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terça-feira

Ensaios da Orkestra Rumpilezz



Destaques como o ensaio da Orkestra Rumpilezz com as participações de Saulo Fernandes e Ellen Oléria fecham mês marcado por mais de 50 shows e eventos

A programação de setembro de 2013 está chegando ao fim no Pelô, mas ainda dá pra curtir com muito samba, reggae, forró e outros ritmos que vão agitar os espaços do Pelourinho. Toda programação cultural é promovida pelo Centro de Culturas Populares e Identitárias - CCPI, órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia - Secult/BA.
A semana já começa quente. Na terça-feira (24), tem a apresentação das meninas do Samba Maria celebrando o samba de raiz no Largo Quincas Berro D'Água. No Largo Pedro Archanjo a apresentação fica por conta da Banda Cativeiro, a banda de reggae baiana que traz no repertório músicas autorais e releituras de grandes nomes do reggae nacional e internacional. O Largo Tereza Batista abre alas ao tradicional forro pé de serra, com Zé de Tonha.
Na quarta (25), tem a última noite do projeto Ensaios dos Blocos Afros e Afoxés que traz ao Largo Quincas Berro D'Água, às 20h, o Afoxé Kambalagwanze e Afro Ginga do Negro promovendo um grande espetáculo dos blocos de matrizes africanas para o público.
Na quinta (26), vai ser uma noite de samba. No Largo Tereza Batista tem o Ensaio Roda de Samba Mucum'g com a participação de Fora da Mídia, Samborim, Swing Xenon e Mônica Melo. O evento começa às 20h e os ingressos custam R$ 10. Já no Largo Quincas Berro D'Água, o cantor Neto Balla promove o Projeto Viola Vadia, trazendo o verdadeiro samba de raiz com a participação de Sérgio, ex-cantor e cavaquista do Grupo Fundo de Quintal. O projeto começa às 20h e os ingressos custam R$ 20.
Para aquecer o final de semana, na sexta (27), a mistura de ritmos com a diversidade musical africana e um toque de musica regional vai explodir no Largo Pedro Archanjo com João Gonzaga. No Largo Quincas Berro D'Água, a banda Mistah B promove uma mistura da música brasileira dançante com ritmos caribenhos em um show super animado. E no Largo Tereza Batista, tem a 2ª edição dos Ensaios da Orkestra Rumpilezz, com a participação de Ellen Oléria e Saulo Fernandes. O show começa às 21h e os ingressos custam R$ 20.
Final de Semana
No sábado (28), a animação no Pelô começa às 09h, no Largo Pedro Archanjo com o projeto O Pelô que Toca e Dança comandado por Mestre Jackson e promovido pela Associação Cultural União das Raças - ACURA. Já à noite, Maviael Melo faz um show poético e singular no Largo Pedro Archanjo; J Veloso e os Cavaleiros de Jorge tomam conta do Largo Tereza Batista; e propondo uma fusão da Bossa Nova com a diversidade musical baiana, o grupo Bossa From Bahia faz show no Largo Quincas Berro D'Água. Toda a programação começa às 21h.
No domingo (29), tem o Festival da Viola de Doze no Largo Pedro Archanjo, às 14h. Para comemorar mais um ano de bom samba, a banda Viola de Doze traz no repertório músicas do novo CD e grandes sambas conhecidos pelo público, com a participação do Cortejo Afro, Gang Ê, Conexão Negra, Filosofia de Quintal e Dualdinho, além de Tonho Matéria, Serginho (Adão Negro), Dado Brazaville, Tote gira e Rito Negrão. Os ingressos custam R$ 20. Já no Largo Tereza Batista, acontece o evento Gastronomia Negra da Bahia, que contará com as atrações Grupo Bambeia, Sangue Brasileiro, Partido Popular, Movimento, Aloísio Menezes e muito mais! Além de expor a temática da trajetória, a valorização e realidade da Mulher Negra Culinarista. Os ingressos custam R$ 20.
Fonte: Programção do Pelô

sábado

Acorda Maria Bonita

Acorda Maria Bonita
Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando
E a polícia já está de pé

Se eu soubesse que chorando
Empato a tua viagem
Meus olhos eram dois rios
Que não te davam passagem

Cabelos pretos anelados
Olhos castanhos delicados
Quem não ama a cor morena
Morre cego e não vê nada

Aboio Apaixonado

Aboio apaixonado de Luiz Gonzaga:
 
 



segunda-feira

Flores

Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
FLORES
FLORES
As flores de plástico não morrem

De: Charles Gavin, Tony Bellotto, Paulo Miklos e Sérgio Britto

Link: http://www.vagalume.com.br/titas/flores.html#ixzz2dmH1ymRU

Amores e flores de setembro


Setembro das flores e dos amores...



Trilha sonora: Sol de Primavera, do meu querido amigo Ronaldo Bastos, padrinho da minha princesa, Anna de Melo Calazans. Ouvi tanto na gestação e a pequena me presenteou ao nascer numa tarde de um sábado ensolarado de setembro. Desde que a vi, pela primeira vez em meus braços, tive certeza que ela nasceu para me ensinar. Amor de mãe, amor maior, amor sem fim.

Minha filha, essa música é sua, desde sempre:

Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez...
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar...
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer...
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Aprender...
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer...
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cór
Só nos resta aprender
Aprender...

Um mês muito especial, para mim.

Além das flores, também é mês dos amores. E para estes, Oswaldo Montenegro:

Cada alegria desfaz algum nó
Não é preciso entender as paixões
Cada manhã vai te encontrar
Mesmo sem você querer
Mesmo se o sono durar
Sim cabe ao amor te aliviar
Do que te cansa
Sai dança no sol solta tua voz
Que a luz te alcança
Dança
Dança
Que o mundo vai te esquecer
Que o mundo não vai lembrar
Dança
Dança
Cada surpresa desfaz o que for
Não é preciso guardar as canções
Cada intenção muda de cor
Cada alegria é uma voz
Que alguem vai ter que escutar
Sim tudo é em vão nada é em vão
Então descansa
Sim nada demais tudo se faz
Vira lembrança
Dança
Dança
Que o tempo vai te levar
Que o tempo vai sem voce
Dança
Dança
Dança

https://www.youtube.com/watch?v=9nK5sUqLuJk

João de Barro

O meu desafio é andar sozinho
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar
Traz nas asas um novo dia
Me ensina a caminhar
Mesmo eu sendo menino aprendiz
Oh meu Deus me traz de volta essa menina
Porque tudo que eu tenho é o seu amor
João de Barro eu te entendo agora
Por favor me ensine como guardar meu amor



terça-feira

Trecho da obra "O Primo Basílio", de Eça de Queiroz

"Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia
delas
Como um corpo ressequido
que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo de estima por si mesma!
E parecia-lhe que entrava enfim numa existência
superiormente interessante...
Onde cada hora tinha seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase...
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações..."

Como gosto dos cantores que usam poesia/literatura na música. Declamações são um luxo.


Link: http://www.vagalume.com.br/marisa-monte/amor-i-love-you.html#ixzz2Mh30jAH0

sábado

Março chegou. Que as águas caiam, molhem e lavem.

Quando chega março a primeira coisa que lembro é do aniversário da minha irmã maravilhosa. A primeira. Minha bonequinha. Ela nasceu no primeiro do mês.

Março também me lembra a comemoração do dia internacional da mulher. Toda ela gera a vida.

E tem uma música que é especial "Águas de Março":


"É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol


São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração".  Tom Jobim


Que as águas de março caiam no sertão. A falta de água no Nordeste brasileiro é um problema muito maior do que, simplesmente, climático.

 Um boa leitura sobre a temática é "A invenção do Nordeste e outras artes", do meu ex e eterno Professor Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior. Acessem:
http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/durval/artigos/segunda_remessa/nos_destinos_da_fronteira.pdf

Poeta, "Águas de Março, agora também me lembra você e sua pronúncia perfeita de cada palavra dessa belíssima canção.

Imagine

"Imagine" - John Lennon

 
A proposta ricoeuriana defendida em Du texte à laction (1986) é:"embora primordialmente pertencente à esfera do discurso; a imaginação pode ser generalizada à esfera da ação".

sexta-feira

Paroano Sai Milhó - 50 carnavais


50 Carnavais do Paroano Sai Milhó


Emoções - Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo...
São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...
Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo...
Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...
São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...
Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

Epifania, como diria uma humanufatura poética.

Gonzaga, Timbó e Jeneci


Hoje vou deixar algumas dicas culturais:

A começar por um filme brasileiro que está em cartaz. Sou artística por natureza e amo os trabalhos bem feitos, a poesia  das cenas e das composições. Sai do filme "Gonzaga - de pai para filho" extremamente cheia de mim. Os bons filmes fazem isso. Nos levam além de nós e nos devolvem entusiasmados de vida. O filme de Breno Silveira tem conteúdo,  conflitos, reflexões e músicas lindas (verdadeiramente lindas). Os universos musicais diversos, o de Luiz Gonzaga e do seu filho, Gonzaguinha, encontram-se pelo amor, elemento primordial nas relações humanas. A tristeza de saber o quanto Gonzaguinha sofreu pela ausência paterna me faz pensar que os sentimentos explodiram na música, muitas vezes melancólica, que ele fez. O sofrimento humano, de dois gênios musicais,  ficou pequeno diante da infinita beleza que há nas composições de ambos, e que nos ficou como legado. A beleza do sertão e a pureza d'alma do rei do baião foram muito bem retratadas. Destaque para a atuação de Chambinho do Acordeon, que como sabemos, não é ator, mas se saiu maravilhosamente bem, dando um frescor à fase cronológica intermediária  de Luiz Gonzaga. São muitos atores em cena para dar conta de 6 décadas. A semelhança física dos atores foi algo que também me chamou bastante atenção. É um filme comovente. É também alegre. Confesso que chorei muito mais que ri. Mas, sai feliz do filme. Merece muito ser visto.



A segunda dica é o show de Marcelo Timbó que está se apresentando nas noites das quintas de novembro no Teatro do Sesi, no Rio Vermelho. Com seu primeiro CD e seu show "Seja Bem-vindo", ele mostra o que é que o baiano tem. Ele canta, com um vozerão maravilhoso,  a Bahia de Jorge Amado (atenção para os útlimos dias da Mostra sobre Jorge Amado no MAM-BA) , e faz um mesclado bem pessoal que aglomera vários estilos como samba, jazz, baião, bossa-nova e blues. A Banda que o acompanha é excelente, composta por vários músicos magníficos, aqui de Salvador. É linda a participação da cantora dinarmaquesa Stina Sia, que além da voz, é extremamente bela e tem muita presença de palco. A direção musical é de Paulinho Andrade, que também assina os arranjos e fez uma releitura de "Alegre menina", que na voz de Timbó, ficou incrível. "Tempo Blues", uma faixa autoral, foi uma música que me chamou  atenção e que nos faz reconhecer influências musicais do músico-cantor-ator-compositor-escritor, que se apresenta vestido das cores de Jorge.  O canto do "sereio" enfeitiça. Quando canta Gonzaguinha e Tom Jobim o show vira showzaço. Nas interações com o público demonstra  que tem o dom da oratória, clareza de ideias e bom coração. Bem que poderia usar um chapéu e algumas contas no pescoço.


E a última dica é show de Marcelo Jeneci, hoje à noite no TCA. Jeneci tem embalado minha atual trilha sonora, especialmente com a música "Felicidade". Se vocês, forem, meus queridos, nos encontraremos lá. A todos bom feriado, e deixo aqui o clipe da canção mencionada, e a todos desejo: Felicidade.


 http://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI
"Felicidade é só questão de ser" Feliz.


terça-feira

Concertando - dica cultural para o domingo 18/11

CONCERTANDO NESTE DOMINGO!
 O quê? Projeto Coral da Escola de Música da UFBA
 Quando? dia 18/11
 Que horas? 11h
 Onde? Salão Nobre da Reitoria da UFBA no Canela
 ENTRADA FRANCA
Coordenado pela Profa. Dra. Leila Dias, o Projeto Coral do Curso de Extensão da Escola de Música da UFBA em 2012 é composto por três corais contemplando as faixas etárias infantil, juvenil e adulto. Ele tem como objetivo desenvolver nos coristas o gosto pela prática de canto coletivo. Este é o segundo concerto de 2012 com a participação do Coral Infantil, Grupo “Eu canto e Danço” e do Coral Melodias. O grupo “Eu canto e danço” é o coro de jovens que tem em sua experiência coral não só o canto, mas também o teatro e a dança, ampliando desse modo seu desenvolvimento estético musical.

quarta-feira

Noite para Clementina



Para homenagear Clementina de Jesus, o Cine Teatro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas) realiza o evento Noite para Clementina. Na próxima quinta-feira, dia 19, a partir das 18h, a memória de Clementina será celebrada com exposição de imagens, exibição de documentário e realização do tributo No Quintal de Quelé.

Há 25 anos, no dia 19 de Julho, a cantora carioca Clementina de Jesus, aos 86 anos, se despediu do mundo material, deixando um legado para Música Popular Brasileira. O seu timbre gutural, a sua forma ímpar de cantar, o seu vasto repertório que oscilou entre clássicos do samba, do partido alto, e músicas de raiz como vissungos, jongos, maracatus, a sua vida simples, tudo isso tornou a Rainha Quelé, como popularmente era conhecida, em um ícone, uma referência para a musicalidade afro-brasileira.

A Noite para Clementina integra o Julho + SOLAR, programação especial que comemora 28 anos do Cine Teatro Solar Boa Vista, espaço cultural da Secretaria de Cultura do Estado. “O avivamento da memória dessa mulher guerreira, dessa artista negra, no mês em que esta casa está fazendo aniversário, é muito mais que um presente, que uma celebração. Representa uma religação do Solar Boa Vista e de seu entorno, predominantemente negro, à nossa ancestralidade afrodescendente” – comenta emocionado Chicco Assis, coordenador do Solar.

Nas homenagens a Clementina, marcam presença o diretor Werinton Kermes e a pesquisadora e roteirista Míriam Cris Carlos realizadores do vídeo-documentário Clementina de Jesus: Rainha Quelé, que mais uma vez será exibido no Solar. A emoção que o documentário provoca em artistas e admiradores de Clementina, impulsionou os artistas Juliana Ribeiro e Chicco Assis a dirigirem um tributo coletivo, com participação de mais de 30 artistas intitulado “No Quintal de Quelé”.

Para Juliana Ribeiro, “Quelé tem a capacidade de sintetizar trezentos anos de história em três minutos de canção. Isso é que me faz brilhar os olhos toda vez que ouço Clementina de Jesus. Porque ela traz à tona esse elo entre o nosso arquétipo mais antigo e africano e a nossa modernidade, o nosso contemporâneo. Ela é uma artista única nesse sentido e para nós que estamos participando da organização temos aprendido com suas contribuições musicais e principalmente com o seu exemplo de vida, generosidade, e de cantar pelo dom de encantar”.

Grandes nomes da cena musical baiana estão envolvidos na homenagem a Clementina, que tem direção artística de Juliana Ribeiro e Chico Assis, e direção musical de Paulo Mutti. Dentre eles: Aloísio Menezes, Barlavento, Bruna Barreto, Carlos Barros, Chita Fina, Claudete Macedo, Claudya Costta, Clécia Queiroz, Fred Chaves, Gilson Verde, Grupos AFRICANTAR, Grupo Tapuia, Jonga Lima, Jorjão Bafafé, Juliana Ribeiro, Lane Quinto, Lasinho, Lazzo Matumbi, Lia Chaves, Luciano Bahia, Maira Lins, Márcia Short, Matildes Charles, Mazzo Guimarães, Pedro de Rosa Morais, Peu Meurray, Ricardo Marques, Rita Braz, Vércia Gonçalves, Walmir Lima e Wil Carvalho. A apresentação fica por conta dos atores Denise Correia e Marinho Gonçalves.

SERVIÇO
Noite para Clementina – Exposição / Exibição de Documentário / Tributo “No Quintal de Quelé”
ONDE: Cine Teatro Solar Boa Vista- Brotas
DATA: 19.07, QUINTA,
HORÀRIOS: 18h- Exposição de fotos/ 19hs -Exibição do filme/ 20hs -Show com os artistas
GRATUITO – distribuição de convites às 18h, até lotação da casa.

Maiores Informações: 3116-2000 / ctsolarboavista@gmail.com

Acesse o SOLAR: http://www.blogdosolar.wordpress.com/

quinta-feira

Passado Musical

O Passado Musical é o resultado da colaboração da Biblioteca Nacional e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, através do LAMBDA – Laboratório de Automação de Museus, Bibliotecas Digitais e Arquivos, com o patrocínio da Petrobras através das Leis de Incentivo à Cultura do governo federal.

O projeto teve por objetivo recuperar uma parte da memória musical armazenada na Biblioteca Nacional, em seu rico acervo de alguns milhares de discos de 10 polegadas (78 RPM) do repertório brasileiro. O conteúdo desses discos faz parte da história do Brasil, pois neles estão registradas interpretações de músicas brasileiras, bem como seus autores e intérpretes. Além disso, uma outra história está presente nos discos – a tecnologia dos registros sonoros.

Os discos de 78 RPM existiram em vários materiais, como alumínio, goma laca, madeira, papelão e vidro. O som era gerado a partir deles pela passagem da agulha nos sulcos gravados. O tempo de vida e o uso fizeram com que os discos ficassem danificados. Fungos, poeira, arranhões e deterioração tornavam as informações neles registradas inacessíveis.

Com o Passado Musical, foi possível recuperar esses discos e permitir o acesso às músicas. Elas estão disponíveis, em formato digital, na íntegra na Biblioteca Nacional e, as de domínio público, na Internet.

A Evolução do Passado
As ações foram divididas em dois grandes segmentos – as ações que aconteceram sobre o suporte tradicional, tendo em vista a sua preservação a longo prazo, e aquelas que usavam a tecnologia de informação e comunicação.

A PUC-Rio é uma instituição de ensino superior, logo, tem por missão a formação de recursos humanos.
O Passado Musical contou com a participação de estagiários, que tiveram a oportunidade de trabalhar em um projeto de alto nível de especialização. Foi especialmente criado um programa de estágios para este fim – Programa de Estágios Passado Musical.

Os estagiários envolvidos eram dos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia da UNIRIO, do Centro Técnico-Científico da PUC-Rio ou do curso técnico da CEFET-Rio. 
Mais:
http://www.bn.br/site/pages/bibliotecaDigital/passadomusical/script/PpmOquee.asp 

quinta-feira

Phoenix Jazz - Praia do Forte

Chamo atenção para os shows:

Do baixista norte-americano Stanley Clarke


 

 Do nosso queridíssimo Armandinho Macedo.


 
De Milton Nascimento




De João Donato




 E do cubano Yaniel Matos



Liebe Paradiso


Liebe Paradiso de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca
Paixão pela arte. Um projeto que contaminou todos os participantes. É assim que começo minha descrição sobre "Liebe Paradiso".
O "disco" começa assim:
"O que a vida perguntar
Deixa a vida responder
Tolo é quem não quer acreditar
O chamado da paixão
O que alegra o coração..."

Começamos um caminho sem volta. É o início de uma viagem num abismo.

Inebriamos-nos com todos os sons que nos envolvem. Praticamente não há divisão de faixas. A cada segundo, uma novidade. Uma surpresa.
Chegamos a uma poesia declamada de Johann Wolfgang von Goethe. Palavras bem ditas em alemão e que significam em nosso português "Canto do Espírito sobre as águas":

“A alma do homem
É qual a água:
Do céu cai,
Ao céu sobe,
E novamente
Quer descer à terra,
Em perene mudança.

...

Alma do homem,
És como a água!
Destino do homem,
És como o vento!

Chegamos à "Flor da Noite". Temos no youtube um Videoarte do fotógrafo e artista plástico pernambucano Cafi para esta canção.

"Dorme, tudo dorme
Sobre o mundo cai o véu
Veste o infinito
Véu da noite, cai do céu

Se outro alguém te lembrar de nós dois
Não diz pra esse alguém
O que passou e ficou para depois
Seja o que for
Além de mim
Ninguém
Assim
...
Flor da noite, carrossel"

Entramos num carrossel. E o carrossel desce e sobe. Sonhamos. Tudo sonha. O universo sonha, o universo vai ao léu. Versos de um sonho. Sonhar. Feche os olhos. E lembre-se de alguém, lembre-se de nós. Não diz para esse alguém. O que passou ficou para depois. E a voz de Nana Caymmi. Arranjo e regência de cordas de Eduardo Souto Neto. E o sopro da noite. E a sensação de que entramos num carrossel sem fim.
Continuamos e não sabemos aonde vamos. Deixemo-nos no caminho, sejamos livres.

Chegamos a "Candeeiro". E o disco continua sem definição. É arte. Temos que chamá-lo de disco porque é audível. Tem uma cara de trilha sonora. As músicas tem um sentido, uma história a ser contada.  Nietzsche numa carta a Deussen nos diz que
" Todo trabalho importante – deves ter sentido em ti mesmo – exerce uma influência moral. O esforço para concentrar uma determinada matéria e dar-lhe uma forma harmoniosa, eu o comparo a uma pedra atirada em nossa vida interior: o primeiro círculo é estreito, mas amplos se destacam”.

E são círculos. E você entra em cada um deles. Eles vão te tragando. E de repente você entende que chegou à Índia numa madrugada calada, enluarada. Você, feliz, sentiu o perfume de flor, meditou e não acordou...

Sacha Amback  nos diz em um vídeo http://www.youtube.com/watch?v=QZWttqJifzE,  que se perguntou o que iria acontecer. "E agora"? Essa mesma sensação, também sinto durante o disco inteiro.

" O disco vai fundo na alma, desperta em nós as melhores ideias", disse-nos Marcelo Costa.  E mais: são coisas assim que alegram minha existência. E a minha também Marcelo.

E entramos num existencialismo mais profundo ainda em  "Quanto tempo/Minos/Vento Azul", várias portas de um labirinto continuam se abrindo. E enigmas precisam ser revelados. Somos marionetes num universo mágico de ilusionistas visionários. Entramos num universo fantástico onde tudo é possível. E ouvimos a voz de um anjo:

"O disco vai fundo na alma, desperta em nós as melhores ideias", disse-nos Marcelo Costa.  E mais: são coisas assim que alegram minha existência. E a minha também Marcelo.

E sinto que "O Tempo não passou"

"Vou te escrever para falar de New York
Não vim aqui esperar pelo fim do munod
..
Quando acordo lá pras três da madrugada
Sinto um anjo vir rindar meu cobertor
Colo a boca sobre a pele da vidraça
Sinto as mutações do tempo a meu favor
...
Pra nós o tempo não passou".

E não passou mesmo Adriana Calcanhoto. E chegamos à nona música "Denise Bandeira", que é dez, é cem, é puro cinema. E a musa inspiradora nos diz que o disco "é um paraíso". E é mesmo. E embarcamos em sua música e a musa se revela: ela é cultura, é soberana, é linda, é primavera, é do bem, ama seus amigos, é elegante, ela merece um samba onde a arte imita a vida, e a vida imita a arte. Gostou da música para você? Ficou sem jeito Denise? Eu também ficaria. Uma música dessa desconcerta qualquer pessoa.
A viagem continua. Está sendo idílica. Uma verdadeira Odisseia. Acontecimentos novos e muitas peripécias ainda estão por vir.

E entro no universo de "Polaroides". Sandra de Sá e o baixo de Arthur Maia me chamam e disparo flashes. Fotografo tudo. Registro. Memorizo. Construo álbuns poéticos. Depois quero rever essas fotografias. Porque "(...) Eu quero que tudo entre nós seja verão eterno
E dure no inverno o que dura o perfume da flor... E a noite revela que o tempo da noite acabou
Me desculpe a pressa, mas a madrugada me chamou
só não vou na festa porque me interessa o seu amor (...)"
E chego à "Alma de Pierrô". Carnaval.  Encontrei meu grande amor no Carnaval. Quarta-feira de cinzas. "E foi só por causa do amor
Que na minha vida faz sol
Apontou saída pra quem não sabia
Viver sem chorar"

E não quero que a viagem termine. Como tudo na vida chego ao fim/início da viagem em "A Thing of beauty/Juventude". João Donato no piano. Celso Fonseca voz e violão. Mas, o melhor de tudo: Ronaldo Bastos dizendo no seu lindo sotaque

"Juventude, joie de vivre
Alegria de viver".

Oh, meu querido, como é gostosa sua voz. Uma faceta se descortinou. Não sabia que era cantor! Surpreendendo sempre, renovando-se, reiventando-se.  É isso ai. Um hino, uma ode à Juventude. Frescor. Alegria de viver. Alegria de ouvir. Extasiada, emocionada termino e posso recomeçar mil vezes.

Em uma síntese digo que se trata de um disco Cult. Mas, não classifiquemos esse disco. Digamos apenas que é arte. "Esse disco apareceu para mim num momento que eu precisava muito". Eu também.  Celso Fonseca e Ronaldo Bastos mergulharam de cabeça e se jogaram no abismo e levaram vários juntos. Sairam  vivos e permanecerão assim, porque não temos como silenciar essa obra-prima dentro de nós. Tolo é todo aquele que não ouvir esse disco. Tem uma magia.  Moderno. A-temporal. Um disco muito bonito, bem acabado, fino, chique. Liebe Paradiso é um divisor de águas? Não sei. Talvez paremos nele. Vamos esperar o que vem depois. "Muito som", né Ronaldo?
Leonel Pereda a música te agradece. Obrigada demais pela ideia. Sem você, tudo isso não teria sido possível.


Ezilda Melo
Salvador-BA, dezembro de 2011.

terça-feira

Marisa Monte faz Hangout no Google +


Usando sua página no Google+, Marisa Monte será a primeira cantora a fazer um "Hangout no Ar" com internautas, hoje,  dia 22 de novembro, às 20h.

Este é um recurso que permite a qualquer usuário do G+ iniciar um chat por som e vídeo com diversas pessoas ao mesmo tempo.

Para participar, os fãs podem deixar suas perguntas nesta página, usando a hashtag #MarisanoGoogle+, e no dia do evento, é só entrar na página da cantora do Google+.

Já participaram dos Hangouts no Ar celebridades como will.i.am e Dalai Lama com Desmond Tutu.


sábado

O Aplicativo de Gilberto Gil

Em julho desse ano, Gilberto Gil lançou aplicativo para Ipad e Iphone. É  uma versão resumida do site oficial do artista, mas o destaque é o acesso à discografia completa, desde o primeiro álbum, "Louvação Universal", de 1967.

Todas as faixas estão disponíveis para escuta e há opção para montagem de playlist. Só não é possível baixá-las.

As alternativas ao entrar no mundo dos aplicativos são infinitas. Ao lançar o seu, Gilberto Gil optou por abraçar dois lados importantes. Além de "instalar" notícias, sua página do Twitter e fotos de toda sua carreira - um resumão de seu website - , o cantor baiano disponibilizou sua discografia completa em streaming.  Ao todo, são 57 álbuns.


http://www.gilbertogil.com.br/sec_texto.php?noticia&id=1093&page=3

Atualíssimo.

Os aplicativos e a música

OS APLICATIVOS NA ÁREA DA ECONOMIA DA CULTURA

Para analisar a realidade dos apps hoje, apresentamos casos independentes e ligados à indústria fonográfica: Gilberto Gil (de longe, o melhor aplicativo que temos da área musical no Brasil), Projeto Axial, Móveis Coloniais de Acaju, Ultraje a Rigor, Restart. Internacionalmente, os grandes nomes do cenário musical ou já aderiram ou aderirão (é uma questão de meses) à nova onda. Ninguém quer ficar de fora. Nomes como  Lady Gaga, Beyoncé, Adele têm seus aplicativos. Björk fez um álbum "Biophilia", lançado oficialmente em 27 de setembro de 2011, que é uma tendência para o mercado fonográfico atual.


O aplicativo, com um design inovador, remete às galáxias. Em cada música aberta você recebe muitas informações sobre o processo que envolveu a criação da música e aparecem alguns desenhos multicoloridos.

O álbum da cantora, em formato de aplicativo, permite que as músicas sejam   baixadas (e compradas) por meio da venda in-app (a partir do próprio programa). Modernosa. Amei. Já baixei

Ezilda Melo


Algumas matérias relacionadas, vocês poderão acessar no site do Estrombo: http://www.estrombo.com.br/

Projeto Axial
Desde o lançamento do primeiro álbum, o Axial dialoga com as novas tecnologias fazendo o licenciamento via Creative Commons e liberando o download das músicas gratuitamente. O segundo trabalho da banda, Senóide (2007), também pode ser adquirido gratuitamente. O lançamento do álbum seguinte, Simbiose, veio em forma de aplicativo. O Bagagem pode ser baixado neste link e compila os três lançamentos do Axial. Vale a pena baixar o aplicativo – é gratuito – para ver como as músicas são apresentadas. É um forma muito interessante de agregar elementos gráficos à música digital.
Móveis Coloniais de Acaju
A banda de Brasília que, além de ter construído nos últimos anos um papel importante no cenário independente, também marca presença forte na web. Eles lançaram o último álbum C_MPL_TE também em forma de aplicativo, que pode ser acessado pela iTunes Store e instalado no iPhone e iPod Touch. O app contem todas as músicas do disco, cifras, vídeos, além de ser integrado com Twitter e agenda de shows.
Ultraje a Rigor
A veterana Ultraje a rigor também entrou no mercado dos aplicativos. Depois do app ser instalado no seu aparelho, é possível acessar a discografia inteira da banda em streaming, seguir no Twitter o Roger, vocalista do Ultraje, assistir a vídeos exclusivos da banda, navegar pelas galerias de fotos e sincronizar a agenda da banda com o seu calendário. Além disso, também possui integração com o Facebook e o site oficial da banda
Restart
Outra banda que também possui o seu próprio aplicativo é a Restart. Depois de instalado no seu iPhone ou iPod Touch, é possível acessar as músicas da banda, ver os vídeos, acompanhar galerias de fotos e outros extras.
Os aplicativos são interessantes pois incorporam outros elementos à música digital a um preço mais acessível que o álbum. Assim como os quatro exemplos comentados, muitos deles são gratuitos. Por outro lado, a desvantagem não está necessariamente no aplicativo, mas no suporte. Enquanto o do Projeto Axial pode ser baixado em computadores, a maioria deles são acessíveis somente nos aparelhos da Apple iPod Touch e iPhone que, por causa da carga tributária aplicada a esse tipo de produto no Brasil, ainda são caros para o padrão brasileiro.
De toda forma, como vínhamos discutindo, os apps, se não apresentam a solução, apontam um caminho interessante para trabalhar a música gravada. Apesar de não gerar renda diretamente – já que a maioria é gratuita ou vendida a preços relativamente baixos – eles dialogam com os interesses do público e incorporam à cadeira produtiva da música desenvolvedores de software, programadores e também os consumidores que compartilham e ouvem música em suportes digitais.
Um dos objetivos do projeto Estrombo é desenvolver ações de capacitação em novos modelos de negócio e canais de distribuição para diversos agentes da cadeia produtiva da música. E uma discussão que tem ganhado fôlego nos últimos meses coloca o aparelho celular como um recurso importante para a música, principalmente a partir dos aplicativos – os tão falados apps.
Dados recentes coletados pela empresa de pesquisa e consultoria Gartner mostraram que os aplicativos para telefones celulares arrecadaram mais do que música digital em 2010. Durante o ano passado, 8,2 bilhões de aplicativos (dentre esses, há gratuitos e pagos) foram adquiridos em aparelhos de diversas marcas. Estima-se um faturamento de US$ 5,2 bilhões. Por outro lado, a indústria fonográfica arrecadou US$ 4,6 bilhões vendendo músicas digitais. Essa pesquisa prevê que a arrecadação vinda de aplicativos irá aumentar ainda mais em 2011.
Nessa direção, uma das previsões para a indústria da música atualmente é a maior popularização de aplicativos móveis musicais, principalmente aqueles que oferecem a escuta por streaming mediante diferentes planos de assinatura. Esse modelo de negócio tem se mostrado bastante vantajoso, já que a renda revertida com a música é gerada a partir de propagandas e do valor da assinatura do serviço.
Esses smartphones ainda são caros para o padrão brasileiro, mas talvez não demore muito para que os aparelhos que permitem esse tipo de serviço sejam mais acessíveis aqui. Apostando nessa realidade, a Som Livre lançou o site Escute. Ele oferece aos assinantes acesso a um catálogo com mais de 3 milhões de músicas, além de permitir escuta no celular – a princípio, somente para clientes TIM. No Brasil, outros serviços parecidos já estão em atividade: o Sonora, do portal Terra, e o Power Music Club, do GVT.
Ainda é cedo para fazer previsões, mas o sistema de assinaturas vem se mostrando uma alternativa possível para a rentabilização da música, por conjugar um enorme acervo, a conveniência e um valor relativamente baixo a ser pago pelo usuário. No entanto, esse tipo de oferta só valerá realmente a pena no Brasil quando o acesso à banda larga, aos celulares e smartphones multifuncionais e aos pacotes de dados ilimitados não for artigo de luxo.
É fundamental pensar-se também como os artistas que não têm contratos com gravadoras ou selos poderão aproveitar essa oportunidade. Há espaço para os músicos independentes se beneficiarem também desses canais?
Em um próximo post falaremos sobre as plataformas que atualmente permitem aos artistas independentes criarem seus próprios aplicativos.
Inspire-se no Estrombo e acompanhe-nos nas nossas redes: Twitter, Facebook, YouTube e Flickr. Participe dessa discussão.
A indústria fonográfica pode estar passando por uma crise – a música, não. É verdade que a venda de música digital aumentou em 2010, mas ainda existem muitos modelos de negócios a serem criados e testados e, no Brasil, já vemos surgir alguns canais e iniciativas criativas que exploram essas oportunidades.
O projeto Estrombo está estruturado em quatro focos estratégicos: articulação do setor, capacitação e assessoramento; promoção e comercialização por meio de redes sociais, games e aplicativos móveis; dinamização de espaços culturais no Estado do Rio de Janeiro; difusão e replicabilidade. Um dos objetivos é articular eventos onde empreendedores da cadeia produtiva da música possam discutir oportunidades, visando o desenvolvimento de modelos de negócio por esses novos canais de distribuição.
Na próxima quinta-feira, dia 24, das 15h às 18h, acontecerá um debate sobre estratégias de divulgação física e virtual no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, na Praça Tiradentes, no Rio. Participarão do evento como debatedores  Felipe Rodarte do selo Toca Discos, Guilherme Viotti do Direito Musical e do Matanay, Paulo Monte do Bolacha Discos, Leo Rivera do Astronauta Discos e Daniel Domingues da Ponte Plural.
O debate contribui para o desenvolvimento de novos modelos de negócios para a música no estado do Rio de Janeiro, através da utilização de ferramentas da web 2.0. A proposta é incentivar ideias para, depois, transformá-las em projetos: base da economia criativa, conceito abraçado pelo Estrombo.
O Rio de Janeiro é um dos estados do país que mais possui pessoas trabalhando nas indústrias criativas. No entanto, esses profissionais não estão completamente articulados. O seminário é um dos passos rumo ao objetivo maior do projeto: gerar negócios na cadeia produtiva da música no estado através da articulação entre os diversos profissionais envolvidos e do uso das novas tecnologias digitais e da internet.
Inscrições gratuitas pelo 0800-570-0800.
Seminário “Estratégias de distribuição física e virtual”
Centro de Referência do Artesanato Brasileiro
Praça Tiradentes, 71 – Rio de Janeiro
Dia 24/02 – 15h às 18h
Semana passada, a produtora Activision Blizzard anunciou o cancelamento da série de jogos Guitar Hero. A decisão foi tomada pois as vendas do último lançamento, Guitar Hero 6: Warriors Of Rock, ficaram abaixo do esperado.
Há cerca de dois anos, jogos musicais como Guitar Hero e Rock Band foram considerados a salvação da indústria fonográfica. Eles eram vantajosos para as gravadoras pois geravam renda a partir das músicas licenciadas para os jogos e, além disso, despertavam interesse nos consumidores – que passaram a eventualmente comprar as músicas depois de terem contato com elas nos games. Em novembro último, o New York Times publicou matéria comentando alguns casos de bandas que tiveram a venda de músicas e álbuns catapultada após inclusão em versões dos jogos. A banda de hard rock Aerosmith, por exemplo, ganhou mais dinheiro com o Guitar Hero: Aerosmith do que com qualquer um de seus álbuns. Já a música My Name Is Jonas do Weezer, lançada em 1994, vendeu dez vez mais após o Guitar Hero 3 do que na época do seu lançamento.
O Guardian, em matéria recente, aponta algumas razões pelas quais o Guitar Hero estaria morrendo. O principal motivo seria o lançamento de uma grande quantidade de jogos da série num curto espaço de tempo, o que teria causado no público uma espécie de saturação. Além das edições normais dos jogos – do primeiro Guitar Hero (2005) ao Guitar Hero 6: Warriors Of Rock (2010) – existem as edições especiais como Guitar Hero: Aerosmith (2008) e Guitar Hero: Metallica (2009), isso sem falar da série Rock Band, principal concorrente, que além das edições normais, também lançou as especiais: The Beatles: Rock Band (2009) e Green Day: Rock Band (2010), dentre outras. Outra razão para a perda de interesse na compra de novos jogos seria a falta de inovação na jogabilidade. Exceto pelas músicas e alguns elementos gráficos, o jogo permanece igual em todas as edições, mesmo apesar da tentativa das produtoras em inserir um enredo por trás das execuções musicais feitas com os instrumentos de plástico (e a invenção de novos instrumentos, como a guitarra de cordas no lugar de botões). O texto ainda comenta sobre o alto custo dos jogos que, uma hora ou outra, pesaria no bolso do consumidor: os jogos são caros e os instrumentos de brinquedo, que o tornam mais atrativo, são ainda mais caros.
No entanto, um outro ponto de vista dá conta de que o Guitar Hero pode estar realmente chegando ao fim, mas os games musicais não acabarão. O modelo Guitar Hero e Rock Band, que reinou por alguns anos, abriu margem para que se explorasse ainda mais a convergência entre o mercado de games e o mercado de música. Jogos como o Dance Central e o Tap Tap Revenge vêm se popularizando cada vez mais, gerando renda para as duas indústrias em questão: jogos eletrônicos e música.
Os games são, de fato, um novo canal para a distribuição, venda e circulação de música. E não estamos falando necessariamente dos jogos musicais (em outro post do blog do Estrombo, comentamos sobre a inclusão de músicas brasileiras no jogo Fifa Soccer de 2011). A venda de música digital é um desafio: uma geração inteira de consumidores já se formou sem o hábito de compra. Os games são uma resposta interessante já que atrelam a música à experiência do jogo, rentabilizando-a de forma totalmente nova – e esse é um canal que precisa ser mais explorado, principalmente no Brasil. O projeto Estrombo tem como objetivo desenvolver a cadeia produtiva da música, capacitando para a exploração de novos canais de distribuição como os games, as redes sociais e os aplicativos móveis.
MP3 is not a crime . Muitos já viram este slogan circulando em camisetas ou exposto em blogs engajados em debates acerca da cultura digital. De fato, MP3 não é um crime. Segundo a Wikipedia em inglês, MP3 é apenas o nome dado a uma tecnologia de compressão digital de áudio, utilizada para armazenar qualquer tipo de som. Arquivos de áudio comprimidos usando essa tecnologia seriam, então, arquivos no formato MP3.
Por trás desse slogan, entretanto, há muito mais. O que está em discussão não é a simples legalidade do procedimento tecnológico, mas sim o debate em torno dos hábitos de compartilhamento que surgiram com a evolução das tecnologias de informação e comunicação, em especial da internet.
Trata-se de um contexto extremamente distinto daquele que encontrávamos 20, 10, ou mesmo 5 anos atrás. A cada ano, caem os custos de aquisição de computadores pessoais, aumenta a velocidade de conexão à internet, apresentam-se tecnologias mais sofisticadas e eficientes de compartilhamento. Hoje o acesso à internet via celular também já é uma realidade. Segundo dados da Anatel, o Brasil conta hoje com mais de 175 milhões de celulares.
Através do avanço da tecnologia, abrem-se novas possibilidades de produzir, distribuir e consumir a informação e a música. Mudam também os hábitos dos consumidores.
Com a redução do preço dos computadores e de outras tecnologias, o consumidor deixou de se tornar um simples receptor para tornar-se também um produtor de conteúdo, não só através da criação de suas obras mas também pela modificação de obras alheias, dando origem a um novo tipo de cultura baseado no remix .
Esta mudança ocorreu com uma velocidade avassaladora, atingindo em cheio o modelo de negócio do entretenimento consolidado ao longo do século XX, e tornando rapidamente obsoleta a legislação ligada ao direito autoral. Enquanto a internet avança em sua fúria liberalizante, a lei mantém regras rígidas para a circulação de conteúdo. Como conciliar essas duas engrenagens que se movem em sentidos opostos?
A lei de direitos autorais no Brasil
A lei de direito autoral brasileira – Lei 9.610/98 – data de 1998. Quando aprovada, a internet operava comercialmente no Brasil há apenas 3 anos e a primeira loja a vender músicas na rede para brasileiros sequer existia: surgiria somente no ano 2000.
É certo, portanto, que o legislador não poderia antever o compartilhamento em redes peer-to-peer (P2P), nem mesmo que a cópia digital seria feita em segundos sem perda relevante de qualidade. Jamais seria possível, em 1998, imaginar um regime jurídico para enquadrar provedores de serviço como o YouTube (criado em 2005), que se baseiam em conteúdo integralmente gerado por seus usuários.
Certas questões, portanto, estão abertas até hoje. Numa análise exclusivamente jurídica, o que se pode observar é que condutas que se tornaram triviais nos dias de hoje estão proibidas e muitas vezes criminalizadas pela nossa lei. O compartilhamento de obras protegidas por direito autoral é ilegal. Remixar um vídeo encontrado no YouTube, só com autorização expressa do seu autor. Colocar na rede aquele CD que não se encontra mais nas lojas também não pode.
A lei brasileira de direitos autorais estabelece que qualquer obra, imediatamente após a sua criação, está protegida pelo direito autoral independentemente de registro. Isso significa que qualquer uso (a não ser aqueles que encontram exceções previstas expressamente na própria lei) de qualquer obra depende de autorização do autor ou do titular dos direitos de autor. Dessa forma, todo o conteúdo que se encontra na rede presume-se protegido.
O problema não está, entretanto, na regra que confere proteção imediata às criações, mas na ausência de limitações e exceções ao direito de autor, que sejam compatíveis com a realidade tecnológica. Um exemplo é a proibição da cópia privada. No Brasil, só é permitida a cópia de pequenos trechos de obras para uso privado. Disso decorre que mesmo CDs adquiridos legalmente não podem ser convertidos em MP3 para uso pessoal.
Nesse sentido e contexto específico, o MP3 torna-se ilegal. Dessa forma, caem sob o rótulo de pirataria (violação dos direitos de autor) não só cópia em larga escala e com fins comerciais, mas também a prática do consumidor que reproduz com fins culturais, educacionais e sem intuito de lucro. Todos acabam na ilegalidade.
Seria razoável, portanto, flexibilizar a lei para manter como proibidas somente condutas mais graves e lesivas ao autor. Igualmente importante seria adequar os modelos de negócio da indústria que explora o mercado musical.
Ocorre que a indústria tradicional não parece disposta a aceitar mudanças que flexibilizem a lei. Afinal, da forma como está a regra atual, novos modelos de negócio que venham a surgir encontram extrema dificuldade em não violar a legislação e muitos deles acabam, por sua vez, na ilegalidade. A lei acaba servindo como um instrumento de proteção a modelos de negócio ultrapassados.
Apesar disso, há novas alternativas surgindo que mostram que a repressão ao compartilhamento não é a única alternativa viável para lucrar no mercado da música. É o que veremos no próximo item.
Novos modelos de negócio
A ruptura gerada pela ampliação do acesso aos meios digitais de produção e distribuição de música tirou das grandes gravadoras o tradicional papel de gatekeeper : na indústria fonográfica (não confundir com indústria musical), até o início dos anos 2000, as chamadas majors peneiravam sob critérios próprios quem da massa de artistas desejosos de gravar iria se tornar conhecido.
Conforme acontece hoje, investia-se em poucos artistas, mitigando o risco de insucesso nas vendas. Com a necessidade do suporte físico (fosse ele vinil, fita cassete ou CD) e a baixa qualidade de cópia, havia a escassez – para ouvir a música, o suporte físico era necessário. Entretanto, quando a música migra para o ambiente digital e passa a prescindir do suporte físico, a ideia de escassez deixa de fazer sentido.
Alie-se à tal ruptura a mudança na forma de consumo (música em vez de álbum, experimentação prévia à compra, cópia sem perda de qualidade) e a revolução gerada pela web 2.0 – na mídia tradicional, “emplacar” tendências e sucessos da música dependia bastante de uma influente assessoria de imprensa; na configuração atual, quem deseja conhecer novos artistas não mais se fia somente na grande mídia, mas sim em sistemas de recomendação baseados em reputação, redes sociais e blogs.
Hoje, no ambiente digital, um artista não necessita de quantia excepcional para realizar de forma autônoma os processos que antes cabiam às gravadoras: produção, promoção e distribuição. Softwares e plataformas que realizam cada uma dessas etapas podem ser encontrados gratuitamente na internet. Como resultado, milhões de artistas que em outros tempos não chegariam à público, têm hoje tal oportunidade.
Nesse ponto, surgiram dois novos desafios: como se destacar no meio de tantos outros artistas igualmente empoderados e como ser remunerado em tempos de compartilhamento livre?
Entra em cena o conceito de economia da atenção , segundo o qual esta seria um bem escasso e, por isso, valioso, em tempos de profusão de informação. Para os artistas, isso se traduz na necessidade de maior proximidade com seus fãs através de interação genuína, personalizada e feita de forma criativa, principalmente via redes sociais (como MySpace, Facebook, SoundCloud, TramaVirtual, ReverbNation, Orkut, Oi Novo Som, Indaba e BeatPortal) e plataformas de informação como o microblog Twitter e blogs.
O valor, pois, desloca-se do fonograma (e prioritariamente de seus suportes) e passa a residir na relação entre artista e fã: a experiência, o contexto. Muitos artistas já perceberam isso e contabilizam como vantajosa a disponibilização online gratuita de suas músicas em troca do estreitamento do canal de acesso a seu público, Mas como sustentar a produção artística?
Ganhando dinheiro com música na economia do grátis
A economia do grátis, ou freeconomics , é um conceito criado por Chris Anderson, editor da revista de tecnologia Wired e autor da teoria da cauda longa. O principal argumento de Anderson é o fato de os custos de armazenamento, distribuição e divulgação no mundo digital estarem rapidamente tendendo para o zero. Anderson propõe a capitalização, pela indústria do entretenimento, da irreversível realidade do compartilhamento de arquivos online.
Esta teria sido uma opção no início dos anos 2000, quando se popularizou o compartilhamento através de programas baseados em redes peer-to-peer , como o Napster. Entretanto, o caminho escolhido pela indústria foi outro: em 2001, a Recording Industry Association of America (RIAA) venceu batalha judicial contra o Napster sob acusação de violação da lei de direito autoral. O Napster fechou, enfurecendo os consumidores de música, mas imediatamente outros softwares P2P surgiram (como Limewire, eMule, Audiogalaxy e Soulseek) e a indústria fonográfica perdeu a oportunidade de aprender a lucrar com essa nova realidade.
Alternativas
Ao disponibilizar gratuitamente online suas gravações, o desenvolvimento de produtos e serviços premium como forma de obter lucro pode ser uma fonte alternativa de renda. É preciso inovar na criação e apresentação de produtos: ingressos de shows, peças de merchandising (como camisas, adesivos, bonés, buttons), edições físicas especiais de CDs, arquivo digital sem compressão para fins de remix, comercialização de faixas em sites de venda de música para quem deseje pagar pelo fonograma, acesso exclusivo a áreas (físicas e virtuais) e conteúdos, dentre tantos outros quanto o artista elabore, são alternativas.
Há que se citar ainda como importante forma de remuneração, ao lado das apresentações ao vivo, a sincronização e o licenciamento de música para obras audiovisuais e games. Websites como o Jamendo, Magnatune, BeatPick e YouLicense se propõem a atuar como canal de licenciamento para peças publicitárias, filmes e novelas, por exemplo.
Vários artistas vêm experimentando soluções criativas para engajamento com seus fãs. Amanda Palmer, líder do duo norte-americano Dresden Dolls, por exemplo, em novembro de 2009 levantou 19 mil dólares em 10 horas de atividades realizadas em conjunto com seus fãs via Twitter: criação colaborativa de camiseta temática que fazia referência àquele momento específico, leilão online de objetos pessoais e profissionais e apresentação em estúdio somente para convidados. O limite é a criatividade e o grau de engajamento com os fãs.
Com criatividade e um pouco de flexibilização, é possível lucrar sem criminalizar o consumidor. MP3, de fato, não precisa ser um crime.
Por Luiz Fernando Moncau e Paula Martini
(Artigo originalmente publicado na revista eletrônica de jornalismo científico “Com Ciência”)
Desde seu surgimento, em 2001, a BM&A lança CDs promocionais que compilam o que há de mais novo na produção musical independente do Brasil.
Mais do que um CD físico, a coletânea intitulada The New Brazilian Music é uma porta de entrada para a música brasileira no mercado internacional. Através da presença da BM&A e de seus colaboradores nas principais feiras e convenções de música como a Womex (Dinamarca), South by Southwest (EUA), APAP (EUA), Liverpool Sound City (Inglaterra), BAFIM (Argentina), MIDEM (França), a coletânea circula pelas mãos dos mais importantes selos, contratantes e produtores no exterior gerando grandes oportunidades de negócios.
Das parcerias  firmadas com veículos de música e cultura,  a última edição do CD foi encartada na revista londrina Music Week. Junto com a publicação, foram lançadas 7.000 unidades (e uma versão digital para 17.000 assinantes) levando 18 nomes da nova música brasileira pela Inglaterra no mês de janeiro. No mesmo mês, o material também circulou pela MIDEM  2011 que acontece anualmente em Cannes, França.
Dos artistas que participaram do disco, Thiago Pethit passou pela Argentina e EUA em março. Luísa Maita e Guizado já estão se mobilizando para shows fora do país neste ano. Ela, após um ano de negociações com agentes nos EUA e Europa e do lançamento internacional do disco Lero-Lero, através da gravadora Cumbancha/Putumayo, passará pela França e Portugal em julho. O trompetista Guizado recebeu um convite para um festival de jazz na Turquia.
No mesmo mês, os CDs The New Brazilian Music também circularam pela feira MIDEM  2011, que acontece anualmente em Cannes, França.
O Instituto Overmundo inicia em agosto a pesquisa “Análise de modelos de negócios praticados no mercado da música no estado do Rio de Janeiro”. A pesquisa faz parte do projeto Estrombo, promovido pelo SEBRAE RJ, SEBRAE nacional e BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. A previsão para divulgação dos resultados é junho de 2012.
O objetivo é identificar e analisar modelos de negócios praticados no mercado formal e informal da música no estado do Rio de Janeiro, em gêneros e cenas como: samba, música eletrônica, funk, rock, pagode e gospel. A pesquisa pretende contribuir com os objetivos do projeto Estrombo que são capacitar, formalizar e apoiar pessoas e empreendimentos do ramo musical para atuarem em novos modelos de negócios e novos canais de distribuição baseados na internet e nas novas tecnologias, fortalecendo assim o mercado.
A equipe da primeira fase do projeto, responsável pela pesquisa qualitativa, já está a postos e foi selecionada com base no edital publicado no site.
Direção Executiva Instituto Overmundo
Oona Castro
Coordenação geral da pesquisa
Olívia Bandeira
Pesquisadores
Ana Carolina Nascimento
Gustavo Alonso
Leonardo De Marchi
Estagiário
Diogo Cruz Pinto
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Já não é novidade que o mercado de música foi transformado de forma irreversível nos últimos anos. No entanto, em vez de somente apontar os problemas causados pelo compartilhamento de música e pela pirataria, precisamos focar nas possibilidades de trânsito nessa nova realidade. Aos poucos, percebe-se as dinâmicas sociais como um elemento central na cultura da música, inclusive, inspirando novos negócios. Com certa frequência, temos levantado alguns casos aqui no blog que mostram como a inovação no mercado musical está diretamente atrelada à sociabilidade – seja nas redes sociais, nos filtros de recomendação ou no poder cada vez maior de participação dos consumidores.
Não à toa, boa parte dos novos negócios voltados para a música olham com atenção para os sites de redes sociais, principalmente para o Facebook, que vêm experimentando rápido crescimento no Brasil – em maio, fomos o país que mais cresceu em número de usuários cadastrados na ferramenta. Se, antes, o foco das redes sociais era unir pessoas, hoje essas plataformas também conectam pessoas com marcas, negócios, bandas e empresas. Além disso, elas têm adotado um caráter cada vez mais multimídia, incorporando à sua arquitetura de participação bens culturais como músicas e vídeos. Com milhões de usuários inscritos, compartilhando seus gostos e suas experiências musicais, esses espaços configuram-se como terrenos férteis para buscar consumidores, ouvi-los e fomentar negócios. Além disso, os usuários tornam-se agentes fundamentais para distribuir música e interferir em dinâmicas produtivas, levando seu potencial criativo para esferas as quais ele não possuía pleno acesso.
A recente pesquisa Global Entertainment & Media Outlook (E&M) 2011-2015, realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC), aponta o poder dos consumidores “digitais”. A pesquisa ressalta que eles, ainda que esperem cada vez mais conteúdos gratuitos, estimulam o aumento de experiências de engajamento multiplataforma e, consequentemente, fomentam o desenvolvimento de novos modelos de negócio para geração de renda.
Crowdfunding
Ainda que não seja um modelo de negócios de fato e, sim, uma forma de financiamento de projetos, proponentes de diversas áreas da cultura olham cada vez mais para a “vaquinha” virtual como uma possibilidade real de viabilizar seus projetos, justamente por saber onde estão as pessoas que se interessariam por sua realização. Usando os filtros certos, você chega diretamente ao seu público, conversa com ele e conta com o boca-a-boca e financiamento coletivo para tirar a sua ideia do papel, recompensando os investidores das mais diversas maneiras.
É claro que o crowdfunding não é a única forma de viabilizar projetos musicais, mas aponta para a importância do público na esfera da realização, mostrando que a atuação de artistas, patrocinadores e fãs é muito mais complexa e interdependente na nova economia digital.
Discuta essa questão conosco: como gerar novos negócios voltados para a música que incorporem dinâmicas sociais e participativas?
O objetivo do Estrombo é pensar e ajudar a desenvolver novos modelos de negócio que passem por canais como as redes sociais, celulares e games. Acompanhe-nos também nas nossas redes: Twitter, Facebook, YouTube e Flickr.
Gravadoras em crise, queda na venda de CDs e download de músicas na internet. Desde o final do século passado, o mercado musical não é mais o mesmo. E o que os músicos estão fazendo para sobreviver no século XXI?
O processo de evolução tecnológica gerou significativas alterações na cadeia produtiva da música, ocasionando o declínio de um modelo de negócio que foi hegemônico durante grande parte do século passado baseado na ascensão da indústria fonográfica. Se, até então, a maioria dos artistas da música popular dependia de tais agentes como investidores para desenvolver suas carreiras, como atuar nos dias de hoje em um cenário em que esse artista é cada vez mais responsável pela gestão e financiamento de seu trabalho? De que forma uma banda cria condições para financiar seu trabalho e tirar seu sustento nos dias de hoje?
Primeiramente, é importante observar que o mercado musical tem diversos nichos e diferentes formas de inserção. O produtor musical e instrutor de cursos gerenciais Leonardo Salazar, em seu livro Música Ltda: o negócio da música para empreendedores (http://www.musicaltda.com.br/), classifica esses estágios, agrupando os músicos da seguinte maneira:
- Músico amador: aquele que exerce uma atividade profissional fora da área musical para se sustentar, sendo a música uma atividade “extra”, podendo tirar ou não remuneração dela.
- Semiprofissional: aquele que ganha remuneração com a música, mas necessita de outra atividade econômica para tirar seus rendimentos a fim de equilibrar seu orçamento.
- Profissional: aquele que vive exclusivamente de música, sendo essa sua principal fonte de renda.
Muitos exercem a profissão da música sem necessariamente viver exclusivamente dela. O compositor Guinga, por exemplo, dividiu durante muito tempo sua carreira musical com a de dentista e Vinícius de Moraes foi diplomata. Também é comum um músico utilizar seus rendimentos adquiridos fora do âmbito musical para investir em sua carreira artística.
Atualmente, são bastante variadas as possibilidades de trabalho na área musical, muitos atuam em diferentes nichos do mercado para tirar seu sustento e são raros aqueles que vivem exclusivamente de uma única atividade profissional. Grande parte dos músicos busca desenvolver diferentes especializações para aumentar suas oportunidades de trabalho. Um instrumentista pode, por exemplo, ter seu repertório autoral próprio, acompanhar outros artistas como contratado, realizar gravações e dar aulas. Para um técnico de som, por exemplo, existe a possibilidade de trabalhar com sonorização em casas de show e também gravar bandas em estúdios. As combinações podem variar de acordo com a aptidão e aspiração de cada um.
Fonte: Estrombo