sábado

E por falar em águas...


Há exatamente um mês, escrevi uma poesia que, entre culturalismos e fé, pedi a Iemanjá que levasse tudo que não fosse para ficar.


À Iemanjá.

No vermelho rio, as flores ofertadas, dançam em rodopio.
A vida, vai e vem, nestas ondas em cio... iemanjá me chamou e eu vim, e oferto, meus sentimentos, e os jasmins perfumados que colhi.

Oh, rainha das águas, quanto de seu azul são lágrimas salgadas? Suas mulheres ornadas são tão desejadas!
E sua força arrebatadora, sem exigir sacrifícios, tão festejada!

Oh, Rainha dos mares, das pescadoras de dores e amores, o sertão vai virar mar para te ofertar...as flores de cactus, as flores dos bulgaris, as flores que as agricultoras sertanejas colheram para te entregar.

Oh, Rainha dos Mar, no dois do dois, todo tempo é de amor.

E o que não é para ser, a maré levará.

Na correnteza da vida, nada fica, tudo muda,

Como as ondas que vão e vem, num ir e vir, do infinito, tudo que já foi não voltará. O tempo passa e leva o que não é para ficar.

Nas profundezas do mar azul, nas entranhas mais profundas dessa imensidão de águas, o mistério da criação é uma dor salgada e profunda, onde a criadora, mãe adorável, nos acalenta

E pergunta:
O que queres, onde vai chegar?

Leva, leva ondas do mar, leve para a grande senhora, leva para o lugar onde o azul se perde no horizonte, toda essa sujeita humana de sentimentos.

Afogue-os no mar revolto, nos liberte da tormenta.

E quando mais tarde tudo tiver terminado, possamos está purificados pela água benta, pela água salgada das lágrimas de todos que já passaram nesta vida.

Odoiá. Rainha do mar. Odoiá.

Hoje, 02 de março, repito: que as águas caiam e lavem a alma. Que a purifiquem. Que as águas tragam tudo que é para ficar. Porque o movimento é ir e vir, tal qual as ondas.

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