Ontem, foi 08 de março. Dia Internacional da Mulher. Em que se observe a melhoria da legislação na proteção à mulher, a prática cruel da violência é tão arraigada, que mesmo um crime da mais alta crueldade tem uma penalidade tão pequena, como pudemos observar esta semana no julgamento do goleiro Bruno. O que esse homem fez excede à imaginação mais perversa. Bem-sucedido profissionalmente, ganhando muito dinheiro por ser de um time famoso, em entrevista a jornalistas, perguntou: "quem não deu um tabefe em mulher?".
A tragédia foi anunciada.
Eliza anunciou várias vezes. Não recebeu a proteção devida. E o resto da história, não preciso contar, porque a mídia explorou por meses e meses, e nos chocou à cada momento.
Mais uma mulher morta com requintes de crueldade no Brasil. Seu corpo foi jogado para que os cachorros comessem. O bebê ficou sem a mãe. Pensemos nessa criança. Pensemos no exemplo que o goleiro famoso e psicopata lhe passou. Que essa criança não repita os ensinamentos do pai! Que saiba que a mulher deve ser respeitada, bem tratada, amada, mesmo quando os ensinamentos machistas dizem o contrário. A mulher gera a vida.
Pensemos em tudo isso.
Vamos ouvir mais uma John Lennon:
Woman
Woman I can hardly express
My mixed emotions at my thoughtlessness
After all I'm forever in your debt
And woman I will try to express
My inner feelings and thankfulness
For showing me the meaning of success
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Woman I know you understand
The little child inside of the man
Please remember my life is in your hands
And woman hold me close to your heart
However distant don't keep us apart
After all it is written in the stars
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Well
Woman please let me explain
I never meant to cause you sorrow or pain
So let me tell you again and again and again
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Mulher
(Para a outra metade do céu)
Mulher, eu quase não consigo expressar
Minhas emoções confusas na minha negligência
Afinal de contas, estou eternamente em dívida com você
E, mulher, eu tentarei expressar
Meus sentimentos interiores e gratidão
Por me mostrar o significado do sucesso
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Mulher, eu sei que você compreende
A criancinha dentro do homem
Por favor, lembre-se: minha vida está em suas mãos
E, mulher, mantenha-me próximo do seu coração
Por mais que [estejamos] distantes, não nos mantenha separados
Afinal de contas, está escrito nas estrelas
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, bem, bem
Doo, doo, doo, doo, doo
Bem
Mulher, por favor deixe-me explicar
Eu nunca tive intenção de te causar tristeza ou dor
Então, deixe-me te dizer de novo e de novo e de novo
Eu te amo, sim, sim
Agora e eternamente
Eu te amo, sim, sim
Agora e eternamente
Eu te amo, sim, sim
Agora e eternamente
Eu te amo, sim, sim
Mulheres têm direito de viver sem a sombra da violência
machista, diz ministra sobre caso Eliza Samudio
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres,
Eleonora Menicucci, avaliou hoje (8), ao comentar o desfecho do caso Eliza
Samudio, que todas as brasileiras têm o direito de viver “sem a aterrorizante
sombra da violência machista e patriacal”.
Por meio de nota pública divulgada hoje (8), Dia Internacional da Mulher, ela
classificou como estarrecedora a declaração do ex-goleiro Bruno Fernandes de que
Eliza foi assassinada, esquartejada e teve seu corpo jogado aos cães.
“É urgente invertermos essa ordem de vulnerabilidade”, disse. “As mulheres
não aceitam mais a violação de direitos, a exemplo do que ocorreu com Eliza
Samudio, que lutou pelos direitos gravídicos, reconhecimento à paternidade e
pensão alimentícia de seu filho”, completou.
Menicucci destacou ainda que a Lei Maria da Penha é o marco legal que une os
Três Poderes da República e a sociedade na tentativa de retirar as mulheres “do
ciclo perverso” da violência de gênero.
“Por fim, manifesto meus cumprimentos à Justiça de Minas Gerais pela
imparcialidade e competência na condução do julgamento”, disse. “É com
compromisso e atitude que estamos vencendo a violência contra as brasileiras”,
destacou.
Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo
assassinato e pela ocultação do cadáver de Eliza e também pelo sequestro e
cárcere privado do seu filho com a jovem.
Aplicativo lançado no Rio vai ajudar no combate à violência contra a mulher
Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Informações sobre equipamentos públicos da rede de
enfrentamento à violência contra a mulher agora podem ser localizados pelo
telefone celular. Foi lançado hoje, Dia Internacional da Mulher, um aplicativo
gratuito que traz, além do texto completo da Lei Maria da Penha, um guia
explicativo de como agir em casos de agressões e os órgãos a ser procurados com
sua localização, como delegacias da Mulher, postos de saúde e defensorias
públicas.
O aplicativo foi desenvolvido em uma
parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Igualdade de Gêneros (ONU
Mulheres), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa das
Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU Habitat), com apoio do Consulado
Britânico. De acordo com a coordenadora de Eliminação da Violência contra
Mulheres da ONU Mulheres, Daniela Pinto, o mecanismo pretende ajudar as vítimas
a buscar proteção.
“O aplicativo vem tentar responder
uma demanda das mulheres de várias comunidades aqui do Rio de Janeiro, que, no
ano passado, participaram de um diagnóstico que identificou o que faltavam saber
para implementar a Lei Maria da Penha. Elas sabiam da lei, mas elas não sabiam
como acessá-la e de que forma o governo poderia ajudá-las na proteção dos seus
direitos”, disse.
O programa funciona em qualquer
aparelho de telefone ou tablet que tenha acesso à internet,
independentemente da marca. O projeto é uma iniciativa piloto, com informações
apenas da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo, segundo Daniela, é ampliar o
alcance para o estado e futuramente para todo o Brasil.
O aplicativo pode ser baixado
gratuitamente no site do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (www.cedim.rj.gov.br.), que também foi
lançado hoje e traz informações completas sobre a rede especializada de
atendimento à mulher. A terceira iniciativa lançada hoje foi a cartilha Uma
Vida sem Violência é Um Direito da Mulher - Em Briga de Marido e Mulher o Poder
Público Mete a Colher.
De acordo com a subsecretária
estadual de Políticas para as Mulheres, Angela Fontes, as medidas são
importantes para facilitar o acesso à informação. “Quando você tem, no
site, na cartilha ou no celular, as informações da rede que pode
te apoiar enquanto vítima de violência doméstica, você pode seguir adiante. Se a
informação não flui, você não consegue”, disse.
No âmbito da prefeitura, foi criada
hoje a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Município, que ficará sob o
comando de Ana Rocha. “São passos importantes no sentido de enfrentar a
discriminações que a mulher ainda sofre na sociedade. E o fato de criar
mecanismos de primeiro escalão dá um maior poder às mulheres de avançar em
políticas que combatam a discriminação de gênero. Eu acho que temos um desafio
grande pela frente e a nossa determinação é que o Rio de Janeiro seja uma cidade
referência no combate à discriminação e à cidadania plena da mulher”, disse Ana
Rocha.
Também hoje, o prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes, assinou o decreto de formalização do Centro Especializado
de Atendimento à Mulher em Situação de Violência e do Abrigo para Mulheres em
Situação de Violência, além da criação da Casa da Mulher Carioca, um espaço de
acolhimento e de fortalecimento da cidadania da mulher.
“As casas vão ter um atendimento
multidisciplinar e também encaminhar as mulheres para os serviços no campo da
educação, da saúde e do trabalho. Hoje nós já assinamos um termo de cooperação
técnica com a Secretaria do Trabalho, para oferecer cursos de qualificação,
abrindo caminho de empregos para as mulheres. As casas também vão ter
atendimento para tirar a Carteira de Trabalho, cursos de capacitação e
atividades de convivência e culturais para atrair não só as mulheres, mas a
comunidade na conscientização do combate à discriminação da mulher”, declarou a
subsecretária estadual de Políticas para as Mulheres, Angela Fontes.
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