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segunda-feira

Seminário discute o potencial transformador da literatura -



O seminário O Poder de Transformação da Literatura tem como objetivo propagar os benefícios da leitura, sobretudo daquilo que romances, poemas, contos e crônicas podem proporcionar ao desenvolvimento intelectual e cognitivo das pessoas. Entres as questões que serão abordadas por escritores e especialistas no assunto, estão literatura e psicologia, teorias da literatura, prática da formação do leitor e projetos de incentivo à leitura.

  • Livraria Cultura (Salvador Shopping)
  • 71 8122-7231 | ube.bahia@gmail.com
  • 10/3, 18h às 21h
  • Grátis
  • União Brasileira de Escritores – Núcleo Bahia
  • http://www.ube.org.br/

sexta-feira

4ª Jornada Baiana de Psicologia Jurídica e 1º Encontro Baiano de Mediação

PROGRAMAÇÃO

Dia 09 (08 às 12): Mini Curso (opcional) – Prédio II, Sala 4020
            Mediação familiar no judiciário: Caminhos possíveis

Mônica Carvalho:
Doutora pelo Programa de Doutorado em Derechos Fundamentales da Universidad Autónoma de Madrid - UAM. Coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Ruy Barbosa, onde também ensina as disciplinas Direitos Humanos, Sucessoes, Responsabilidade Civil e Estágio Supervisopnado. Supervisiona ainda o Balcao de Justiça e Cidadania do Imbuí, vinculado ao Projeto do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia: "Balcao de Justiça e Cidadania". É mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR (2005) e graduada em Direito pela mesma instituiçao (2002). Tem uma expressiva experiencia como professora de ensino superior, inclusive coordenou o Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Faz parte da Diretoria Executiva do Instituto de Mediação e Arbitragem do Ceará - IMAC. É autora do livro "Mediaçao Familiar: um Estudo Histórico-social das Relaçoes de Conflito nas Familias Contemporâneas" (2006), de artigos cientìficos e capitulos de livros dedicados ao tema da mediaçao de conflitos como forma de prevençao da violência e de efetivaçao da justiça.

Kallila Barbosa:
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia. Pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal. Foi servidora pública efetiva do Ministério Público do Estado da Bahia. Atualmente, coordenadora geral da Associação Baiana de Psicologia Jurídica - PSIJUR, representante regional da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica - ABPJ (Nordeste), professora de graduação e pós graduação. Norteada pela psicanálise, atua em Psicologia Jurídica, docência e clínica.


Dia 09/03: Auditório Zélia Gattai

            13:30 às 14 – Credenciamento

            14 às 14:30 – Abertura

            14:30 às 15:30 – Mediação de conflitos: uma solução para a contemporaneidade
Mônica Carvalho:
Doutora pelo Programa de Doutorado em Derechos Fundamentales da Universidad Autónoma de Madrid - UAM. Coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Ruy Barbosa, onde também ensina as disciplinas Direitos Humanos, Sucessoes, Responsabilidade Civil e Estágio Supervisopnado. Supervisiona ainda o Balcao de Justiça e Cidadania do Imbuí, vinculado ao Projeto do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia: "Balcao de Justiça e Cidadania". É mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR (2005) e graduada em Direito pela mesma instituiçao (2002). Tem uma expressiva experiencia como professora de ensino superior, inclusive coordenou o Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Faz parte da Diretoria Executiva do Instituto de Mediação e Arbitragem do Ceará - IMAC. É autora do livro "Mediaçao Familiar: um Estudo Histórico-social das Relaçoes de Conflito nas Familias Contemporâneas" (2006), de artigos cientìficos e capitulos de livros dedicados ao tema da mediaçao de conflitos como forma de prevençao da violência e de efetivaçao da justiça.


            15:30 às 15:50 - Intervalo

            15:50 às 17:30 – A Família contemporânea e suas vicissitudes
                        Selma Evangelista:
                        Aldeleine Melhor:

            17:10 às 18 - Palestra 02
           
            18 às 19 - Intervalo

            19 às 20:20 – Apresentação de trabalhos discentes:
1.      Acolhimento psicológico no IML: relato de experiência de acompanhamento dos trabalhos de peritos médicos legal;
Artur Almeida
Bruno Kalil
Daniela Rita
Leandro Ribeiro
Silvana Batista
2.      Apego em díades mãe-filho em contexto prisional: uma revisão de literatura.             Manuela Caldas

            20:30 às 21:30 – O lugar do ensino da Psicologia jurídica na formação do profissional contemporâneo
Kallila Barbosa
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia. Pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal. Foi servidora pública efetiva do Ministério Público do Estado da Bahia. Atualmente, coordenadora geral da Associação Baiana de Psicologia Jurídica - PSIJUR, representante regional da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica - ABPJ (Nordeste), professora de graduação e pós graduação. Norteada pela psicanálise, atua em Psicologia Jurídica, docência e clínica.

Dia 10/03:

            08:30 às 10 – Mesa de debates
Mediação e conciliação: qual o lugar da Bahia?
            Cláudia Viana
            Kallila Barbosa
Marília Amorim
Mônica Carvalho       

            10 às 10:20 – Intervalo

            10:20 às 11:40 – Perícia Técnica em Psicologia aplicada aos Processos Judiciais Trabalhistas
                        Cristiano Costa
Psicólogo Clínico e Organizacional (CRP 03/02105), formado pela Universidade Federal da Bahia.
Psicoterapeuta com formação interdisciplinar e orientação junguiana.
Residência em Psiquiatria pelo Instituto Jacqui Schiff, BA.
Coach e Consultor especializado em Sistemas Humanos nas Organizações.
CEO da Psychopompos Gente & Gestão.
                        Roberta Suffredini
Advogada licenciada (OAB-BA 22.826), formada pela Universidade Salvador - UNIFACS.
Pós graduada em Direito e Processo do Trabalho pelo JusPodivm Salvador.
Gerente Administrativa da Psychopompos Gente & Gestão.

            11:40 às 12 - Encerramento

Investimento: O investimento é de R$ 35,00/estudante e de R$ 55,00/profissional, até dia 03 de março. Confira mini curso (opcional) e promoção em nosso Blog!
Informações: http://www.jornadadepsicologiajuridica.blogspot.com/


 

Matinée no Museu Carlos Costa Pinto

19/01 - Tarde Demais para Esquecer
Elenco: Cary Grant, Deborah Kerr, Ricahrd Denning
Diretor: Leo McCarey
Gênero: Romance | Duração: 119 min. | Ano: 1957 | Origem: EUA
Você poderá ganhar este filme no sorteio!!!

26/01 - Fonte dos Desejos ... vencedor de 2 Oscars
Elenco: Clifton Webb, Dorothy McGuire, Jean Peters
Diretor: Jean Negulesco
Gênero: Romance | Duração: 102 min. | Ano: 1954 | Origem: EUA

Ingresso: R$ 5,00 (preço único) | Local: Auditório do Museu

Agenda Cultural Virtual

Não sabia. Adorei a novidade. Temos a Agenda Cultural no seguinte endereço:

http://www.agendacultural.ba.gov.br/

A Agenda Cultural está aberta para divulgar eventos ou trabalhos artísticos. Envie o seu material.
Contato: agendaculturalbahia@gmail.com ou telefax 71 3116 6783

Janeiro – 2012 -
Na primeira edição de 2012, a Agenda Cultural não podia deixar de falar do Verão: a Bahia se colore, as festas populares atraem multidões e os ensaios de bandas de música de carnaval se multiplicam. É esta estação que também inspira os trabalhos publicados nos espaços de Intervalo.
No mesmo clima de Verão, está o Cine-Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas, que realiza o projeto Verão no SOLAR, com 40 dias de programação diversificada. Outro destaque da temporada é o Amostrão Vila Verão, que completa 10 anos na iniciativa de fazer uma retrospectiva do que melhor passou pelo palco do Teatro Vila Velha no ano anterior.
Bel Borba inaugura a exposição Aqui, Tem 7 Elementos no Palacete das Artes, cujo destaque é uma peça feita com destroços da Fonte Nova. O Balé Folclórico da Bahia leva Herança Sagrada ao palco do TCA, depois de ter rodado o mundo com a montagem.
A região do Rio São Francisco recebe o Festival Nacional de Curtas Metragens do Vale do São Francisco, em cidades da divisa entre Bahia e Pernambuco. É também esta área geográfica que se torna foco do novo edital do programa Mais Cultura, do MinC: o Microprojetos Rio São Francisco.
Em Manifestações da Cultura Popular, conheça a Barca de Cairu, confraternização que reúne crianças e adultos em torno de uma embarcação. Já na seção Mestres da Cultura, uma homenagem a Jorge Galdino e à sua literatura.

Oficina de Férias no Museu Carlos Costa Pinto


 Museu Carlos Costa Pinto é uma instituição cultural particular, mantida através de convênio com o Governo do Estado da Bahia. Foi inaugurado em 05 de novembro de 1969. O acervo foi doado pela viúva Margarida de Carvalho Costa Pinto, para a concretização do sonho de seu marido. Criado para "conservar aspectos da antiga residência de Carlos Costa Pinto com objetos de arte colecionados por ele no século XX", tem cada vez mais consolidado e expandido a sua função como casa de cultura, tornando-se ponto obrigatório de visitação. O acervo de arte decorativa do Museu é de coleção fechada, apresentando 3.175 peças divididas em 12 coleções: Cristal, Desenho, Diversos, Escultura, Gravura, Imaginária, Mobiliário, Ordens Honoríficas, Ourivesaria, Pintura, Porcelana e Prataria. São exemplares de várias partes do mundo, dos séculos XVII ao XX, que retratam o estilo de vida da sociedade baiana colonial, imperial e republicana.

O Mundo de Osmundo

Fui duas vezes. Posso ir outras mais, e mesmo assim ficarei com a certeza de que não observei cada detalhe. "O Mundo de Osmundo" é dele e de mais ninguém. Um mundo maravilhoso, indescritível.

Depois postarei uma resenha sobre minha visita.

Onde? no Museu Carlos Costa Pinto, localizado na Avenida Sete de Setembro, 2490 - Corredor da Vitória - Salvador - Bahia - http://www.museucostapinto.com.br/ - telefone: 3336-6081.
Período de Visitação: 02 de dezembro de 2011 a 27 de fevereiro de 2012 - diariamente das 14h30 às 19h, exceto terças, domingos e feriados.

quinta-feira

Bel Borba no Palacete das Artes

Bel Borba está com exposições no Palacete das Artes. É imperdível.

Esse artista baiano nos mostra esculturas, instalações, vídeos, pinturas e tapeçarias,e nos faz refletir sobre as múltiplas e diferenciadas manifestações estéticas que estão espalhadas pela cidade de Salvador, e levam sua assinatura inconfundível. Se não fosse Bel Borba o cenário visual de nossa cidade (hoje, entregue às baratas tontas de nossa triste administração pública) poderia ser bem pior.



Nessas fotografias sobre intervenções artísticas de Bel Borba na cidade de Salvador, conseguimos detalhar 25 obras: a sereia, esculturas da água grande, iemanjá, o anjo, mosaico da escola cupertino lacerda em amaralina, casa de vinicius de moraes em itapuã, uma típica sala de estar de meados do século XX em piatã, mural e escultura em aço no centro de convenções, o cachorro no rio vermelho, mosaicos do Hospital Aliança, gradil da casa branca na Vasco da Gama, Gantois na Garibaldi, The big man e os pássaros na avenida contorno (a minha predileta), mosaicos no morro da sereia no rio vermelho, círculo com mosaico na avenida ademar de barros em Ondina, pintura em avião no aeroporto,o prédio vermelho, mosaico de bolas em itapuã, túnel de acesso à Camaçari, pássaros coloridos no retiro, dinossauro em ondina, o rinoceronte no Pelourinho, peixes coloridos no corredor da vitória, D. Quixote e o Dragão no Teatro Vila Velha, escultura de carne na feira de são joaquim.

Ele deixou sua marca. Não há dúvida alguma disso. Bel Borba é o artista plástico mais conhecido da e na cidade de Salvador. Sua obra é um presente para a "Cidade da Bahia", especialmente porque nossas ruas  estão, à cada dia, sendo degradadas de modo intenso, seja pelo congestionamento nosso de cada dia, seja pela falta de planejamento urbano, seja pelo abandono e descaso público.

O fato é que a exposição "Aqui, em sete elementos" apresenta os últimos trabalhos de Bel Borba, baseados na transmutação e no aproveitamento de materiais diversos e em processos de intervenção  performáticos. No mundo desse artista não há limites sobre os elementos e matérias-primas dos quais pode tirar inspiração. Tudo em suas mãos se transforma. Tem traço inovador e demonstra alto grau de liberdade na criação. Fiquei maravilhada com o que ele foi capaz de criar com fragmentos da demolição do Estádio Fonte Nova.



Ele diz: "os fragmentos da implosão do nosso estádio (...), a vibração da plateia deve ter impregnado cada molécula daquele concreto, a matéria tem memória". E tem mesmo. É de emocionar, especialmente quando lembramos da tragédia que manchou de sangue de torcedores, numa tarde de domingo de 2007,  o concreto da fonte nova. A Fonte Nova  foi demolida porque foi mal cuidada.  Não sei do resultado das ações de responsabilidade civil. Quem responde pela vida dos que morreram assisitindo uma partida de futebol?


Bel Borba conseguiu fazer arte dos escombros. É imensa a capacidade que a vida tem de se renovar e é incrível o poder transformador da arte e do artista.

O Diretor do Palacete das Artes Rodin, Murilo Ribeiro; Burt Sun, Curador da Exposição; Antônio Albino Canelas Rubim, Secretário de Cultura do Estado da Bahia e Paulo Darzé deixaram registradas várias impressões sobre Bel Borba. Estão lá nas paredes da exposição e merecem ser lidas:





São 11 peças que compõem "Aqui, em sete elementos". São: Esperando por Josefine Baker, Fôlego, Madame Formiga, Motocicleta, La Cobra, Rocomóvel, Cérebro, Homens, Arraia, Beijo e Pai e Mãe. Destas duas últimas, minhas preferidas, fiz essas fotos:




Adoro exposição que deixa fotografar.

Além dos fragmentos da Fonte Nova transformados em arte, ainda encontramos a exposições: azulejo da vida, que o próprio artista define como "um store board da minha passagem, do nascimento para cá. Uma derrapada intimista? Talvez. Por que não? Nesta sequência de grafismos, pintada com tinta de porcelana, fiz um quadro a quadro da minha história de vida. Um intimismo que me deu a oportunidade de um jogo de imagens que reporta experiências e emoções existenciais". Cada azulejo pintado foi filmado e você pode conferir o resultado, que ficou incrível.

Há ainda "Tapetes Voadores", com as obras Keith Haring, Olhos duplos, Trantralini, Partida e chegada, Diva Musa; Gato sobre, gato desce; Nirvana azul; Quatro cabeças pensam mais do que uma. De que tratam? Os sinais estão sempre presente, basta observá-los atentamente. Bel Borba nos faz refletir sobre religião, espiritualidade, divino, paraíso. Bem interessante, especialmente porque estamos tão próximos da data de 21 de janeiro, que representa o dia mundial de combate à intolerância religiosa.


Ele faz homenagem à sua filha Bela. Um parêntese para o nome da filha do artista: Bela. Fiquei refletindo: Bela Borba. Nome muito apropriado. O próprio Bel fala da emoção que foi ser pai aos 54 anos de idade e registrou isso numa cena muito bem pintada.

A última sala que visitei me tomou de surpresa, um misto de incredulidade e de alegria, especialmente pela frase que acompanhava as fotos "a vida lhes levou os dentes e o sorriso lhe devolveu a alma". A importância dos nossos dentes para dentista nenhum botar defeito. Fiquei pensando como ele conseguiu essas fotos? O antes e o depois : banguela e com dentes. Que mudança na fisionomia de uma pessoa.


Foi uma tarde agradabilíssima. Muitos turistas por lá. Estava com uma água na mão e com um caderno para anotação em outra, e a câmera dentro da bolsa. Obviamente, que não deu tempo para ver tudo. Uma exposição, mil olhares. Especialmente, se estamos diante de uma grande exposição.

Em tempo, informo que saiu o filme sobre a Vida de Bel Borba. Não vi ainda.

Algumas informações técnicas: a exposição ficará até o dia 23 de março de 2012 no Palacete das Artes Rodin Bahia. O evento é gratuito. O Telefone de lá: 3117.6910.

Viajando nas Trilhas de Jorge Amado



No terceiro andar da Biblioteca Pública, no Projeto Música no Áudio, o setor de audiovisual está fazendo uma homenagem ao centenário do grande autor baiano, consagrado mundialmente, Jorge Amado. Apresenta ao público uma mostra de trilhas sonoras, inspiradas nas principais obras de um autor que já foi traduzido em 55 países,  através de compactos de discos de vinil.


Fui recepcionada pela Coordenadora do Setor, Sra. Raquel Oliva, muito atenciosa e afável em várias explicações sobre o Projeto. Inclusive, relatando-me a tristeza por muitos jovens desconhecerem o formato vinil.


Há três painéis com vinis, além de matérias de jornais, fotos, revistas, livros e rascunhos de Jorge, o Amado, em obras como Jubiabá, Capitães de Areia, Mar Morto, Gabriela. Todos os rascunhos expostos são datilografados.


O primeiro é "Gabriela". A capa com Sônia Braga nos faz recordar uma personagem que tem vida:


Esse LP tem a seguinte ficha técnica:


Coordenação Geral João Araújo.
Direção de Produção: Guto Graça Mello
Assistentes de Produção: Perinho Albuquerquer / João Melo / Paulinho Tapajós / Roberto Santana
Arranjadores: Guto Graça Mello / Dori Caymmi / Oscar Castro Neves / Perinho Albuquerque e João Donato (olha ele aqui de novo).


No Lado A temos:


Coração Ateu - Maria Bethania
Guitarra Baiana - Moraes Moreira
Alegre Menina - Djavan
Quero ver subir, quero ver descer - Walter Queiroz
Horas - Quarteto em CY
São Jorge dos Ilhéus - Alceu Valença
Modinha para Gabriela - Gal Costa e arranjo de João Donato


No lado B:
Filho da Bahia - Fafá de Belém
Caravana - Geraldo Azevedo
Porto - MPB 4
Retirada - Elomar
Doces Olheiras - João Bosco
Adeus - Walker 


Essa trilha sonora é imperfectível.


Jorge Amado chegou a declarar: "não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia...". A obra dele mostra a Bahia mais Bahia que existe. Nascido em Itabuna, faleceu em 2001, aos 88 anos. 


Os personagens de Jorge Amado são inesquecíveis. E o amor de Zélia e Jorge, sob o prisma de Nelson Rodrigues, era de fato amor: "se é amor, não acaba". No Pelourinho, temos a Fundação Casa de Jorge Amado. Só se vê na Bahia.


O segundo vinil em exibição é: Tieta, tendo Isadora Ribeiro na capa, agarrada num coqueiro, tendo atrás de si um barco no mar.




Quem esquece o refrão "Tieta do Agreste...?". Impossível esquecer.


Lado A do LP Tieta:
Meia-Lua Inteira - Caetano Veloso
Tudo que ser quer - Emilio Santiago e Verônica Sabino
No Rancho Fundo - Chitãozinho e Xororó
Paixão Antiga - Tim Maia
Paixão de Beata (Neném Mulher) - Pinto do Acordeon
Tieta - Luiz Caldas
Segredos da Noite - Instrumental


Lado B:
Coração do Agreste - Fafá de Belém
Eu e você - José Augusto
Cadê o meu amor? - Quinteto Violado
Amor Escondido - Fagner
Por você com você - Guilherme Arantes
Tenha Calma - Maria Bethania
Imaculada - Instrumental


Vinicius de Moraes, o poeta que consagrou Itapuã, escreveu que "Jorge Amado liberta os personagens de sua própria teia psicológica e os faz saltar, vivos e ardentes, para o lado de cá do livro". 


Verdade mais que pura. Real. 


Por fim, o terceiro vinil da mostra "Viajando nas Trilhas de Jorge Amado", temos Tenda dos Milagres.




Milagres do Povo - Caetano Veloso
Livre - Beth Bruno. De: Roberto Mendes e Mabel Veloso
Olhos de Xangô (afoxé) - Moraes Moreira. De: Moraes Moreira e Fausto Nilo
É d'óxum - MP4 - De: Vevé Calazans e Gerônimo - essa música é uma das belas declarações de amor à cidade de Salvador.
Eloiá - Dudu Moraes
Flor da Bahia - Nana Caymmi ( e por falar em Nana Caymmi, teremos show dela no TCA, dia 13/01/2012) - De: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro
Oiá - Danilo Caymmi
Amor de Matar - Tânia Alves - De: Jorge Portugal e Roberto Mendes
Afoxe - Dorival Caymmi
Maluco pra te ver - Walter Queiroz - De: Walter Queiroz e Vevé Calazans.


Vi a exposição e fiz questão de detalhar cada qual dessas músicas. Elas são fonte de inspiração, repertório para shows, resgate da música jesuína que consagrou tantos nomes da música brasileira, tendo como enfoque uma Bahia, hoje idílica, mas imortalizada, seja na obra do Amado, de quem o amou, ou foi amado por ele. 


Apesar de ter gostado muito da mostra de vinis, senti falta do som na sala da exposição.


Procurei na internet a caricatura que Niemeyer fez para Jorge Amado. Vi impressa há muito tempo em uma revista. Quem tiver ou puder me mandar, já está feito o pedido.


Dentro da casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho, havia o Teatro Zélia Gattai. Alguém sabe o motivo de não funcionar mais?


Deixo abaixo dois textos. O primeiro trata sobre o resgate do Vinil pela indústria fonográfica. Boa notícia.



Viva! O velho Vinil está de volta!

Leio com uma certa felicidade -nada de saudosismo!- a volta de conforça do velho amado, idolatrado e salve salve disco de vinil. O inesquecível LP que milhares de pessoas (ou talvez milhões) não esquecem por Ns motivos, mas principalmente pelo som diferenciado e pelas capas perfeitamente belas que se pode produzir, está de volta. 
Cantores e bandas tradicionais aderiram ao Vinil
O velho "bolachão", "bolacha preta", alguns adjetivos que o Vinil ganhou pela sua longa vida, na verdade nunca deixou de estar presente no dia a dia dos amantes da boa musica. Colecionadores, Roqueiros, discípulos de um bom som, como este escriba que se enquadra modestamente como um deles, nunca abandonaram a vitrola, ou toca discos. E não é por nenhum saudosismo, não. Ao contrário, o som do vinil, mesmo não sendo tão límpido como o do CD, é mais puro em termos de qualidade sonora, apesar do chiadinho natural. A antiga agulha, que já não se sabe onde procurar quando não está perfeita (tinha uma coleção delas!), proporciona uma emoção diferente e até um execiciozinho físico, pois ao contrario do controle remoto que facilita tudo,  ela nos permite escolher a música que queremos na base da munheca. Noutras palavras, isso é muito romântico!
Artistas como Chico Buarque de Hollanda, Maria Rita e Marcelo Yuka estão com seus CDs e Vinis na praça. A investida dos três artistas, de primeira linha na música brasileira, se deve ao numero de adeptos do vinil terem preferido o disco à moda antiga ao CD, segundo pesquisa de um dos donos da gravadora de Vinil Trama, o produtor musical Marcelo Bôscoli, filho de Elis Regina e irmão da cantora Maria Rita.
Agora o vinil, que é objeto de desejo de colecionadores, pesquisadores, DJs volta e cm total apoio de artistas como Jorge Benjor, Tom Zé, Rita Lee e bandas como Ultraje a Rigor, Titãs e Secos  & Molhados terão seus antigos trabalhos reeditados em Vinil, o que vai obrigar a muitos a tirar a velha radiola do sótão da casa ou ou pegar de volta e botar para funcionar aquele toca discos que estava em um canto pronto para ser dado para o Emaús.
Este escriba, que recentemente adquiriu um aparelho que além de tocar CD, MP3, Pen Drive, Cartão de Memória, toca também o velho Vinil e o Toca fitas está rindo à toa. E curtindo quase que semanalmente pelo menos 600 vinis guardados como verdadeiras relíquias. In: http://moraesdidascalia.blogspot.com/2011/12/viva-o-velho-vinil-esta-de-volta.html#comment-form




 Deixo, por fim, esse texto abaixo de Augusto Nunes, que falou sobre a morte de Jorge Amado da seguinte forma:

Sem ciúme nem sovinice, Nacib manda Gabriela sussurrar pessoalmente o recado à freguesia do bar em Ilhéus: na noite de 10 de agosto, a bebida vai ficar por conta da casa. O empresário Mundinho Falcão e o fazendeiro Ramiro Bastos resolvem que dividirão a mesma mesa. Naquele momento, em Mangue Seco, Perpétua revoga penitências e carolices para sugerir à irmã Tieta que vá preparando o vestido – vermelho, claro – mais atrevidamente decotado. Dona Flor decide que entrará no local da festa com dois maridos, muito dengo e nenhum constrangimento. No distrito de Itabuna, os coronéis Horácio da Silveira e Sinhô Badaró comunicam simultaneamente a suas tropas que, no dia 10, haverá uma trégua de 24 horas na luta pelas terras do cacau.
Reunido num boteco de Salvador com Cabo Martim, Curió e o Negro Massu, o sempre sabido Jesuíno Galo-Doido encontra a saída para a questão que atormentava um bando de amigos havia semanas: como anunciar a Salvador, com a pompa requerida pelo evento, a chegada da data que deveria estar assinada em vermelho nas folhinhas do Brasil? "O comandante Vasco Moscoso de Aragão vai entrar na barra com o maior navio já visto neste mundão", ilumina-se Jesuíno. A um sinal do capitão-de-longo-curso, será desfraldada a bandeira da Bahia e soará o apito mais estridente já ouvido nos sete mares. Então, brindes serão erguidos nos castelos, capitães da areia promoverão cantorias, explodirá o som dos atabaques em terreiros atulhados de orixás.
Os filhos da imaginação de Jorge Amado estavam todos prontos – e muitíssimo animados – para a celebração do 89º aniversário de quem os criou. Às 19h30 da segunda-feira, 6 de agosto de 2001, contudo, a voz do rádio avisou para o interior da Bahia e para todo o mundo que o mais popular e conhecido escritor brasileiro de todos os tempos falecera no Hospital Aliança, na capital, vítima de parada cardiorrespiratória. A trupe foi pega de surpresa e, sem recursos para vencer a travessia, não teve como chegar a Salvador a tempo do velório do pai imaginário. Guardaram as tralhas da festança de aniversário para chorar. Pelos alto-falantes, ouviram Zélia Gattai dizer diante do corpo do marido, companheiro de vida durante 56 anos: "Agora que Jorge se foi, estou de frente da realidade, mas não sei o que fazer".
Na sexta-feira, trocou-se a alegria da celebração por uma cerimônia triste, desejo de Jorge tornado público no livro Navegação de Cabotagem, de 1992. Ao pé de uma mangueira plantada pelo casal em 1962, as cinzas do escritor foram depositadas na terra úmida do inverno baiano, acondicionadas numa urna de madeira. Foi uma rara manhã sem cor na Casa do Rio Vermelho, no número 33 da Rua Alagoinhas. O lugar tornara-se, havia muito, uma lenda – a ponto de despontar com destaque em guias turísticos produzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. O bom humor, ali, sempre foi lei.
A dor da Casa do Rio Vermelho, entre azulejos pintados por Carybé, telas de Calazans Neto, Di Cavalcanti, Floriano Teixeira e Aldemir Martins, não passou para o lado de fora do muro branco caiado. Nas ruas de Salvador, os três dias de luto decretados pelo governo federal, à exceção das bandeiras da Bahia e do Brasil a meio pau, seguiram-se do jeitinho que Jorge Amado gostava: com simplicidade, alegria e o não-me-queixo do povo brincalhão de Gregório de Mattos (1636-1695)







"Brasilidades" por Tereza Mazzoli





A Biblioteca Pública do Estado da Bahia, localizada na Rua General Labatut, nos Barris, é o quadrilátero da cultura e tem 200 anos de história e vida.


Um mundo de conhecimento se anuncia logo na entrada, onde geralmente há exposições. Ontem, aproveitando o início das férias, passei boas horas da minha manhã num lugar mágico. A magia de uma biblioteca nos tira o fôlego. Jorge Luis Borges dizia que tinha vontade de morrer ao entrar numa Biblioteca, pois sabia que sua vida seria muito curta para dar conta da leitura de tantos livros... É bem parecida a sensação que sinto.


A primeira exposição que vi foi da baianaTereza Mazzoli, intitulada "Brasilidades". Em linhas gerais, nas 12 pinturas em óleo sobre tela, ali expostas, verificamos que a artista  retrata aspectos cristalizados de atividades pertencentes à cultura afrodescendente. Há um enfoque bem acentuado na figura da mulher, da capoeira,  e do samba. Lugar comum? Talvez, mas cada artista tem uma forma de se expressar. E Mazzoli faz isso muito bem nas suas pinturas moderno-figurativas. As imagens antropocêntricas têm cabeça, e não têm rosto, no entanto destacam-se pelo colorido e pela expressividade sensual das mulheres.


Em "Moça na Janela", "Brasilis Colores" (uma vendedora de frutas com um cesto na cabeça na praia de Copacabana) , "Garota de Vermelho", "Baianas em Copacabana" (baianas no Rio de Janeiro com seus trajes típicos nos tons de amarelo-laranja, lilás e verde-piscina, e detalhes como arruda, peixes e toalha branca, nos dão conta da imensidão de signos representativos da figura feminina na cultura afrodescendente)  e "As três Marias" (baianas de costas, com vestidos amarelo, rosa e laranja e vasos de flores na cabeça,  andando em direção a um rio, circundado por uma floresta. Simplicidade das roupas e porte de princesas. Quem seriam elas? Iriam fazer o que?) verificamos que a artista faz questão de destacar tradições que são esquecidas da realidade cultural e dos modos de ser e ver de um determinado grupo humano.


Em "Samba Brasil", "Samba em Copacabana", "Samba do Bar da Esquina", "Samba no Calçadão"e na tela sem título e sem especificações técnicas, que retrata um homem tocando e dançando com uma mulher, a temática musical é retratada. Em "Capoeira foi o que ele viu", há a associação dessa arte-esporte no combate à violência.  


 "Cangaceira", retratando uma "Maria" muito bonita numa paisagem do sertão nordestino e em trajes típicos do cangaço, apesar de ser a que mais gostei, por questões puramente culturais e mais próximas de minha realidade sertaneja, fez com que me perguntasse se  não estaria destoando das demais telas ali expostas? 


Uma outra pergunta que fiz à mostra "Brasilidades" foi o motivo da pintora baiana  de nascimento, indígena de origem e paulista de coração, como ela mesma se identifica em seu blog http://terezamazzoli.blogspot.com/, encontrar tanta inspiração no Calçadão de Copacabana para falar de seus personagens? Não que o  Calçadão mais conhecido do mundo não inspire, mas na Bahia temos signos representativos do que chamamos brasilidades. A história do Brasil nos confirma isso. A história da Bahia ratifica. E a história de Salvador dá provas vivas até hoje. Mas, deixemos a artista em paz, porque ela tem a liberdade da arte e pode representar como bem quiser.

quarta-feira

Galeria de Arte de Paulo Darzé

No início de dezembro visitei a Galeria de Arte de Paulo Darzé. Localizada no Corredor da Vitória, trata-se de um endereço da boa arte.

Cheguei num final de tarde e fui recepcionada pelo amabilíssimo Paulo Darzé. Gentilmente, ofereceu-me o catálogo da exposição de Leda Catunda (já conhecia outros trabalhos dela, inclusive uma obra que está na exposição "Pintoras na Primavera", no MAB) intitulada "O Circo Pegou Fogo", sobre a temática esportista, especialmente futebol, times e patrocinadores. Essa exposição ficará aberta até dia 31 de dezembro de 2011.

Foto: http://www.paulodarzegaleria.com.br/images/12_002.jpg

Paulo Darzé estava em sua casa, ou melhor, em sua galeria. Um ótimo anfitrião que nos faz sentir em casa. Ainda me presenteou com mais quatro catálogos: um de Emanoel Araújo (Geometria do Medo), um de Fernando Coelho, outro de Yhomaz Ianelli, e um intitulado 2 x Minas x 2 (de Amilcar de Castro, Manfredo de Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim e Rodrigo de Castro).

Tenho certeza que os arquitetos e decoradores da cidade vivem por lá procurando alguma tela para um ambiente.

A Galeria de Arte Paulo Darzé, fica localizada na Rua Dr. Chrysippo Aguiar, 8, Corredor da Vitória. O site: www.paulodarzegaleria.com.br

Ótima dica para um fim de tarde aqui em Salvador.

Presépios 2011






Era véspera de Natal. Ainda nas compras finais para a ceia.  Era uma sexta-feira alegre. Meu último dia de trabalho, antes do recesso.


Depois do almoço com a família, sai com o pequeno Batman, de pouco mais de noventa centímetros. Ele estava muito alegre e queria passear. Até mesmo pequenas compras de frutas e temperos são uma diversão para uma criança de 3 anos. 


Na volta, ele pediu-me para ver o Papai Noel. De pronto, lembrei-me da exposição dos presépios no Museu de Arte da Bahia (MAB). E disse é para lá que vamos. Passei na barraquinha de revistas no Corredor da Vitória, comprei água para o passeio que não tinha sido planejado. Dizem que as melhores coisas acontecem sem planejamento prévio. Pode até ser. De toda sorte, havia a pretensão de levar meu pequeno para ver a exposição. E tinha que ser antes da noite do dia 24/12. Era chegado o momento.
Subimos os lances de escada e entramos no MAB.


Antes de entrar na sala que se encontra a mostra dos presépios, ainda do lado de fora, encontramos um oratório de madeira com pinturas de flores e anjos. Lembrei-me dos oratórios das casas dos meus avós. Especialmente, do da casa do Vô Chico. Por um motivo bem triste de recordar: ele foi furtado por dois homens. Essa história é longa, posso até postá-la um dia aqui...


Voltando ao oratório do MAB: dentro havia esculturas, do século XIX, em madeira entalhada, de José Carvalho da Silva,  e policromada. A pintura é atribuída a Ernesto do Espírito Santo e fazem parte da coleção do MAB.


Logo na entrada da sala, depois da porta, à esquerda, vemos dois quadros: o primeiro é intitulado "Sagrada Família", feito em artesanato português (de Vila do Conde) com rendas de bilro. E o segundo, chama-se "Presépio". Trata-se de uma gravura colorida de Amaro Francisco do Pernambuco.
Sobre a origem dos presépios, os historiadores nos afirmam que no século III o nascimento de Jesus Cristo começou a ser celebrado. Em 1225 São Francisco de Assis, considerado o patrono dos presépios, fez uma encenação com pessoas e animais em homenagem ao nascimento de Jesus. Em 1567, no Castelo de Piccolomini, em Celano, foi criado o primeiro presépio nos moldes dos que conhecemos hoje, na Casa da Duquesa de Amalfi, Constanza Piccolomini.  No século XVIII,  a tradição dos presépios estava bem consolidada na Itália, na Espanha e em Portugal. A arte dos presépios persiste através dos tempos, sobretudo na estatutária religiosa. É temática preferida dos santeiros e ceramistas.  Porque afinal de contas, no Natal comemoramos o nascimento de Jesus, e não de Papai Noel.


E quais presépios encontramos nessa mostra?


Na extremidade da esquerda:
1) Presépios Portugueses das regiões do Minho (Barcelos), do Alentejo (Extremoz) e da Beira-Alta. Os primeiros  são feitos de barro policromado, e o do Beira-Alta foi feito dentro de uma ostra.
2) Presépios Peruanos em papel-marchê e madeira pintada;
3) Um presépio em cerâmica, de um ceramista desconhecido;


No Centro da Mostra: um presépio de Osmundo Teixeira, rico em detalhes, todo feito em barro cozido. Uma verdadeira obra de arte. E por falar nesses mestre, indico ainda a exposição "O Mundo de Osmundo", no Museu Carlos Costa Pinto. 


Na extremidade direita:
1) Outro presépio de barro cozido de Clóvis, um artista pernambuco;
2) Vários presépios de barro cozido de artistas pernambucanos;
3) Outro presépio pernambucano em artesanato popular;
4) Dois presépios de palha de Brasília, e um em jarina, de Santarém.


Na disposição da sala, encontramos mais três quadros, todos retratando passagens bíblicas do nascimento de Jesus. São eles: "A Virgem e o Menino", "Descanso na fuga para o Egito", ambas pertencentes ao MAB,  da coleção Jonathas Abbott. E "Santa Família",  retratando a amamentação de Maria, de José Rodrigues Nunes. 


Fernando Pessoa, no Guardador de Rebanhos VIII, nos diz coisas lindas sobre o nascimento de Jesus: "... Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
mas os seres não cantam nada,
se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
..........................................................................

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda..."

O Menino Jesus é o motivo maior do Natal.

E a ele que referendamos um dia da nossa jornada.

Um outro poeta que gosto muito, Manuel Bandeira, em Canto de Natal nos diz:

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.

A poesia acima foi extraída da "
Antologia Poética - Manuel Bandeira", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2001, pág. 137.


A homenagem que os artistas fazem à Sagrada Família, demonstram, em toda sua extensão, a importância da data natalícia de Jesus. Esse é o motivo do Natal.

Meu filho teve a oportunidade de saber essa informação o quanto antes. E mesmo assim continuou a perguntar: o passeio terminou, não vamos ao shopping ver o Papai Noel?


 Os valores são nós, pais, quem transmitimos. Educar um filho é uma das mais importantes tarefas que existem.

quinta-feira

Liebe Paradiso


Liebe Paradiso de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca
Paixão pela arte. Um projeto que contaminou todos os participantes. É assim que começo minha descrição sobre "Liebe Paradiso".
O "disco" começa assim:
"O que a vida perguntar
Deixa a vida responder
Tolo é quem não quer acreditar
O chamado da paixão
O que alegra o coração..."

Começamos um caminho sem volta. É o início de uma viagem num abismo.

Inebriamos-nos com todos os sons que nos envolvem. Praticamente não há divisão de faixas. A cada segundo, uma novidade. Uma surpresa.
Chegamos a uma poesia declamada de Johann Wolfgang von Goethe. Palavras bem ditas em alemão e que significam em nosso português "Canto do Espírito sobre as águas":

“A alma do homem
É qual a água:
Do céu cai,
Ao céu sobe,
E novamente
Quer descer à terra,
Em perene mudança.

...

Alma do homem,
És como a água!
Destino do homem,
És como o vento!

Chegamos à "Flor da Noite". Temos no youtube um Videoarte do fotógrafo e artista plástico pernambucano Cafi para esta canção.

"Dorme, tudo dorme
Sobre o mundo cai o véu
Veste o infinito
Véu da noite, cai do céu

Se outro alguém te lembrar de nós dois
Não diz pra esse alguém
O que passou e ficou para depois
Seja o que for
Além de mim
Ninguém
Assim
...
Flor da noite, carrossel"

Entramos num carrossel. E o carrossel desce e sobe. Sonhamos. Tudo sonha. O universo sonha, o universo vai ao léu. Versos de um sonho. Sonhar. Feche os olhos. E lembre-se de alguém, lembre-se de nós. Não diz para esse alguém. O que passou ficou para depois. E a voz de Nana Caymmi. Arranjo e regência de cordas de Eduardo Souto Neto. E o sopro da noite. E a sensação de que entramos num carrossel sem fim.
Continuamos e não sabemos aonde vamos. Deixemo-nos no caminho, sejamos livres.

Chegamos a "Candeeiro". E o disco continua sem definição. É arte. Temos que chamá-lo de disco porque é audível. Tem uma cara de trilha sonora. As músicas tem um sentido, uma história a ser contada.  Nietzsche numa carta a Deussen nos diz que
" Todo trabalho importante – deves ter sentido em ti mesmo – exerce uma influência moral. O esforço para concentrar uma determinada matéria e dar-lhe uma forma harmoniosa, eu o comparo a uma pedra atirada em nossa vida interior: o primeiro círculo é estreito, mas amplos se destacam”.

E são círculos. E você entra em cada um deles. Eles vão te tragando. E de repente você entende que chegou à Índia numa madrugada calada, enluarada. Você, feliz, sentiu o perfume de flor, meditou e não acordou...

Sacha Amback  nos diz em um vídeo http://www.youtube.com/watch?v=QZWttqJifzE,  que se perguntou o que iria acontecer. "E agora"? Essa mesma sensação, também sinto durante o disco inteiro.

" O disco vai fundo na alma, desperta em nós as melhores ideias", disse-nos Marcelo Costa.  E mais: são coisas assim que alegram minha existência. E a minha também Marcelo.

E entramos num existencialismo mais profundo ainda em  "Quanto tempo/Minos/Vento Azul", várias portas de um labirinto continuam se abrindo. E enigmas precisam ser revelados. Somos marionetes num universo mágico de ilusionistas visionários. Entramos num universo fantástico onde tudo é possível. E ouvimos a voz de um anjo:

"O disco vai fundo na alma, desperta em nós as melhores ideias", disse-nos Marcelo Costa.  E mais: são coisas assim que alegram minha existência. E a minha também Marcelo.

E sinto que "O Tempo não passou"

"Vou te escrever para falar de New York
Não vim aqui esperar pelo fim do munod
..
Quando acordo lá pras três da madrugada
Sinto um anjo vir rindar meu cobertor
Colo a boca sobre a pele da vidraça
Sinto as mutações do tempo a meu favor
...
Pra nós o tempo não passou".

E não passou mesmo Adriana Calcanhoto. E chegamos à nona música "Denise Bandeira", que é dez, é cem, é puro cinema. E a musa inspiradora nos diz que o disco "é um paraíso". E é mesmo. E embarcamos em sua música e a musa se revela: ela é cultura, é soberana, é linda, é primavera, é do bem, ama seus amigos, é elegante, ela merece um samba onde a arte imita a vida, e a vida imita a arte. Gostou da música para você? Ficou sem jeito Denise? Eu também ficaria. Uma música dessa desconcerta qualquer pessoa.
A viagem continua. Está sendo idílica. Uma verdadeira Odisseia. Acontecimentos novos e muitas peripécias ainda estão por vir.

E entro no universo de "Polaroides". Sandra de Sá e o baixo de Arthur Maia me chamam e disparo flashes. Fotografo tudo. Registro. Memorizo. Construo álbuns poéticos. Depois quero rever essas fotografias. Porque "(...) Eu quero que tudo entre nós seja verão eterno
E dure no inverno o que dura o perfume da flor... E a noite revela que o tempo da noite acabou
Me desculpe a pressa, mas a madrugada me chamou
só não vou na festa porque me interessa o seu amor (...)"
E chego à "Alma de Pierrô". Carnaval.  Encontrei meu grande amor no Carnaval. Quarta-feira de cinzas. "E foi só por causa do amor
Que na minha vida faz sol
Apontou saída pra quem não sabia
Viver sem chorar"

E não quero que a viagem termine. Como tudo na vida chego ao fim/início da viagem em "A Thing of beauty/Juventude". João Donato no piano. Celso Fonseca voz e violão. Mas, o melhor de tudo: Ronaldo Bastos dizendo no seu lindo sotaque

"Juventude, joie de vivre
Alegria de viver".

Oh, meu querido, como é gostosa sua voz. Uma faceta se descortinou. Não sabia que era cantor! Surpreendendo sempre, renovando-se, reiventando-se.  É isso ai. Um hino, uma ode à Juventude. Frescor. Alegria de viver. Alegria de ouvir. Extasiada, emocionada termino e posso recomeçar mil vezes.

Em uma síntese digo que se trata de um disco Cult. Mas, não classifiquemos esse disco. Digamos apenas que é arte. "Esse disco apareceu para mim num momento que eu precisava muito". Eu também.  Celso Fonseca e Ronaldo Bastos mergulharam de cabeça e se jogaram no abismo e levaram vários juntos. Sairam  vivos e permanecerão assim, porque não temos como silenciar essa obra-prima dentro de nós. Tolo é todo aquele que não ouvir esse disco. Tem uma magia.  Moderno. A-temporal. Um disco muito bonito, bem acabado, fino, chique. Liebe Paradiso é um divisor de águas? Não sei. Talvez paremos nele. Vamos esperar o que vem depois. "Muito som", né Ronaldo?
Leonel Pereda a música te agradece. Obrigada demais pela ideia. Sem você, tudo isso não teria sido possível.


Ezilda Melo
Salvador-BA, dezembro de 2011.

sexta-feira

Exposições do Museu de Arte da Bahia (MAB)

Essa semana dei-me ao desfrute de uma tarde cultural maravilhosa.

Foi no Corredor da Vitória.

Primeiro, passei no Museu de Arte da Bahia (MAB). Comecei pela exposição "Pintoras na Primavera de 2011".

São 35  artistas de várias gerações, que representam seis décadas na produção artística do Brasil. A artista homenageada foi Carmen Penido com um painel de 35 telas pintadas em acrílico. Numa sala ao lado dessa exposição, a última que visitei, temos "Caminhos Percorridos", da Penido, com várias telas que traduzem sua pintura em uma infinidade de imagens, num minucioso realimso de pequenos desenhos contracenando com formas abstratas que serpenteiam em cercaduras decorativas numa alusão aos azulejos portugueses. Essa artista ainda nos presenteia com lindas mandalas e seus símbolos barrocos e nos faz entender que, de fato, a arte é individual como criação e plural em seus múltiplos significados.



Voltemos à sala da exposição "Pintoras na Primavera de 2011":

Cada tela um mundo, um universo singular. Temos, na exposição, telas de Anna Bella Geiger,Betty King, Candoca,  Sônia Rangel, Márcia Magno, Zau Pimentel, Maria Adair (com sua obra "Conceição da Praia")... Como já disse,são 35 artistas homenageadas. Um acento tônico na linda tela de Djanira, pintora, desenhista, gravadora, cenógrafa e primeira artista latino-americana representada com obras no Museu do Vaticano, "Menina e Flores".


Na exposição, temos uma tela de Vera Patury, artista plástica, arquiteta e ambientalista, intitulada "Planetas" que é simplesmente linda.


Linda a tela "Flores e Troncos", uma xilogravura de Wilma Martins.  E para a "Porta Adornada da Bahia", de Marina Caram.

De Tarsila do Amaral tem "O Touro", de 1928, mesmo ano que ela pintou Abaporu.


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Mas, minha preferia foi "Josés, Marias, Ritas e Annas" uma obra da Fátima Tosca.

A singeleza e o traço delicado na pintura desses passarinhos me impressionaram muito. Coisas que somente a arte pode fazer.

A disposição das telas da sala foi feita com muito cuidado.A iluminação está perfeita e o detalhe da mesa de centro  de jacarandá e tampo de mármore da Bahia do século XIX, servindo de aparador para lindo ramalhete de margaridas, dentro de Bacia das flores da Faiança Inglesa "Copeland", também do século XIX, está um mimo.

Como diria Da Vinci " a pintura é coisa mental". Ou Goethe "De que vale olhar sem ver?". Essa exposição merece ser olhada e merece ser vista.

Uma terceira exposição aberta no MAB chama-se "Madeiras do Brasil".  Trata-se de 217 espécieis catalogadas em pedaços de madeira, entalhadas em forma de livros e organizadas como uma pequena biblioteca. Que fantástica imaginação desse colecionador de madeiras, o médico Antônio Berenguer. Que feliz ideia em associar madeiras, livro e biblioteca.  As madeiras de nosso país são riquezas do Brasil. Um crime sem tamanho é o desmatamento.

segunda-feira

Ensaios de Verão - Cortejo Afro e Olodum

Os ensaios de verão já começam a agitar a noite soteropolitana. Hoje e amanhã, dois ensaios prometem:

O CORTEJO AFRO NESSA SEGUNDA:

Quem também volta, esta semana, com sua temporada de ensaios para o verão baiano é o Bloco Cortejo Afro. A abertura será nesta segunda-feira, 28, e a concentração é na Catedral Basílica do Centro Histórico, seguindo pelas ruas do Pelourinho até chegar ao Largo Pedro Archanjo, onde começa, de fato, a festa.

A TERÇA DO OLODUM ESTÁ DE VOLTA AO PELÔ


Um dos mais famosos ensaios de verão do Pelourinho está de volta a Salvador. É a “Terça do Olodum“, ou melhor, a “Terça da Benção”, dia da semana em que a famosa banda de samba-reggae reúne o melhor da música baiana na Praça Tereza Batista. O evento estreia no dia 29 de novembro, e, para animar a noite, o grupo recebe no palco alguns convidados ilustres.

terça-feira

Circuito Sala de Arte

Cine Vivo
Endereço: Shopping Paseo Itaigara, Rua Rubens Guelli, 135, Itaigara
Telefone: 71. 3015-6867
Estacionamento gratuito: Shopping Paseo Itaigara



Cinema da UFBa
Cinema da UFBa
Endereço: Av. Reitor Miguel Calmon, s/n, Vale do Canela. Ao lado das Faculdades de Educação e Administração - PAC (Pavilhão do Canela)
Telefone: 71. 3235-9876
Estacionamento gratuito: estacionamento PAC




Platéia do MAM
Cinema do Mam
Endereço: Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão
Telefone: 71. 3329-5727
Estacionamento gratuito: área externa do Mam (exceto aos sábados devido ao Jam no Mam)






Cinema do Museu
Cinema do Museu
Endereço: Av. Sete de Setembro, 2595, Corredor da Vitória – Museu Geológico
Telefone: 71. 3338-2241
Estacionamento: convênio com o Sol Park – R$6,00 (três horas)
Pagamento na bilheteria





Cine XIV
Cine XIV
Endereço: Rua Frei Vicente, 12/14 – Quarteirão Cultural do Pelourinho
Telefone: 71. 3324-9206





Cinema da Aliança Francesa
Cinema da Aliança Francesa
Av. Sete de Setembro, 401, Vitória – Aliança Francesa
Telefone: 71. 3336-7599 (ramal 28)