz - De: Walter Queiroz e Vevé Calazans.


Vi a exposição e fiz questão de detalhar cada qual dessas músicas. Elas são fonte de inspiração, repertório para shows, resgate da música jesuína que consagrou tantos nomes da música brasileira, tendo como enfoque uma Bahia, hoje idílica, mas imortalizada, seja na obra do Amado, de quem o amou, ou foi amado por ele. 


Apesar de ter gostado muito da mostra de vinis, senti falta do som na sala da exposição.


Procurei na internet a caricatura que Niemeyer fez para Jorge Amado. Vi impressa há muito tempo em uma revista. Quem tiver ou puder me mandar, já está feito o pedido.


Dentro da casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho, havia o Teatro Zélia Gattai. Alguém sabe o motivo de não funcionar mais?


Deixo abaixo dois textos. O primeiro trata sobre o resgate do Vinil pela indústria fonográfica. Boa notícia.



Viva! O velho Vinil está de volta!

Leio com uma certa felicidade -nada de saudosismo!- a volta de conforça do velho amado, idolatrado e salve salve disco de vinil. O inesquecível LP que milhares de pessoas (ou talvez milhões) não esquecem por Ns motivos, mas principalmente pelo som diferenciado e pelas capas perfeitamente belas que se pode produzir, está de volta. 
Cantores e bandas tradicionais aderiram ao Vinil
O velho "bolachão", "bolacha preta", alguns adjetivos que o Vinil ganhou pela sua longa vida, na verdade nunca deixou de estar presente no dia a dia dos amantes da boa musica. Colecionadores, Roqueiros, discípulos de um bom som, como este escriba que se enquadra modestamente como um deles, nunca abandonaram a vitrola, ou toca discos. E não é por nenhum saudosismo, não. Ao contrário, o som do vinil, mesmo não sendo tão límpido como o do CD, é mais puro em termos de qualidade sonora, apesar do chiadinho natural. A antiga agulha, que já não se sabe onde procurar quando não está perfeita (tinha uma coleção delas!), proporciona uma emoção diferente e até um execiciozinho físico, pois ao contrario do controle remoto que facilita tudo,  ela nos permite escolher a música que queremos na base da munheca. Noutras palavras, isso é muito romântico!
Artistas como Chico Buarque de Hollanda, Maria Rita e Marcelo Yuka estão com seus CDs e Vinis na praça. A investida dos três artistas, de primeira linha na música brasileira, se deve ao numero de adeptos do vinil terem preferido o disco à moda antiga ao CD, segundo pesquisa de um dos donos da gravadora de Vinil Trama, o produtor musical Marcelo Bôscoli, filho de Elis Regina e irmão da cantora Maria Rita.
Agora o vinil, que é objeto de desejo de colecionadores, pesquisadores, DJs volta e cm total apoio de artistas como Jorge Benjor, Tom Zé, Rita Lee e bandas como Ultraje a Rigor, Titãs e Secos  & Molhados terão seus antigos trabalhos reeditados em Vinil, o que vai obrigar a muitos a tirar a velha radiola do sótão da casa ou ou pegar de volta e botar para funcionar aquele toca discos que estava em um canto pronto para ser dado para o Emaús.
Este escriba, que recentemente adquiriu um aparelho que além de tocar CD, MP3, Pen Drive, Cartão de Memória, toca também o velho Vinil e o Toca fitas está rindo à toa. E curtindo quase que semanalmente pelo menos 600 vinis guardados como verdadeiras relíquias. In: http://moraesdidascalia.blogspot.com/2011/12/viva-o-velho-vinil-esta-de-volta.html#comment-form




 Deixo, por fim, esse texto abaixo de Augusto Nunes, que falou sobre a morte de Jorge Amado da seguinte forma:

Sem ciúme nem sovinice, Nacib manda Gabriela sussurrar pessoalmente o recado à freguesia do bar em Ilhéus: na noite de 10 de agosto, a bebida vai ficar por conta da casa. O empresário Mundinho Falcão e o fazendeiro Ramiro Bastos resolvem que dividirão a mesma mesa. Naquele momento, em Mangue Seco, Perpétua revoga penitências e carolices para sugerir à irmã Tieta que vá preparando o vestido – vermelho, claro – mais atrevidamente decotado. Dona Flor decide que entrará no local da festa com dois maridos, muito dengo e nenhum constrangimento. No distrito de Itabuna, os coronéis Horácio da Silveira e Sinhô Badaró comunicam simultaneamente a suas tropas que, no dia 10, haverá uma trégua de 24 horas na luta pelas terras do cacau.
Reunido num boteco de Salvador com Cabo Martim, Curió e o Negro Massu, o sempre sabido Jesuíno Galo-Doido encontra a saída para a questão que atormentava um bando de amigos havia semanas: como anunciar a Salvador, com a pompa requerida pelo evento, a chegada da data que deveria estar assinada em vermelho nas folhinhas do Brasil? "O comandante Vasco Moscoso de Aragão vai entrar na barra com o maior navio já visto neste mundão", ilumina-se Jesuíno. A um sinal do capitão-de-longo-curso, será desfraldada a bandeira da Bahia e soará o apito mais estridente já ouvido nos sete mares. Então, brindes serão erguidos nos castelos, capitães da areia promoverão cantorias, explodirá o som dos atabaques em terreiros atulhados de orixás.
Os filhos da imaginação de Jorge Amado estavam todos prontos – e muitíssimo animados – para a celebração do 89º aniversário de quem os criou. Às 19h30 da segunda-feira, 6 de agosto de 2001, contudo, a voz do rádio avisou para o interior da Bahia e para todo o mundo que o mais popular e conhecido escritor brasileiro de todos os tempos falecera no Hospital Aliança, na capital, vítima de parada cardiorrespiratória. A trupe foi pega de surpresa e, sem recursos para vencer a travessia, não teve como chegar a Salvador a tempo do velório do pai imaginário. Guardaram as tralhas da festança de aniversário para chorar. Pelos alto-falantes, ouviram Zélia Gattai dizer diante do corpo do marido, companheiro de vida durante 56 anos: "Agora que Jorge se foi, estou de frente da realidade, mas não sei o que fazer".
Na sexta-feira, trocou-se a alegria da celebração por uma cerimônia triste, desejo de Jorge tornado público no livro Navegação de Cabotagem, de 1992. Ao pé de uma mangueira plantada pelo casal em 1962, as cinzas do escritor foram depositadas na terra úmida do inverno baiano, acondicionadas numa urna de madeira. Foi uma rara manhã sem cor na Casa do Rio Vermelho, no número 33 da Rua Alagoinhas. O lugar tornara-se, havia muito, uma lenda – a ponto de despontar com destaque em guias turísticos produzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. O bom humor, ali, sempre foi lei.
A dor da Casa do Rio Vermelho, entre azulejos pintados por Carybé, telas de Calazans Neto, Di Cavalcanti, Floriano Teixeira e Aldemir Martins, não passou para o lado de fora do muro branco caiado. Nas ruas de Salvador, os três dias de luto decretados pelo governo federal, à exceção das bandeiras da Bahia e do Brasil a meio pau, seguiram-se do jeitinho que Jorge Amado gostava: com simplicidade, alegria e o não-me-queixo do povo brincalhão de Gregório de Mattos (1636-1695)







"Brasilidades" por Tereza Mazzoli





A Biblioteca Pública do Estado da Bahia, localizada na Rua General Labatut, nos Barris, é o quadrilátero da cultura e tem 200 anos de história e vida.


Um mundo de conhecimento se anuncia logo na entrada, onde geralmente há exposições. Ontem, aproveitando o início das férias, passei boas horas da minha manhã num lugar mágico. A magia de uma biblioteca nos tira o fôlego. Jorge Luis Borges dizia que tinha vontade de morrer ao entrar numa Biblioteca, pois sabia que sua vida seria muito curta para dar conta da leitura de tantos livros... É bem parecida a sensação que sinto.


A primeira exposição que vi foi da baianaTereza Mazzoli, intitulada "Brasilidades". Em linhas gerais, nas 12 pinturas em óleo sobre tela, ali expostas, verificamos que a artista  retrata aspectos cristalizados de atividades pertencentes à cultura afrodescendente. Há um enfoque bem acentuado na figura da mulher, da capoeira,  e do samba. Lugar comum? Talvez, mas cada artista tem uma forma de se expressar. E Mazzoli faz isso muito bem nas suas pinturas moderno-figurativas. As imagens antropocêntricas têm cabeça, e não têm rosto, no entanto destacam-se pelo colorido e pela expressividade sensual das mulheres.


Em "Moça na Janela", "Brasilis Colores" (uma vendedora de frutas com um cesto na cabeça na praia de Copacabana) , "Garota de Vermelho", "Baianas em Copacabana" (baianas no Rio de Janeiro com seus trajes típicos nos tons de amarelo-laranja, lilás e verde-piscina, e detalhes como arruda, peixes e toalha branca, nos dão conta da imensidão de signos representativos da figura feminina na cultura afrodescendente)  e "As três Marias" (baianas de costas, com vestidos amarelo, rosa e laranja e vasos de flores na cabeça,  andando em direção a um rio, circundado por uma floresta. Simplicidade das roupas e porte de princesas. Quem seriam elas? Iriam fazer o que?) verificamos que a artista faz questão de destacar tradições que são esquecidas da realidade cultural e dos modos de ser e ver de um determinado grupo humano.


Em "Samba Brasil", "Samba em Copacabana", "Samba do Bar da Esquina", "Samba no Calçadão"e na tela sem título e sem especificações técnicas, que retrata um homem tocando e dançando com uma mulher, a temática musical é retratada. Em "Capoeira foi o que ele viu", há a associação dessa arte-esporte no combate à violência.  


 "Cangaceira", retratando uma "Maria" muito bonita numa paisagem do sertão nordestino e em trajes típicos do cangaço, apesar de ser a que mais gostei, por questões puramente culturais e mais próximas de minha realidade sertaneja, fez com que me perguntasse se  não estaria destoando das demais telas ali expostas? 


Uma outra pergunta que fiz à mostra "Brasilidades" foi o motivo da pintora baiana  de nascimento, indígena de origem e paulista de coração, como ela mesma se identifica em seu blog http://terezamazzoli.blogspot.com/, encontrar tanta inspiração no Calçadão de Copacabana para falar de seus personagens? Não que o  Calçadão mais conhecido do mundo não inspire, mas na Bahia temos signos representativos do que chamamos brasilidades. A história do Brasil nos confirma isso. A história da Bahia ratifica. E a história de Salvador dá provas vivas até hoje. Mas, deixemos a artista em paz, porque ela tem a liberdade da arte e pode representar como bem quiser.

quarta-feira

Galeria de Arte de Paulo Darzé

No início de dezembro visitei a Galeria de Arte de Paulo Darzé. Localizada no Corredor da Vitória, trata-se de um endereço da boa arte.

Cheguei num final de tarde e fui recepcionada pelo amabilíssimo Paulo Darzé. Gentilmente, ofereceu-me o catálogo da exposição de Leda Catunda (já conhecia outros trabalhos dela, inclusive uma obra que está na exposição "Pintoras na Primavera", no MAB) intitulada "O Circo Pegou Fogo", sobre a temática esportista, especialmente futebol, times e patrocinadores. Essa exposição ficará aberta até dia 31 de dezembro de 2011.

Foto: http://www.paulodarzegaleria.com.br/images/12_002.jpg

Paulo Darzé estava em sua casa, ou melhor, em sua galeria. Um ótimo anfitrião que nos faz sentir em casa. Ainda me presenteou com mais quatro catálogos: um de Emanoel Araújo (Geometria do Medo), um de Fernando Coelho, outro de Yhomaz Ianelli, e um intitulado 2 x Minas x 2 (de Amilcar de Castro, Manfredo de Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim e Rodrigo de Castro).

Tenho certeza que os arquitetos e decoradores da cidade vivem por lá procurando alguma tela para um ambiente.

A Galeria de Arte Paulo Darzé, fica localizada na Rua Dr. Chrysippo Aguiar, 8, Corredor da Vitória. O site: www.paulodarzegaleria.com.br

Ótima dica para um fim de tarde aqui em Salvador.

Presépios 2011






Era véspera de Natal. Ainda nas compras finais para a ceia.  Era uma sexta-feira alegre. Meu último dia de trabalho, antes do recesso.


Depois do almoço com a família, sai com o pequeno Batman, de pouco mais de noventa centímetros. Ele estava muito alegre e queria passear. Até mesmo pequenas compras de frutas e temperos são uma diversão para uma criança de 3 anos. 


Na volta, ele pediu-me para ver o Papai Noel. De pronto, lembrei-me da exposição dos presépios no Museu de Arte da Bahia (MAB). E disse é para lá que vamos. Passei na barraquinha de revistas no Corredor da Vitória, comprei água para o passeio que não tinha sido planejado. Dizem que as melhores coisas acontecem sem planejamento prévio. Pode até ser. De toda sorte, havia a pretensão de levar meu pequeno para ver a exposição. E tinha que ser antes da noite do dia 24/12. Era chegado o momento.
Subimos os lances de escada e entramos no MAB.


Antes de entrar na sala que se encontra a mostra dos presépios, ainda do lado de fora, encontramos um oratório de madeira com pinturas de flores e anjos. Lembrei-me dos oratórios das casas dos meus avós. Especialmente, do da casa do Vô Chico. Por um motivo bem triste de recordar: ele foi furtado por dois homens. Essa história é longa, posso até postá-la um dia aqui...


Voltando ao oratório do MAB: dentro havia esculturas, do século XIX, em madeira entalhada, de José Carvalho da Silva,  e policromada. A pintura é atribuída a Ernesto do Espírito Santo e fazem parte da coleção do MAB.


Logo na entrada da sala, depois da porta, à esquerda, vemos dois quadros: o primeiro é intitulado "Sagrada Família", feito em artesanato português (de Vila do Conde) com rendas de bilro. E o segundo, chama-se "Presépio". Trata-se de uma gravura colorida de Amaro Francisco do Pernambuco.
Sobre a origem dos presépios, os historiadores nos afirmam que no século III o nascimento de Jesus Cristo começou a ser celebrado. Em 1225 São Francisco de Assis, considerado o patrono dos presépios, fez uma encenação com pessoas e animais em homenagem ao nascimento de Jesus. Em 1567, no Castelo de Piccolomini, em Celano, foi criado o primeiro presépio nos moldes dos que conhecemos hoje, na Casa da Duquesa de Amalfi, Constanza Piccolomini.  No século XVIII,  a tradição dos presépios estava bem consolidada na Itália, na Espanha e em Portugal. A arte dos presépios persiste através dos tempos, sobretudo na estatutária religiosa. É temática preferida dos santeiros e ceramistas.  Porque afinal de contas, no Natal comemoramos o nascimento de Jesus, e não de Papai Noel.


E quais presépios encontramos nessa mostra?


Na extremidade da esquerda:
1) Presépios Portugueses das regiões do Minho (Barcelos), do Alentejo (Extremoz) e da Beira-Alta. Os primeiros  são feitos de barro policromado, e o do Beira-Alta foi feito dentro de uma ostra.
2) Presépios Peruanos em papel-marchê e madeira pintada;
3) Um presépio em cerâmica, de um ceramista desconhecido;


No Centro da Mostra: um presépio de Osmundo Teixeira, rico em detalhes, todo feito em barro cozido. Uma verdadeira obra de arte. E por falar nesses mestre, indico ainda a exposição "O Mundo de Osmundo", no Museu Carlos Costa Pinto. 


Na extremidade direita:
1) Outro presépio de barro cozido de Clóvis, um artista pernambuco;
2) Vários presépios de barro cozido de artistas pernambucanos;
3) Outro presépio pernambucano em artesanato popular;
4) Dois presépios de palha de Brasília, e um em jarina, de Santarém.


Na disposição da sala, encontramos mais três quadros, todos retratando passagens bíblicas do nascimento de Jesus. São eles: "A Virgem e o Menino", "Descanso na fuga para o Egito", ambas pertencentes ao MAB,  da coleção Jonathas Abbott. E "Santa Família",  retratando a amamentação de Maria, de José Rodrigues Nunes. 


Fernando Pessoa, no Guardador de Rebanhos VIII, nos diz coisas lindas sobre o nascimento de Jesus: "... Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
mas os seres não cantam nada,
se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
..........................................................................

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda..."

O Menino Jesus é o motivo maior do Natal.

E a ele que referendamos um dia da nossa jornada.

Um outro poeta que gosto muito, Manuel Bandeira, em Canto de Natal nos diz:

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.

A poesia acima foi extraída da "
Antologia Poética - Manuel Bandeira", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2001, pág. 137.


A homenagem que os artistas fazem à Sagrada Família, demonstram, em toda sua extensão, a importância da data natalícia de Jesus. Esse é o motivo do Natal.

Meu filho teve a oportunidade de saber essa informação o quanto antes. E mesmo assim continuou a perguntar: o passeio terminou, não vamos ao shopping ver o Papai Noel?


 Os valores são nós, pais, quem transmitimos. Educar um filho é uma das mais importantes tarefas que existem.

sexta-feira

Feliz Natal e Feliz Ano Novo

Quando chega o final de dezembro é comum ouvirmos essas duas frases "Feliz Natal e Feliz Ano Novo".

Elas são pronunciadas como um mantra onde quer que vamos.

E temos que pensar assim.

Queremos um Feliz Natal. E um Feliz Natal não é somente a noite do dia 24/12 ser especial. Um Feliz Natal significa que estamos felizes e bem.

E um Feliz Ano Novo é a necessidade de nosso futuro ser melhor. Na passagem do ano mentalizamos justamente isso: felicidade no ano novo que se inicia. É um novo ciclo dentro de um período de tempo que inicia a zero hora do dia 01/01 e termina na meia-noite do dia 31/12. Tudo que acontece nesse período está dentro de um ano, seja ele 1979, 1993, 1997, 2002, 2004, 2008, 2010, 2011 ou o ano que vivemos.

Que o ano de 2012 seja um ano de trabalho. Porque trabalhar é bom mesmo. Para tudo: para a mente, para o corpo, para o bolso, para dar sentido às realizações.

Que 2012 seja um ano de saúde. Porque ter saúde é essencial. Sem a saúde não podemos fazer nada.

Que 2012 seja um ano de amor. Porque é bom e faz bem. Amar e ser amado é uma dádiva. E tem que ser de verdade. A verdade é essencial em tudo.

Que 2012 seja de alegria. Um sentimento que nos contagia e que nos dá ânimo para fazermos tudo. Pessoas alegres são bem quistas. Pessoas alegres espantam o mau humor. Pessoas alegres são necessárias.

Que 2012 seja de paz. Ter paz é uma realização.E quem é realizado vive em paz e deixa os outros em paz. Já ouviu aquele velho ditado popular "paz é a gente quem faz"? É isso mesmo. A paz está em nós. Vivamos em paz. Queiramos a paz, porque ela volta para nós numa corrente de mão dupla.

 Que 2012 seja um ano de colheitas, porque a vida nos dá o que plantamos.

Que 2012 fortaleça as amizades e nos possibilite  fazer novos amigos. Ter amigos é essencial para nossa vida, seja em qual momento for.

Que 2012 proporcione novos sonhos, novos objetivos, novas metas. Que cuidemos do planeta. Que poluamos menos. Que façamos escolhas conscientes, que sejamos menos consumistas. Que valorizemos a cultura. Que façamos o bem. É disso que 2012 precisa. Que ele seja feliz para todo o Mundo.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo são meus votos para mim e para todos que me cercam. Escrevo essas breves palavras em 23/12/2011 num momento de gratidão e reflexão nesses últimos dias de 2011.
Obrigada 2011. Sentirei saudade. Saudosismo por todas as lições aprendidas e por tudo que a vida pôde me proporcionar. Nesse momento, mais que tudo, agradeço. Sou extremanente agradecida pelo que sou, pelo que represento para mim. Sou agradecida pela Vida.

 Não temos duas vidas. Vivamos. E que as tragédias nunca nos alcancem. Que o destino seja sempre bom e carinhoso conosco. E que façamos nossa parte, sempre praticando o bem!

Compartilho essas sensações porque num final de ano temos que fazer um balanço geral de tudo. Que possamos pensar e refletir sobre quem somos, e o que queremos.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Feliz Natal e Feliz Ano Novo...

Meu filho já preencheu a cartinha abaixo, agora vou preencher a minha:


Ezilda Melo