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quinta-feira

Direito Fundamental à Água? Quando o Brasil vivencia “Vidas Secas” e a água não brota das leis

Direito Fundamental à Água?  Quando o Brasil vivencia “Vidas Secas” e a água não brota das leis – De Ezilda Melo e Wendel Machado



Saiu no site da Empório do Direito:

Ezilda Melo e Wendel Machado – 04/03/2016
“Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas”.
Graciliano Ramos
Não é novidade para qualquer cidadão atento, quanto mais para os militantes do Direito, que de um modo muito amplo a Constituição Federal de Brasil de 1988 traz imediatamente em seu artigo primeiro, como princípio fundamental do Estado: “a dignidade da pessoa humana”. Deste mandamento decorre toda uma ramificação de direitos e garantias que perpassam o texto constitucional e irradiam para moldar um complexo jurídico capaz de possibilitar o cumprimento do conteúdo axiológico aí expresso.  Assim, encontram estabelecidas as diversas gerações (ou dimensões) de Direitos Fundamentais que são caracterizados, nos dizeres de Karl Loewenstein, como “[…] princípios superiores à ordem jurídica positiva…”. Nesta perspectiva, os direitos fundamentais são plenamente afetos à própria existência humana, guardando estrita relação de essência com Direitos Humanos que, como afirma Dirley Cunha Jr., pretendem conferir “a todos, universalmente, o poder de existência digna, livre e igual”.
No contexto das Ciências Naturais a proposição de água como bem indispensável à manutenção da vida humana é indiscutível. É inteiramente perceptível, até mesmo pelo senso comum, que sua escassez inviabiliza a existência de vida saudável. Por uma aplicação de silogismo simples, pode-se concluir facilmente que essa relevância implica em essencialidade à condição humana e que, certamente, é um bem que se encontra nesta categoria de direitos essenciais firmados na dignidade do homem.
“(…) Tinham deixado os caminhos cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés”.
Ainda que se possa chegar a tal conclusão com tamanha celeridade, beirando a obviedade, o reconhecimento dessa premissa é envolta em incertezas e controvérsias que se perpetuaram por muitos anos sem chegar a um consenso pacífico, pois, seja no campo internacional ou interno, não há a clara e inequívoca definição da água como direito essencial. Mesmo não havendo menção expressa, aplicando o conceito de Loewenstein, este direito fundamental existe e goza de tanta força vinculativa quanto qualquer outro da mesma categoria. Entretanto, o que aqui se debate não é a letra da Constituição, mas a defesa desse direito frente às ações e políticas públicas.
Hodiernamente, o tema voltou a ganhar relevância pela crise hídrica que incide sobre as várias regiões do Brasil que convive com a estiagem duradoura, a mesma velha conhecida do semiárido nordestino desde tempos longínquos. Já nos idos do Império se debatia a questão de distribuição de águas do Rio São Francisco, sem que isso também fosse muito além dos debates e de obras não conclusas. A grande diferença, desta vez, é que há estiagem onde antes havia abundância: de água e, principalmente, de poder econômico. O problema então se generaliza: todo o país vivencia “Vidas Secas”.
Não por coincidência, “Vidas Secas” é a opus magna de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1938. O romance que é centrado na experiência da seca pela família de Fabiano, segue o itinerário da desconstrução dos carácteres de humanidade das personagens frente a um sertão com aridez de solo e de vida. A falta de água é a própria ausência de vitalidade, de seres que se arrastam pelas planícies, em que as crianças são destituídas do primeiro elemento identitário: o nome. Como se houvesse uma forma de coisificação semovente as crianças não são nomeadas. A vida desta família então se desprende do senso de humanidade e muito mais do valor da dignidade. Os caminhos percorridos são “terra sem lei”, onde a única manifestação estatal é a autoridade policial arbitrária. São seres. Existem apenas para suas vidas. Estão absortos de um arcabouço social que lhes permita amparo. Há Direito, mas não há direitos. Mesmo o mínimo existencial é subvertido. São homens porque há Direito, mas sua fala é reproduzida através de grunhidos, pois não há direito a voz. Apenas existem. A água do sertão existe, mas também há a cerca, a propriedade, o limite do poder estabelecido. Há poder e controle porque há Direito. Direito sempre há, mas não há defesa do Direito, nem dos direitos. Ainda aí afora encontramos Fabianos, Sinhas Vitórias, Baleias, e, principalmente meninos sem nome, em todos os lugares e partes. A realidade narrada no livro nunca atribuiu topônimo: é universal, pode ser qualquer lugar, qualquer instante. Não é como um código legislativo que perece; é a-temporal como as obras-primas são. A arte é eterna, já o direito legislado é momentâneo, datado, tem prazo de validade. 
“(…) Eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? Tinha? Não tinha…”
A intertextualidade nos permite observar que mesmo que a gênese de tal colapso tenha explicações geográficas e climáticas, a aridez escancara a infertilidade jurídica para a defesa de virtudes primárias, enquanto se embriaga na mera proliferação de textos legais. A falta do Direito para além da letra da lei não garante acesso à água por parte da população. Não basta que haja o elemento natural em si; há um caráter adjetivo a ser lembrado: água digna, ou seja, de boa qualidade, potável, própria para o consumo humano em sentido plural. Aqui se vê que, mesmo com previsão de instrumentos para defesa dos direitos difusos e coletivos, há de se questionar a efetividade de sua proteção e que aqueles que deveriam oferecer proteção, são apenas perpetuadores da situação estabelecida.
Não se pode furtar, também, à percepção de que, como um bem sujeito a escassez, há um valor econômico intrínseco e, por isso, está submeto aos ditames da propriedade e do mercado. Assumir tal acepção aduz à necessidade de formular uma gestão racional que vise à eficiência, especialmente no que diz respeito à atuação da Administração Pública em relação à gestão das águas sob sua competência, afinal eficiência é um dos princípios insculpidos no art. 37 da Carta Magna. Não é ilógico pensar, então, que há o estrito compromisso do gestor com os recursos hídricos, do mesmo modo como outros bens por si geridos, não apenas porque também constitui bem público, mas porque é essencial à vida. Poderia, sem risco de equívoco, mesmo dizer que há uma função social da água.
A função social da água é o entendimento de que esta não pode ser aplicada sem que se tenha em consciência que é um bem de interesse público e, seu uso indiscriminado e sem parâmetros, constitui violação à própria sociedade como organismo global. Sua função social é revestida da universalização do seu acesso, mas ainda negação à gestão irresponsável para que não seja admitido que ‘cerca’ – a manifestação do poder dos detentores dos recursos – não provoque a seca.
“(…) Um dia… Sim, quando as secas desaparecessem e tudo andasse direito… Seria que as secas iriam desaparecer e tudo andaria certo? Não sabia…”
Provimento jurídico algum parece ser capaz de gerar a distribuição hídrica em equilíbrio, isso porque o dever ser está aquém das necessidades da materialidade ontológica; a deontologia não se basta em si. Contudo, o dever ser é capaz de mudar a realidade do ser, isso porque as condutas condicionadas pelas normas são executadas na realidade sensível. Assim, a questão da seca, é também questão jurídica, porque as normas jurídicas deveriam ser capazes de promover e vincular a adoção de posturas determinantes para a promoção da dignidade da pessoa humana. Em primeiro momento, há a vinculação da atuação Estatal, já que os Direitos Fundamentais não são meramente programáticos, são, sobretudo, obrigatórios em ações e política públicas que os tragam ao campo da vivência material de maneira efetiva. Depois, porque também é interesse público, ou seja, é a própria sociedade que consagra a dignidade humana e a ela mesma cabe sua promoção, e nisso inclui a defesa da água como parte do meio ambiente, mas também como um direito social, assim como a saúde, o trabalho.
Debater crise hídrica sob essa perspectiva é perceber que se deve regar o próprio Direito para que enxergar além das fronteiras das leis; apreender que os Direitos Fundamentais permanecem porque guardam estrita relação com a existência humana e que são basilares porque reconhecemos como o mínimo para a manutenção daquilo que é humano em nós. Debater a água no direito é ter a noção de que “Vidas Secas” é logo aqui e também, ainda que não somente, problema jurídico, pois se envolve poder e controle, é jurídico também.
A falta de água no Nordeste[1] e em outras regiões insere-se perfeitamente numa questão político-jurídica. Politicamente, o discurso do combate à seca ainda elege muitos dos representantes populares e, juridicamente, a Constituição Federal além de garantir esse direito fundamental, deveria ter criado meio assecuratório de concretização. O Brasil tem grandes mananciais aquíferos. As pessoas têm o direito de permanecer nas regiões que se identificam cultural e socialmente. Portanto, a grande batalha que se deve travar é fazer com o direito à água seja de todos. Efetivamente, de todos. Juridicamente, portanto, a Constituição Federal garante o direito à água como um direito fundamental, que deve ser efetivado[2]. Mas, na prática o estio permanece secando corações e entristecendo o país.
Uma poesia para o tema que pode ser trabalhada em sala de aula:
Ser tão vida seca[3] 
Suor, calor,
Cansaço, fome,
Terra árida onde cresce o atraso e o desamor. 
Terra Seca,
Seca Terra,
Vidas Secas,
Secas Vidas.
Vidas secas, como a terra seca
Que seca as vidas. 
No pingo do meio-dia,
Com o sol escaldante,
A quentura nos consume,
Dentro de um forno ardente e quente,
Capaz de secar nossa última semente. 
Terra Seca,
Seca Terra,
Vidas Secas,
Secas Vidas.
Secas de uma vida
Que secou pelas secas da vida. 
Terra seca que dá risada,
Alegra-se nos pingos que caem da chuva.
E o agricultor fica feliz vendo sua terra molhada,
Sabendo que não vai morrer sua vaca malhada. 
Terra Seca,
Seca Terra,
Vidas Secas,
Secas Vidas.
Terra Seca que floresce
no orvalho da madrugada.
Outro artigo relacionado com a temática:

Notas e Referências:
[1] ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz. A invenção do Nordeste e outras artes; prefácio de Margareth Rago. 5ª edição – São Paulo: Cortez, p.343: “O Nordeste, assim como o Brasil, não são recortes naturais, políticos ou econômicos apenas, mas, principalmente, construções imagético-discursivas, constelações de sentido. (…) O Nordeste, na verdade, está em toda parte desta região, do país, e em lugar nenhum, porque ele é uma cristalização de estereótipos que são subjetivados como característicos do ser nordestino e do Nordeste. Estereótipos que são operativos, positivos, que instituem uma verdade que se impõem de tal forma, que oblitera a multiplicidade das imagens e das falas regionais, em nome de um feixe limitado de imagens e falas-clichês, que são repetidas ad nausem, seja pelos meios de comunicação, pelas artes, seja pelos próprios habitantes de outras áreas do país e da própria região”.
[2] SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos Fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 11. Ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012.
[3] Poesia de Ezilda Melo.

Seminário Direito e Historicidade: significantes e ressignificações do tempo - PUC-RS

Ocorrerá na PUC-RS, nos dias 26 e 27/11/2013, o Seminário "Direito e Historicidade: significantes e significações do tempo".

Justificativa

Trata-se, o projeto, de proposta de congresso voltado para a linha de História do Direito, que se justifica por diversos elementos.
O primeiro e talvez mais significativo, diz respeito a extinção da respectiva cátedra do programa de ensino da Graduação da PUC-RS. Tal cátedra é de suma importância para a formação cultural e humanística de qualquer jurista, sendo fundamental ao exercício hermenêutico em sua substancialidade, para compreensão e aplicação do Direito.
Desse fato derivam duas razões que marcam a estruturação do evento. Inicialmente, não deixar passar em branco esse momento dentro da comunidade acadêmica de nossa instituição. A outra razão, que se projeta do fato, é que a lacuna deixada na grade curricular precisa ser suprida, cabendo inicialmente, esse contraponto, à esfera de extensão aberta pelo respectivo programa, para a própria comunidade acadêmica.
Une-se a tais razões, o fato de que o levantamento prévio da equipe de organização constatou que até a presente data não se realizou no estado nenhum evento da espécie, demandando pois iniciativa como a presente.

Objetivos

- Implementar na extensão evento com vistas a suprir a lacuna no programa de graduação, resultante da extinção da cátedra de História do Direito.
- Se possível trazer uma continuidade cíclica, preferivelmente anual, ao evento.
Programação:
26/11/2013 - Terça-feira:
14h - Abertura com o Coord. Científico do Evento: Dr. Ricardo Aronne
14h30 - Rodrigo Goulart Aguiar - O Tempo da Informação
15h - Conrado Paulino da Rosa - O Tempo das Famílias
16h - Wremyr Scliar - Tempo Sagrado e Tempo Profano
17h - Gustavo Oliveira de Lima Pereira - Vida Nua - o tempo do Hommo Sacer
19h - Germando Schwartz - O Direito e o Controle do Tempo
20h - Ana Clara Alves - Tempo de Certeza
21h - Bernardo Amorim e Caio Klein - Tempo, Família e Sexualidade

27/11/2013 - Quarta-feira:
14h - Augusto Jobim do Amaral - Tempos de Desconstrução
15h - Marcos Catalan - O Tempo e a Culpa
16h - Ricardo Hartmann - O Tempo da Máquina, o Tempo do Homem
17h - Plínio Melgaré - O Tempo da Norma
19h - Clarice Sohngen - O Tempo e a Linguagem
20h - Ezilda Melo - Contando o Tempo
21h - Ricardo Aronne - Códigos do Tempo

Comitê Executivo: Maria Sofia dos Santos, Tabata Palskuski, Jessica Pinheiro Oyarzábal, Ricardo Hartmann e Veyzon Muniz

sábado

II Seminário Historicidade do Estado e do Direito


II Seminário Historicidade do Estado e do Direito

Faculdade de Direito, UFBA

25, 26 e 27 de novembro de 2013

 

Apresentação:

 

A Universidade Federal da Bahia, através do Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado e do Direito, promove o II Seminário Historicidade do Estado e do Direito. Nesta segunda edição do evento, a Faculdade de Direito da UFBA tem como parceiro o Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos e sua área de concentração de Estudos Jurídicos. O evento acontecerá nos dias 25, 26 e 27 de novembro de 2013 na Faculdade de Direito da UFBA, tendo como público alvo estudantes, pesquisadores e público de uma forma geral, com emissão de certificados para participantes inscritos.

 

O Seminário tem como objetivo geral discutir criticamente o Direito como fenômeno histórico, revelando o papel do Estado e avaliando as interações entre sociedade e o meio ambiente na realidade brasileira.

 

Apresentando como objetivo específico socializar e aprofundar referenciais teóricos, históricos e jurídicos que fundamentam o processo de historicidade, problematizando a relação entre Direito e Estado. Estimular processos de experimentação, sistematização e apropriação de conceitos da Histórica do Direito. Discutir casos e relatos de resistência das maiorias ausentes da história, como os movimentos de remanescentes de quilombos, indígenas e demais povos e comunidades tradicionais.

 

Programação:

 

25 de novembro (segunda-feira)

 

18h30min – Abertura

 

Professor Doutor Celso Castro (Diretor da Faculdade de Direito da UFBA)

Professor Doutor Messias Bandeira (Direito do Instituto Milton Santos de Humanidades, Artes e Ciências)

 

19h00min – Exibição de filme “Chuvas de março”

 

 

19:30h Painel “Historicidade do Estado e do Direito”

 

Prof.ª Márcia Misi (UEFS)

Professora Ezilda Melo (FRB)

 

26 de novembro (terça-feira, manhã)

 

8h30min – Direito à Memória e à Verdade

 

Professor Doutor Joviniano Neto (FFCH/UFBA – Comissão Estadual da Memória e da Verdade) e Ricardo Maurício (Direito UFBA)

 

Denatedora: Claiz Gunça (PPGD/UFBA) e Cleifson Dias (PPGD/UFBA)

 

10h30min – Mesa de “Debate de Pesquisa Tribunal de Relação da Bahia e Revolta dos Búzios”

Painelista: Professo Doutor Julio Rocha (Faculdade de Direito da UFBA)

Debatedores: Mariana Cruz, Camila Russo, Jailson Armando Cá (Bolsistas CNPq e PERMANECER)

 

16h30min (às 18h30min) – Grupo de Estudos Direito e Sexualidades

 

26 de novembro (terça-feira, noite)

 

18h30min – Da atividade UFBA em campo à Atividade Curricular em Comunidades e Sociedade (ACCS)

 

Painelistas: Professora Doutoras Bladina Viana (Pró-Reitoria de Extensão da UFBA) e Professora Doutora Clelia Côrtes (IHAC/UFBA)

Debatedores: Roberta Nascimento e Joiacy Santos (Bolsistas PIBIC, CNPq e ACCS)

 

20h00min – Mesa de Debate: A Construção Histórica do conceito de Quilombola e Povos Indígenas

 

Painelista: Professor Doutor Ordep Serra (FFCH/UFBA) e Maria Hilda Baqueiro (PPGH)

Debatedores: Marli Mateus (PPGD/UFBA), Eduardo Braz e Roberta Neri (Bolsistas PIBIC, CNPq)

 

27 de novembro (quarta-feira, manhã)

 

9h00min – Perspectivas do Direito Romano

 

Painelista: Professor Doutor Marcio Mafra (Faculdade de Direito da UFBA)

Debatedores: Daniel Oitaven e Marcus Seixas Souza – PPGD/UFBA

 

10:30h Apresentação e visita guiada ao Memorial da Faculdade Direito da UFBA: Revelando o desconhecido

 

Painelista: Solenar Nascimento (Memorial da Faculdade de Direito da UFBA)

Debatedor: Jacqueline Sales Lima (Bolsista PIBIC, CNPq)

 

 

19h (às 21h00min) – Painel de Debate: a Faculdade de Direito e a área de concentração de Estudos Jurídicos do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades (2010-2013)

 

Professor Doutor José Sacchetta Ramos Mendes (IHAC/UFBA – Vice-Diretor)

Professor Doutor Julio Cesar de Sá Rocha (Faculdade de Direito da UFBA – Vice-Diretor)

 

21h30min – Encerramento

 

Informações adicionais:

 

Local da Inscrição: Faculdade de Direito

 

Período de Inscrições: 10/11/2013 a 22/11/2013

 

Horário: 8h00min às 20h00min

 

Número de vagas: 300

 

Gratuito – 20h de certificação

 


 

 

terça-feira

Eventos: Direito, Memória e Verdade

No dia 21/11, palestra do ex-ministro de Lula, Franklin Martins, um dos sequestradores do embaixador americano em 1969, sobre democratização da mídia brasileira, será na Faculdade de Arquitetura da UFBA, 19 horas.

No dia 25/11, em Conquista, Maria José Malheiros, a última clandestina brasileira em Paris, dá depoimento à Comissão da Verdade da Câmara Municipal. Ela já foi anistiada em sessão memorável na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, 24 de outubro.

Dia 3 ou 4 de dezembro, Emiliano José e Theodomiro Romeiro dos Santos darão depoimento na Comissão da Verdade do Governo do Estado da Bahia . 

segunda-feira

Lançamento do livro: Golpe. Tortura. Verdade

No próximo dia 11 de julho (quinta-feira), às 18h, na Livraria Cultura do Shopping Salvador, estarei lançando meu novo livro intitulado “Galeria F – lembranças do mar cinzento. Golpe. Tortura. Verdade”. É o meu décimo livro resgatando os horrores da ditadura militar.
Espero você lá. Um abraço.
Emiliano José
Emiliano José lança novo livro: Golpe. Tortura. Verdade.
Será no dia 11 de julho, às 18h, na Livraria Cultura do Shopping Salvador, o lançamento do novo livro do escritor e jornalista Emiliano José. A obra “Galeria F – Lembranças do mar cinzento (IV) – Golpe. Tortura. Verdade” (Caros Amigos Editora) tem prefácio do pesquisador de comunicação Venício A. de Lima, da Universidade Nacional de Brasília (UNB) e posfácio assinado por Paulo Vannuchi, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OEA. O autor resgata fatos nacionais, como o depoimento do ex-ministro Waldir Pires nos primeiros dias do golpe militar. Também retoma depoimentos de Carlos Marighella Filho e Marco Antônio da Rocha Medeiros, presos na Operação Radar que matou duas dezenas de dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em todo o país, sob comando direto do oficial Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de ter matado na tortura pelo menos 50 militantes políticos.
É o décimo livro do autor, sendo o quarto volume da série “Galeria F – Lembranças do mar cinzento”.Neste, o jornalista resgata o trágico assassinato de Gildo Macedo Lacerda, cujo corpo até hoje não foi encontrado, como tantos outros. Relata como ocorreu a emboscada que matou o líder revolucionário Carlos Marighella e narra o calvário de Mário Alves, dirigente do PCBR, morto empalado na tortura, como na Idade Média. Ele passa pela guerrilha do Araguaia, pelo assassinato do capitão Lamarca e as homenagens prestadas a ele, mais de 40 anos depois, na Bahia. O livro relembra as ações dos religiosos que se rebelaram contra a ditadura, como dom Helder, dom Timóteo e padre Cláudio Perani. Dedica um capítulo à coragem da advogada Ronilda Noblat, defensora dos presos políticos, recupera a história do combativo Apolônio de Carvalho e de Euclides Neto, ex-prefeito cassado pelo golpe em Ipiau, mais tarde secretário da Reforma Agrária no governo Waldir Pires.
COMBATE - O autor endereça uma carta de solidariedade a Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos, durante o linchamento midiático por ocasião do lançamento do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos. Sobre Emiliano ele escreve: “Jovem militante da resistência clandestina contra a ditadura de 1964, nos quadros da Ação Popular (AP), preso político durante quatro anos e vencedor no enfrentamento desigual com os torturadores, Emiliano sobreviveu e amadureceu como um intelectual da estirpe batizada por Gramsci com o conceito de orgânico. Jornalista, professor doutor universitário, parlamentar combativo na Assembléia Legislativa da Bahia, na Câmara de Vereadores de Salvador e na Câmara dos Deputados, vem se firmando como o mais disciplinado pesquisador e memorialista daquele ciclo heróico de insurgência contra a tirania”.
PELA VERDADE - Venício A. de Lima, em sua apresentação, explica que o livro contém 42 artigos, entrevistas, resenhas, reportagens publicados em revistas, jornais e sites na Internet. Mas o núcleo central é a repressão contra muitos que resistiram à ditadura na Bahia, embora fale de heróis da luta revolucionária de outros estados e inclusive da luta dos negros contra a escravidão. “O leitor tomará conhecimento de incríveis histórias de puro horror como a tortura inconcebível perpetrada contra duas crianças – Janaína e Edson. O que une todas as histórias, entretanto, é o compromisso com o total esclarecimento da verdade naqueles tempos sombrios. “Galeria F constitui um clamor vivo, quase um lamento”ressalta Venício A. de Lima.
DITADURA NÃO - Na Nota do Autor, Emiliano José anuncia que a presidenta Dilma Rousseff comparece na obra, com sua coragem diante dos torturadores e sua altivez face a face com seus interrogadores no tribunal militar. “Ninguém imagina ser agradável tratar dos crimes da ditadura. Mas essa é uma tarefa que não se pode deixar de lado (...) como parte de uma convicção de que aquele passado não pode se repetir. Foi uma época de barbárie, governada por facínoras e torturadores que se acreditavam senhores da vida e da morte (...) e vamos dando consciência às novas gerações de que ditadura nunca mais”, finaliza Emiliano José.

sexta-feira

Lançamento - Anais do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica da Bahia

 
Dia 04/07/2013 às 18h teremos o Lançamento dos Anais do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica da Bahia, que ocorrerá no Teatro Eva Hertz da Livraria Cultura do Shopping Salvador. Nesta oportunidade, teremos a participação do Diretor da Faculdade Ruy Barbosa, Rogério Flores; do Professor, Jurista e Vereador Edvaldo Brito; do Escritor, Advogado e Jornalista Joaci Góes, da Advogada e Professora Christianne Gurgel, da Defensora Pública e Professora Andea Tourinho, da Doutora em Crítica e Literatura e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa - Prof. Maria Helena Franca; da Advogada, Professora e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa" - Prof. Ezilda Melo, do Juiz e Professor, Rodolfo Pamplona.
Todos os participantes listados contribuíram efetivamente para a feitura do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica da Bahia, com a escritura de artigos, que compõem o material impresso dos Anais. Na noite do lançamento dos Anais do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica da Bahia, que serão distribuídos gratuitamente, teremos a participação especial do Prof. Dr. Ricardo Aronne, da PUC-RS, que palestrará sobre "Um Código na Contramão da História: de Ruy a Orlando".
Após a palestra, segue-se o lançamento da obra "Razão e Caos no Discurso Jurídico e outros ensaios de Direito Civil-Constitucional", do Prof. Ricardo Aronne.

Contamos com o apoio institucional da FAPESB, da Faculdade Ruy Barbosa, da Associação Baiana de Imprensa, da Fundação Orlando Gomes e do Museu Casa de Ruy Barbosa.
 

terça-feira

Lançamento dos Anais do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica e Lançamento do livro "Razão e Caos no Discurso Jurídico"


 
 
 
 
Os grupos de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa" e "Célebres Juristas Baianos", juntamente com a Faculdade Ruy Barbosa, a Fundação Orlando Gomes, o Museu Casa de Ruy Barbosa e a Associação Baiana de Imprensa convidam para a palestra do Dr. Ricardo Aronne, "De Ruy a Orlando: um código na contramão", dia 04/07/2013, às 18h no Teatro Eva Hertz da Livraria Cultura. Na oportunidade, faremos o encerramento do I Colóquio Memorial da Cultura Jurídica e lançamento de seus Anais, com artigos da Prof. Andrea Tourinho, do Prof. Rodolfo Pamplona Filho, da Prof. Ezilda Melo, do Prof. Edvaldo Brito, da Prof. Maria Helena Franca Neves, do Jornalista Joaci Góes, dentre outros.
Às 19h da mesma noite, teremos o lançamento da magnífica contribuição ao Direito "Razão e Caos no Discurso Jurídico", do Prof. Ricardo Aronne. Esperamos você.

quarta-feira

Semana Nacional - Memória e Direitos Humanos

 
 
O Grupo de Pesquisa "Memória, Verdade e Transição", Coordenado pelas Professoras Andrea Tourinho e Ezilda Melo, em homenagem à Semana Nacional - Memória e Direitos Humanos, iniciada em 01/04/2013, organizou um CineJur com a exibição do Filme "Marighella", no dia 04/04/2013, às 18h30, na Faculdade Ruy Barbosa, sala 303-A.
Após a exibição do filme, teremos um debate com o ex-preso político, Deputado Federal, Jornalista e autor da obra "Marighella", Emiliano José.´
O evento é gratuito e aberto ao público.

segunda-feira

Tempo e História - reprise do documentário sobre Ruy Barbosa



Quem não pôde assistir ontem, essa semana inteira temos reprise do documentário "Ruy Barbosa", na TV Justiça.   Neste documentário, são exibidas diversas entrevistas, dentre estas a com o Prof. Rogerio Flores, Diretor Geral da Faculdade Ruy Barbosa, Dr. Cesar Faria, da Academia de Letras Jurídicas da bahia, Dra. Maria Helena Franca, minha colega pesquisadora do grupo "Contando e Recontando Ruy Barbosa". E também uma minha, que foi concedida no Museu Casa de Ruy Barbosa, onde enfoquei o lado humano/sentimental do Águia de Haia. O programa foi gravado, tanto na Bahia, quanto no Rio de Janeiro e faz parte de um resgate histórico de personalidades jurídicas. A equipe de gravação foi muito profissional e solícita. O resultado ficou excelente. Vale a pena assistir.

 
"A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda."Ruy Barbosa
 
O documentário sobre Ruy Barbosa fica no ar até o dia 12/04.
A TV justiça no canal aberto pode ser sintonizada pelo canal 53, Sky 117 e Net canal 10.
Programação da semana: de 31/03/2013 a 05/04/2013
DOM. 21H30 INÉDITO
SEGUNDA - 22H
TERÇA – 18H
QUINTA – 10H30
SEXTA – 9H30
 
Professora Ezilda Melo dos Grupos de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa" e "Célebres Juristas Baianos".
 
    Prof. Rogério Flores, Diretor Geral da Faculdade Ruy Barbosa
 
Dr. Walter Pinheiro - Presidente da Associação Baiana de Imprensa
 
 

Dra. Maria Helena Franca dos Grupos de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa" e "Célebres Juristas Baianos".

César Faria - Presidente da Academia de Letras Jurídicas da Bahia
 
 
 

quinta-feira

I Semana de Direitos Humanos da Faculdade Ruy Barbosa


Diálogos: Direitos Humanos e Alteridade – I Semana de Direitos Humanos da Faculdade Ruy Barbosa
Datas: 14 e 15 de dezembro
Auditório da Faculdade Ruy Barbosa – Campus Rio Vermelho - Rua Theodomiro Batista, 422 – Rio Vermelho – Salvador – Bahia - (71) 3205-1700

Coordenação Científica do Evento: Professoras Andrea Tourinho e Ezilda Melo
 
 Entrevista para a Rádio Comunidade
 
 
Apresentação:

 
O grupo de pesquisa “Justiça de transição: memória e verdade” da Faculdade Ruy Barbosa tem como primeira ação convidar a sociedade ao debate,  à reflexão e permitir diálogos de direitos humanos e alteridade em uma sociedade democrática.  Propomos  os diálogos na programação abaixo:

 
Dia 14/12/2012 – Diálogo 01 – Discriminação e Alteridade - 09h

Painel 1- Gênero

 Presidente de Mesa: Profa. Juliette Robichez

Debatedoras: Advogada Vanessa Alves e Defensora Pública Cristina Ulm Ferreira

Convidados:  Paulette Furacão - Coordenadora do Núcleo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) da Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).

 


Tema: “ O Movimento LGBT e Direitos Humanos”.
Márcia Lisboa – Juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

 
   
Tema: “ Lei Maria da Penha e suas controvérsias”.

 Painel 2- Racismo - 10:20

 Convidado: Aílton Ferreira – Secretário Municipal da Reparação.

 Tema: “ Racismo institucional”.

 Lançamento do Livro "Crimes contra a Cidadania", da Prof. Andrea Tourinho


Encerramento: 12h
 

                    
Diálogo 02 – Direitos Humanos e Arte

 Presidente de Mesa: Prof. Ezilda Melo
 

15h – Exibição do Documentário “Ser – Tão Inocente: as crianças de Monte de Santo", da Defensora Pública, Marta de Oliveira Torres.



 

16h - Debatedor: Edmundo Kroger - Coordenador do Cecup - Centro de Educação e Cultura Popular - Conselheiro do Conselho Estadual e Nacional e Coordenador do Fórum DCA – BA
 
 Dia 15/12/2012 – 09h

 Diálogo 03: Justiça de Transição: Reparação, Memória e Verdade

 Presidente de Mesa: Andrea Tourinho

 Convidados:


Vera Karam - Vice-diretora da Faculdade de Direito da UFPR. Coordenadora  do Núcleo de Constitucionalismo e Democracia do PPGD da UFPR. Editora da Revista da Faculdade de Direito da UFPR. Tema: “ A justiça de transição no Brasil”

Joviniano Neto - Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e Coordenador do Comitê Baiano pela Verdade. Tema: “  A instauração do Comitê Baiano pela Verdade”.

 

Debates

11h20- Diva Santana - Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia. Tema: “ as  lutas e conquistas da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia – O caso Araguaia”.

Carlos Marighella Filho –  Tema: “ Projeto Memorial Marighella”.


Debates
12h - Encerramento                                                           

sexta-feira

Homenagem a Ruy Barbosa



Hoje, homenageia-se com mais ênfase Ruy Barbosa, porque a data de primeiro de março é o dia que relembra a morte do Águia de Haia. Neste ano de 2013, são 90 anos de partida.


Tivemos, na Faculdade Ruy Barbosa, uma justa homenagem àquele que foi o maior jurista de todos os tempos. Contamos com a presença do Presidente da Associação Baiana de Imprensa, Walter Pinheiro,  do Advogado Antônio Luiz Calmon Teixeira, e de uma seleta plateia.

 
Chamei atenção para a necessidade da leitura das obras de Ruy Barbosa, em especial "Oração aos Moços" e "O dever do Advogado". Esses livros podem ser baixados nos seguintes endereços eletrônicos, respectivamente:



Meus alunos da Faculdade Ruy Barbosa, das disciplinas "Introdução eo Estudo do Direito" e "Profissões Jurídicas" deverão lê-los, pois debateremos em sala.  Meus alunos de História do Direito, da Faculdade Social da Bahia, deverão lê-los, destacando as contribuições do Águia de Haia para o Direito Contemporâneo. Todos meus alunos e ex-alunos, fica a dica da leitura.

 A biografia de Ruy Barbosa é muita extensa. Destaquei, conforme entrevista que concedi à TV Justiça, e que irá ao ar no dia 31/01/2013 no Programa "Tempo e Memória",  o lado humano e sentimental. Quando conheceu sua estimada Maria Augusta descobriu o amor verdadeiro. No período que namoraram à distância, escreveu 64 cartas de amor e saudade, que estão editadas na obra "Cartas à Noiva".

Concedi duas entrevistas, que vão ao ar hoje,  ainda no sentido da homenagem ao ilustre baiano: para a TV Aratu e para o Jornal da Educadora.

Por fim, lhes deixo uma carta de amor de Ruy enviada à Maria Augusta:

Maria..., minha muito querida noiva. Pedes-me, na encantadora carta que tantas horas de suave alegria me tem dado, não me entregue eu absolutamente à tristeza a ao desânimo. Um desejo teu é para mim mais que uma ordem; não atua só na minha vontade: subjuga, até, domina, transmuda os meus mais íntimos sentimentos. Podes, portanto, tranqüilizar-te. Graças à influência daquelas linhas de tua mão, já agora a saudade, por mais que me consuma, não me é tão amarga, nem me entorpece a atividade, que necessito para me não sair mal desta minha árdua tentativa. Como, porém, o teu senhorio é brando e cheio de afeto, hás de me permitir que eu ponha uma condição à minha docilidade: é que repitas constantemente a tua primeira fineza, é que me escrevas com a mesma freqüência com que eu o tenho feito. Basta que diariamente reserves dez minutos do teu tempo, e os empregues em dar notícias tuas a teu noivo, em cujo coração cada meiga palavra tua é reanimadora como um celeste orvalho. Ainda quando te fosse um sacrifício, que tenho certeza não é, persuado-me que não hesitarias, com a alma que eu te conheço, em fazeres-me este bem, do qual ninguém neste mundo, senão tu, possui para comigo. Infelizmente, ao passo que daqui para a Bahia temos tido não sei já quantos correios, muitos dias têm decorridos sem termos comunicações do norte. A minha ansiedade, pois, é imensa. Resignado, como bem vês que, até onde é possível, estou, devo, todavia, ter a franqueza de confessar-te que ocasiões há em que a saudade me dói infinitamente. Ainda ontem, minha querida noiva, tive que retirar-me desorientado, precipitada e quase maquinalmente de uma casa, onde fora a uma visita de cortesia. Duas raparigas lembram-se de cantar. Imagina agora o quê, minha Maria..., “Rizzio e Maria” e “Io vivo e Io t’amo!, cantaram isso e sucessivamente, um dueto após outro, como se um capricho do acaso pretendesse aumentar ainda, com essa espécie de acinte os meus íntimos sofrimentos. Faltava ali a arrebatadora voz de nossa Irmãnzinha Adelaide: faltava a doçura deliciosa e terníssima de tua voz.. Mas, querida noiva de minha alma, a frase, a música eram as mesmas. A minha sensibilidade, já excitadíssima,, acordou-me, portanto, como uma vivacidade irrepreensível. Ah! Com que amargor todas as recordações mais felizes, mais poética e mais puras de nosso amor não me reviveram então!,e que saudade, que cruel, que insuportável saudade! Não me pode conter, minha querida noiva. Nem sei o desazo com que me despedi, nem te posso contar as lágrimas que em casa, logo depois, chorei, relendo então, para refúgio de minha alma, obscurecida de indizível tristeza, a tua carinho carta, que já tenho de cor. Que informações me dará da nossa amada Irmãzinha Adelaide? Diz-me o coração que todos os perigo ter-se-ão já desvanecido. É o que eu com maior sofreguidão espero saber. No entanto, abraça-a, e acaricia-a tu muito afetuosamente, em nome deste irmão, que sincera e decididamente estremece por ela, pela sua vida, pela sua felicidade, por todos aqueles a quem ela ama. Beija também a Mamãe, a Mimita e Anitinha. A teu Pai, ao Dobbert, ao Souto mil lembranças e abraços. A este nosso caríssimo amigo dize especialmente que eu escrevi-lhe ontem; mas que, tendo, por me não lembrar de que hoje era dia santo, deixado a carta na gaveta do meu escritório, não sei se haverá meio de a remeter por este vapor. Entretanto,vou tenta-lo; e, para esse fim, sigo agora de propósito para a cidade. O Cazuza que aceite muitos abraços e saudades, e tu, em mil beijos, imaginados apenas, mas não menos sentidos, ardentes, apaixonados, o coração de teu noivo. RUI Corte, 15 de junho de 1876 Cartas à noiva Maria Augusta, De: Rui Barbosa FCRB (Fundação Casa de Rui Barbosa)
 



quinta-feira

“1º de Março de 2013 – 90 anos do falecimento de Ruy Barbosa”

A passagem, em 1º de março do corrente ano, dos 90 anos da morte do jornalista e jurista baiano Ruy Barbosa (1849-1923) será reverenciada no dia com a palestra do advogado Antonio Luiz Calmon Teixeira na Faculdade Ruy Barbosa, campus do Rio Vermelho, às 9h30. O evento será promovido pela Faculdade, pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), pelo Instituto de Advogados da Bahia e pelo Grupo de Pesquisa "Contando e Recontando Ruy Barbosa", coordenado pelas Professoras Ezilda Melo e Maria Helena Franca.

O advogado Antonio Luiz Calmon Teixeira é presidente do Instituto de Advogados da Bahia e do Colégio de Presidentes dos Institutos de Advogados do Brasil. O presidente da ABI, jornalista Walter Pinheiro, o convidou e a iniciativa contou com a aquiescência do diretor da Ruy Barbosa, professor Rogério Flores. A palestra será dirigida a alunos do Curso de Direito, colegas e amigos do orador, diretoria da ABI e público em geral.

A ABI e a Faculdade Ruy Barbosa, do grupo norte-americano DeVry, são parceiros na preservação e manutenção da Casa de Ruy Barbosa, localizada na rua do mesmo nome, imóvel em que o jurista baiano nasceu e onde estão objetos que lhe pertenceram e livros, quadros e documentos afins com ele.

terça-feira

Tempo e História: Ruy Barbosa

 
Tive a honra de ser convidada a dar uma entrevista sobre Ruy Barbosa, na segunda 25/02/2013, no Museu Casa de Ruy Barbosa, no Pelourinho. Os alunos que tiverem interesse em assistir, estão convidados a aparecem lá a partir das 15h.
 
Sobre o Programa:
 
Assista na TV DOM 21H30 SEG 22H30 TER 18H00 QUA 09H00 QUI 10H30 SEX 10H00
A série de documentários “Tempo e História” apresenta, a cada episódio, uma personalidade marcante do direito. Além dos fatos que delinearam sua biografia, os especialistas discorrem sobre as ideias e valores que levaram a personalidade em destaque a uma trajetória brilhante. In:https://www.youtube.com/watch?v=96K8Hf3Mq3g
 
 
 
 

segunda-feira

Faculdade Ruy Barbosa promove o I Seminário Diálogos, Direitos Humanos e Alteridade.

Em homenagem ao Dia dos Direitos Humanos, comemorado hoje,  dia 10 de dezembro, a Faculdade Ruy Barbosa realiza o I Seminário Diálogos, Direitos Humanos e Alteridade, nos dias 14 e 15 de dezembro, no auditório do campus da instituição, no Rio Vermelho, a partir das 9h. O evento visa proporcionar um debate e permitir diálogos sobre os direitos humanos em uma sociedade democrática, além de gerar discussões para que a sociedade amadureça sobre questões relativas ao tema. O seminário é dividido em 03 Diálogos: 
Diálogo 01 – Discriminação e Alteridade; Diálogo 02 – Direitos Humanos e Arte e Diálogo 03: Justiça de Transição: Reparação, Memória e Verdade.

Promovido pelo Grupo de Pesquisa “Justiça de Transição: Memória e Verdade”, da Faculdade Ruy Barbosa, o seminário conta com a participação da Profa. Vera Karam, membro da Comissão de Verdade do Paraná; Paulette Furacão, Coordenadora do Núcleo LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros; Aílton Ferreira – Secretário Municipal da Reparação; Márcia Lisboa – Juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; Leo Toniolo - Mestre Budista, Fundador da Embaixada da Paz; Eleonora Ramos - Jornalista, Coordenadora do Projeto Proteger, Edmundo Kroger - Coordenador do Cecup - Centro de Educação e Cultura Popular - Conselheiro do Conselho Estadual e Nacional e Coordenador do Fórum DCA – BA, Marta Torres - Defensora Pública;  : Almiro Sena – Secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos – SCJDH; Joviniano Neto - Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e Coordenador do Comitê Baiano pela Verdade; Diva Santana - Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia; Carlos Marighella Filho – Advogado. A Comissão Científica do Evento é composta pelas Professoras Andrea Tourinho, Juliette Robichez e Ezilda Melo. As inscrições são gratuitas no dia do evento.


  PROGRAMAÇÃO

Diálogos: Direitos Humanos e Alteridade – I Semana de Direitos Humanos da Faculdade Ruy Barbosa
14 e 15 de Dezembro
Auditório da Faculdade Ruy Barbosa – Campus Rio Vermelho
200 lugares
Rua Theodomiro Batista, 422 – Rio Vermelho – Salvador – Bahia - (71) 3205-1700

Apresentação:

O grupo de pesquisa “Justiça de transição: memória e verdade” da Faculdade Ruy Barbosa tem como primeira ação convidar a sociedade ao debate,  à reflexão e permitir diálogos de direitos humanos e alteridade em uma sociedade democrática. A data de 10 de dezembro representa, internacionalmente, o dia dos Direitos humanos.  Em Salvador, neste dia, dá-se início a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que tem como objetivo estabelecer um diálogo com o povo brasileiro sobre seus direitos fundamentais. No Centro Histórico de Salvador haverá uma Mostra de Cinema e Direitos Humanos na Rua, além de diversos filmes que serão exibidos na Sala Walter da Silveira, entre os dias 14 e 20 de dezembro. Todas essas ações são emblemáticas no sentido de possibilitar que a sociedade civil amadureça e reflita sobre questões relativas ao tema.

Não podemos ficar inertes diante de uma data histórica tão importante. Por isso, propomos os diálogos de direitos humanos e alteridade na programação abaixo:

Coordenação Científica do Evento: Professoras Andrea Tourinho, Ezilda Melo e  Juliette Robichez.

 

Dia 14/12/2012 – Diálogo 01 – Discriminação e Alteridade - 09h

Painel 1 - Gênero

Presidente de Mesa: Profa. Juliette Robichez
Debatedoras: Advogada Vanessa Alves e Defensora Pública Cristina Ulm Ferreira

Convidados:  Paulette Furacão - Coordenadora do Núcleo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) da Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).
 
Tema: “ O Movimento LGBT e Direitos Humanos”.

Márcia Lisboa – Juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Tema: “ Lei Maria da Penha e suas controvérsias”.

Debates- Tribuna Livre


10h - Lançamento do Livro: “ Crimes contra a Cidadania-instrumental para a proteção penal dos direitos das minorias” de autoria da professora e Defensora Pública  Andrea Tourinho ( FRB). Local: Auditório da Faculdade Ruy Barbosa, Campus Rio Vermelho.

 
Painel 2- Racismo - 10:20

Convidado: Aílton Ferreira – Secretário Municipal da Reparação.

Tema: “Racismo institucional”.

10: 45- Debate e Tribuna Livre


11:20 - Painel 3 - Cultura de paz

Convidado: Leo Toniolo-  Mestre budista, fundador da Embaixada da Paz”.

Tema : “Direitos Humanos e Cultura de paz”

Encerramento: 12h
                      

Diálogo 02 – Direitos Humanos e Arte

Presidente de Mesa: Prof. Ezilda Melo

14h - Palestra com Eleonora Ramos - Jornalista, Coordenadora do Projeto Proteger.

15h – Exibição do Documentário “Ser – Tão Inocente: as crianças de Monte Santo”, da Defensora Pública Marta Torres.

16h - Debatedor: Edmundo Kroger - Coordenador do Cecup - Centro de Educação e Cultura Popular - Conselheiro do Conselho Estadual e Nacional e Coordenador do Fórum DCA – BA

Encerramento: 17h


Dia 15/12/2012 – 09h

Diálogo 03: Justiça de Transição: Reparação, Memória e Verdade

Presidente de Mesa: Andrea Tourinho

Convidados:

Vera Karam - Vice-diretora da Faculdade de Direito da UFPR. Coordenadora  do Núcleo de Constitucionalismo e Democracia do PPGD da UFPR. Editora da Revista da Faculdade de Direito da UFPR. Tema: “ A justiça de transição no Brasil”

Joviniano Neto - Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e Coordenador do Comitê Baiano pela Verdade. Tema: “A instauração do Comitê Baiano pela Verdade”.

Debates

11h20- Diva Santana - Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia. Tema: “As lutas e conquistas da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia – O caso Araguaia”.

Carlos Marighella Filho – Advogado- Tema: “ Projeto Memorial Marighella”.

Debates

12h - Encerramento