segunda-feira

Edital PICT 2015.2-2016.1

SELEÇÃO DE BOLSISTAS DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA FACULDADE RUY BARBOSA
2015.2/2016.1

Em conformidade ao Regulamento do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica – PICT (www.frb.edu.br), o Diretor Geral do Campus Rio Vermelho e Pituba da Faculdade Ruy Barbosa, Cristiano Aguiar, no uso de suas atribuições, torna público que se encontram abertas as inscrições para a seleção de estudantes dos cursos de Graduação – Bacharelado e Tecnológico para 15 vagas no PICT.

1.      DAS INSCRIÇÕES

1.1    As inscrições serão realizadas no Núcleo de Apoio ao Aluno – NAA, em horário regular de funcionamento do departamento (7h30min às 21h30min de segunda a sexta e 8h às 12h aos sábados) mediante apresentação de cópias impressas dos documentos listados no item 1.3, até às 21h30min de 29 de maio de 2015.

1.2    Poderá inscrever-se o aluno que atenda às seguintes condições:

a)      Estar regularmente matriculado(a) e cursando o período letivo 2015.1 em qualquer um dos cursos de Graduação - Bacharelado ou Tecnológico - oferecidos pela Faculdade Ruy Barbosa – Campus Rio Vermelho e Pituba, e estar cursando do segundo ao antepenúltimo semestre;
b) Apresentar toda a documentação exigida neste Edital;
c) Não receber bolsa de órgão de fomento à pesquisa ou da Faculdade Ruy Barbosa. Podendo participar da seleção alunos que tenham desconto governamental (FIES/PROUNI);
d) Atestar disponibilidade de dedicar no mínimo 20 horas semanais ao PICT;
e) Não desenvolver outra atividade, como monitoria, estágio ou trabalho, com ou sem remuneração.

1.3         Para formalizar a inscrição faz-se necessária a apresentação dos seguintes documentos:

a) Ficha de inscrição devidamente preenchida (APÊNDICE A).
b) Comprovante de Matrícula em 2015.1.
c) Histórico escolar atualizado, a ser impresso a partir do Portal ACADEMUS.
d) Declaração formal de conhecimento do conteúdo do Regulamento do PICT e deste Edital.
e) Declaração de disponibilidade de, no mínimo 20 horas semanais, para o desenvolvimento do trabalho apresentado para apreciação da Comissão de Seleção deste Programa, e de não ser beneficiado por outra modalidade de bolsa de fomento à pesquisa (APÊNDICE B).
e) Projeto de pesquisa, estruturado conforme APÊNDICE C deste edital.
d) Termo de Aceite do(a) orientador(a) (APÊNDICE D).

2.    DO INCENTIVO

2.1 - Os bolsistas selecionados receberão bolsa no valor de 380,00 (trezentos e oitenta reais) no período de vigência do Programa.

3.  DA SELEÇÃO

3.1 O processo de seleção, de natureza classificatória, será realizado por Comissão específica, composta pela Coordenadora de Pesquisa da Faculdade Ruy Barbosa, pelo Professor Orientador responsável pela Linha de Pesquisa e por Professor de Metodologia.

3.2 O processo de seleção abrange as seguintes etapas:

1ª Etapa – Inscrição: entrega da documentação exigida, e observada às condições constantes nesse Edital, no período de 08 de maio a 29 de maio de 2015.

Não será aceito qualquer documento exigido neste Edital após o prazo estipulado para inscrição no processo seletivo, ficando dessa forma, desclassificado o candidato que não entregar em tempo hábil a documentação exigida.

2ª Etapa – Classificatória: A classificação de candidatos será baseada na análise da documentação por eles apresentada. O(a) candidato(a) receberá pontos pelo mérito científico de seu projeto, expresso por sua relevância e qualidades técnicas. A atribuição de pontos será orientada pelo Barema constante no APÊNDICE E. A classificação dos inscritos nesta etapa será divulgada em 06 de junho de 2015.

Os candidatos classificados na etapa anterior serão convocados para entrevista, que ocorrerão entre os dias 08 a 19 de junho de 2015. Data, horário e local das entrevistas serão divulgados no site da Instituição e enviados para os e-mails dos candidatos inscritos.

Serão automaticamente excluídos do processo de avaliação os alunos inscritos que não atendam às exigências constantes deste Edital.

3ª Etapa – Seletiva: O desempenho do candidato na entrevista resultará em pontos atribuídos segundo critérios previstos no Barema constante no APÊNDICE E que serão somados aos pontos acumulados pelos candidatos na segunda etapa deste processo seletivo.

Serão selecionados como bolsistas do PICT os quinze estudantes com maior pontuação total auferida até esta etapa, um para cada linha de pesquisa.

Havendo empate entre candidatos, o coeficiente de rendimento será utilizado como critério de desempate.

A divulgação do resultado ocorrerá ate o dia 26 de junho de 2015, por meio do site: www.frb.edu.br e no Portal Academus.

3.3. Caso ocorra incompatibilidade de horário, ou o não cumprimento das atribuições pelo aluno, haverá a substituição deste, de acordo com a classificação final, sendo necessária a assinatura do termo de desligamento.

4. DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

4.1 Para efeito de ordenação do processo classificatório serão utilizados, sucessivamente, os seguintes critérios:
a) Melhor conceito obtido no projeto de pesquisa;
b) Desempenho na entrevista;
c) Viabilidade da execução do projeto.

5. DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES

5.1     Do Bolsista

a)      Dedicar 20h semanais ao trabalho aprovado pelo PICT, sendo, pelo menos uma hora dedicada a encontro semanal com o (a) orientador.

b)      Fazer constar nas publicações e trabalhos apresentados referência a sua condição de bolsista do PICT-RUY;
c)      Apresentar à Coordenação do PICT resultados atualizados parciais e finais do seu trabalho em relatórios previamente aprovados por seu (sua) orientador (a), respectivamente em 30/01/2016 e 31/08/2016;

d)     Submeter artigo que apresente e análise os resultados do projeto de investigação a uma das revistas da DeVry Brasil, em até seis meses após a finalização da bolsa;

e)      Apresentar os resultados alcançados na Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia promovida pela Instituição;

f)       Ter no mínimo uma reunião semanal com seu orientador;

g)      Devolver a Instituição em valores atualizados, o valor corresponde aos incentivos mensais recebidos desde o início da vigência de sua bolsa ou no intervalo indicado por seu (sua) orientador (a), caso descumpra as responsabilidades assumidas como bolsista do PICT;

h)      Permitir/autorizar a Instituição a divulgação e publicação de seu trabalho científico em qualquer evento de natureza acadêmica, tais como Congressos, Seminários ou Revistas especializadas, tanto externa como interna, referenciando a autoria, salvaguardados aspectos éticos e autorais;

i)        Atestar ao(à) orientador (a) e Coordenação do PICT submissão do seu trabalho para apresentação em evento científico local, regional ou nacional externo à instituição à qual está vinculado como estudante, antes da conclusão de sua bolsa;

5.2  Do Orientador

a)      Orientar o(s) bolsista(s) em todas as fases do trabalho de iniciação científica, incluindo a elaboração dos relatórios e de material para apresentação dos resultados na Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia.

b)      Adotar todas as providências que envolvam permissões e autorizações especiais de caráter ético ou legal, necessárias à execução das atividades envolvidas no trabalho de iniciação científica do(s) bolsista(s);

c)      Ter no mínimo uma hora de reunião semanal com o(s) bolsista(s).

d)     Apresentar à Coordenação do PICT relatório mensal resumindo o desempenho do(s) bolsista(s) e as atividades de supervisão no período (APÊNDICE F);

e)      Apresentar avaliação parcial e final do desempenho do(s) bolsista(s) no período previsto para apresentação de resultados parciais e finais.

f)       Notificar a Coordenação do PICT na eventualidade de descumprimento de responsabilidades pelo(s) bolsista(s) e, quando necessário, formalizar pedido justificado de suspensão de bolsa do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica.

g)      Preencher e entregar assinado o formulário de acompanhamento das atividades dos alunos (APÊNDICE D). A entrega do referido formulário deverá ser feita até o dia 10 de cada mês à Coordenação do PICT.



5.3  Da Instituição

a)      Divulgar junto aos orientadores suas atribuições e responsabilidades que constam neste Edital;

b)      Acompanhar e organizar as atividades dos bolsistas na Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia, realizada anualmente;

c)      Apoiar materialmente as atividades dos bolsistas, desde que disponha dos recursos necessários e que a solicitação de apoio tenha sido formalizada e previamente aprovada pelo(a) orientador (a) e coordenação envolvida.

6. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

6.1 O trabalho dos bolsistas será acompanhado pela Coordenação do PICT por meio dos formulários mensais de acompanhamento enviados pelos orientadores e pelos relatórios parcial e final apresentados pelos bolsistas.

a)      Relatório Parcial – Encaminhado ao final do primeiro semestre vigente do Programa para a coordenação do PICT. A não entrega do relatório parcial, neste período, acarretará cancelamento da bolsa e o aluno terá que devolver à Instituição os valores recebidos.

b)      Relatório Final – Encaminhado até 30 dias após o término de vigência do Programa.

c)      Formulário de acompanhamento das atividades dos alunos (APÊNDICE D) - a ser entregue pelo orientador até o dia dez de cada mês à Coordenação do PICT. A não entrega do formulário representa o não cumprimento pelo aluno das 20 horas disponíveis constantes neste edital e implicará no desligamento do mesmo e a devolução a Instituição do valor recebido.

7. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

7.1 Os projetos apresentados deverão ser individuais, com apenas um(a) professor(a) orientador(a) e inscritos para as seguintes Linhas de Pesquisa, já aprovadas pelas Coordenações Acadêmicas dos Cursos:

Psicologia

1.Violência, Depressão e Suicídio – Vanessa Vasques
2. Psicologia e Trabalho – Telma Mascarenhas
3. Avaliação Psicológica e Psicometria – Fernanda Landeiro

Cursos de Tecnologia e Computação:
1. Modelagem Computacional do Conhecimento - Prof. Angela Reis
2. Inovação Sistemática - Prof. Mario Cezar

Administração
1. Planejamento da Capacidade de Instalação Portuária – Prof. Ademar Nogueira do Nascimento

Direito

1. Direito e Memória – Dra. Maria Helena Franca das Neves
2. Famílias Contemporâneas: Interfaces e Conexões - Teresa Cristina Ferreira de Oliveira
3. Teorias da Justiça e Democracia: dimensões políticas do acesso à justiça  - Homero Chiaraba
4. Direito e Novas Tecnologias – Mateus Abreu
5. O novo Código de Processo Civil no Processo do Trabalho: em busca de uma unidade sistêmica - Guilherme Levien Grillo

Arquitetura:
1. Cultura, Memória e Patrimônio – Nelson Damasceno

Gastronomia:
1. Novas Tendências da Gastronomia Brasileira - Larissa Costa

Engenharia de Produção:
1. A Engenharia de Produção no Século XXI - Prof. Geraldo Anton

Para todas as áreas:
1. A transdisciplinaridade nas ciências - Prof. Ezilda Melo



7.2 Dos resultados classificatórios publicados cabe recurso ao Diretor Geral, no prazo de três dias contados da data de sua publicação. Expirado o prazo sem recurso, os resultados serão homologados por ato do Diretor Geral.

7.3 Uma vez aprovado no processo de seleção, o aluno assinará os Termos de Compromisso e Outorga. 

7.4 As atividades serão iniciadas em 03.08.2015 e finalizadas em 30.07.2015.

7.5 O cronograma deste Edital está apresentado no Apêndice C.

7.6 Os casos omissos serão resolvidos pelo Diretor Geral.


Salvador-BA, 08 de Maio de 2015.  


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Cristiano Aguiar
Diretor– Campus Rio Vermelho e Paralela
Faculdade Ruy Barbosa























sábado

Um momento pode mudar tudo

Um Momento pode mudar tudo - um filme que merece ser visto. Super sensível, mostra que a vida, apesar de não ser um parque de diversões, tem uma beleza para quem quer ver. Um frase que me marcou: reconheça as pessoas que te olham e te reconhecem como você é. Há pessoas que por mais que te olhem, nunca te verão... 15h30 no Paseo
Sinopse do filme:
Kate (Hilary Swank) é uma pianista clássica sofisticada, casada, extremamente bem-sucedida e recém-diagnosticada com ELA (esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como doença de Lou Gehrig). Bec (Emmy Rossum) é uma estudante impertinente e aspirante a cantora de rock que mal consegue dar conta do caos que é a sua vida, tanto no aspecto romântico, quanto em outras áreas. Conforme a doença de Kate avança, seu casamento com Evan (Josh Duhamel) se deteriora. Quando Bec consegue o emprego para dar assistência a Kate, ambas passam a se apoiar em algo que se torna um laço não convencional. Como está sem objetivo, Bec está determinada a se tornar uma sombra íntima de Kate, passando por situações confusas e embaraçosamente cômicas. À medida que a cautelosa e voluntariosa Kate começa a se contagiar com o turbilhão e o espírito livre que é Bec – e vice versa – ambas acabam encarando arrependimentos, explorando novos territórios e expandindo suas ideias sobre quem realmente querem ser.

Homenagem ao Poetinha

Começo com Vinicius de Moraes, de longe meu poeta preferido. O mundo todo cabia dentro dele. Se era amor ou não, o que ele escrevia conquista qualquer pessoa (ate hoje), e era o bastante para ele ser feliz e fazer as outras pessoas felizes. Quatro poesias do poetinha, nascido sob o signo das emoções:
Poema Enjoadinho
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Conjugação da Ausente
Foram precisos mais dez anos e oito quilos
Muitas cãs e um princípio de abdômen
(Sem falar na Segunda Grande Guerra, na descoberta da penicilina e na desagregação do átomo)
Foram precisos dois filhos e sete casas
(Em lugares como São Paulo, Londres, Cascais, lpanema e Hollywood)
Foram precisos três livros de poesia e uma operação de apendicite
Algumas prevaricações e um exequatur
Fora preciso a aquisição de uma consciência política
E de incontáveis garrafas; fora preciso um desastre de avião
Foram precisas separações, tantas separações
Uma separação...
Tua graça caminha pela casa
Moves-te blindada em abstrações, como um T. Trazes
A cabeça enterrada nos ombros qual escura
Rosa sem haste. És tão profundamente
Que irrelevas as coisas, mesmo do pensamento.
A cadeira é cadeira e o quadro é quadro
Porque te participam. Fora, o jardim
Modesto como tu, murcha em antúrios
A tua ausência. As folhas te outonam, a grama te
Quer. És vegetal, amiga...
Amiga! direi baixo o teu nome
Não ao rádio ou ao espelho, mas à porta
Que te emoldura, fatigada, e ao
Corredor que pára
Para te andar, adunca, inutilmente
Rápida. Vazia a casa
Raios, no entanto, desse olhar sobejo
Oblíquos cristalizam tua ausência.
Vejo-te em cada prisma, refletindo
Diagonalmente a múltipla esperança
E te amo, te venero, te idolatro
Numa perplexidade de criança.
E no entanto avistava à poucos passos
Sua forma feminina que não era
Nenhuma outra forma feminina, mas a dela
A mulher amada
O DIA DA CRIAÇÃO
Rio de Janeiro , 1946
Macho e fêmea os criou.
Bíblia: Gênese, 1, 27
I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábio
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Pessoas, o eu e o outro.


Quem nunca conheceu uma pessoa egoísta? É impossível. Há egoísmo nas mais variadas escalas, cores, sabores, texturas. Quem não tiver egoísmo que atire a primeira pedra. O que é o egoísmo, então? Trata-se de um amor exagerado aos seus próprios interesses a despeito das vontades alheias. É colocar-se sempre em primeiro lugar, olhar somente para o próprio umbigo e ter dificuldade em colocar-se na posição do outro. O egoísmo leva `a presunção e ao orgulho. As pessoas egoístas colocam seus hábitos, opiniões, desejos, necessidades acima da dos outros. O altruísta seria exatamente o contrário: colocar o outro em primeiro lugar. Entre o altruísta e o egoísta há um abismo sem fim. Um é hipótese, o outro acontecimento. Para LÉVINAS o egoísmo, o fechamento do Eu em si mesmo, o eu que se busca em sua própria e exclusiva subjetividade, sustenta todo o pensamento ocidental, caracterizado por uma “filosofia do poder”. Para LÉVINAS, o eu-centrado-em-si-mesmo perde a chance de sair de si mesmo e enxergar a exterioridade e o Infinito, que se dá no encontro com o outro. Um encontro que não tem características investigativas meramente ontológicas, técnicas e científicas, mas de informalidade e de pessoalidade.
“Outrem, como outrem, não é somente um alter ego. Ele é o que eu não sou: ele é o fraco enquanto eu sou forte ele é o pobre; ele é a ‘viúva e o órfão’.(...) A exterioridade social é original e nos faz saída das categorias de unidade e de multiplicidade que valem para as coisas” (LÉVINAS, E., Da Existência ao Existente, Papirus, Campinas, 1998, p. 113 - edição e tradução brasileira da obra “De l’exitence à l’existant”).
O Outro para LÉVINAS é aquele que me estende a mão e me interpela com um “me dá um prato de comida”. Portanto, esta filosofia considera o outro como medida para nossas ações. O desafio é pensar a construção de uma “cultura da alteridade”, na qual a responsabilidade pelo outro seja um componente ético de nosso cotidiano. Amar é o supra sumo da alteridade, é a abertura de si e a possibilidade do infinito. Que as pessoas se amem mais!

Ezilda Melo

Quando Galeano morreu

O primeiro livro que li do Eduardo Galeano foi em 1997, "As veias abertas da América Latina". Estarrecida fiquei ao saber do grande estupro latino-americano ocorrido no massacre colonizador. Um grande titulo, uma grande obra, escrita em 1971. Galeano tomou outros rumos literários e menos historicistas e ao despedir da vida, hoje, dia 13 de abril de 2015, aos 74 anos, o famoso escritor uruguaio deixou livros encantadores que nos farão companhia por muito tempo. Conheci-o, portanto, num visão historiográfica de episódios nossos, muitas vezes desconhecidos pelos irmãos latino-americanos. O que mais me chama atenção nos escritos dele, no entanto, é a beleza e a emoção dos pequeninos momentos, das historias fugazes, das meras possibilidades de cenas inusitadas do viver. Ele tratou da memoria como algo vivo, que se transforma; algo que se inquieta e muda com o passar dos minutos. A história contada a partir de pequenos momentos, instantâneos luzidios, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloqüência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida.
Assim é o " Livro dos abraços", dos meus livros preferidos. O que de melhor Eduardo Galeano ouviu ele transformou em livros, onde nos lembrou como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida, num emaranhado sem fim (ou com fim). Eis que continuamos falando sobre ele e a pequena Anna, de cachinhos castanhos, no amadurecimento de seus quatro anos, ao ver a mãe com olhos marejados, diz "o que foi mamãe?" E eu digo: foi o Eduardo Galeano, um dos meus escritores preferidos, que morreu. Ela consente e parece entender esse sentimento de uma perda tao longe, e ao mesmo tempo, próxima.

Poesia das seis

Nem precisamos do escudo de Athenas contra a Medusa
Ninguém olha nos olhos querendo enxergar lá dentro
É nossa caverna, é a prisão
Vê-se imagens distorcidas, ressequidas, fantasmagóricas do que projetamos ser o outro
Simulações horizontais de uma flor no quadro
Isso é uma flor? Isso é um cachimbo? Ou é o amor?
No canteiro do jardim está a realidade da tela
Eternizar na fotografia, na pintura, na poesia a visão de uma essência que não se diz, precede ao conceito e à formulação do nosso olhar
Eis que nem tudo está perdido
Porque a borboleta bate asas e constrói seu vôo
Encontra a flor e embriaga-se do néctar
E quer mais
Anseia o futuro
Faz previsões mitológicas, astrológicas, numerológicas
Tentativas de conter a inexatidão das linhas tênues de uma liquidez esfumaçante no castelo dos vampiros ancestrais
Pobre Dom Quixote, andante e solitário
Somos um retrato da incomprensão humana, tão mascarada por tatuagens que escondem a pele e a alma
E conhecer é um trajeto não-linear em um rodovia mal sinalizada...


Ezilda Melo

Dia da Poesia: 14/03. Que sempre sobre poesia...

Mar e Rio
Um ano depois, eis-me aqui. Sentindo a dor, sei o que é tristeza
Das profundezas do meu mais intimo ser
Não quero a eternidade para me conhecer
Talvez, a grande verdade é que não há beleza...
Não me diga o que quero ouvir
Entre nós existem silêncios do ouvido
Mordaças banham a tarde do esquecido
Para retumbar na cama do dormir
Nada será como antes, diz a velha amante
Nem futuro existirá
Porque você já se foi para não mais voltar
Foi cedo demais e deixou o rastro distante
Há’ um mar e um rio escuro
Noites de calor, um banho frio
Chuva, sol, gotas de suor, lagrimas... tudo sombrio
Tanta vida, tantos que não chegaram ao futuro
Maldigo os chineses e a invenção da pólvora
Como também os bancos e os cheques sem fundo
A vida é um malogro, um engano, um coração descompassado
Que bate e chora por ontem e pelo agora
Senhores de armas, engano puro
Num sábado, `a traição e na hora de Maria
Ganância. Ambição em busca do impuro ouro
É muita tristeza, é muita melancolia...
Ai, meu Deus, que angonia
Seja de noite ou de dia
Nada tira seu sangue do pensamento
Queria que você voltasse, nem que fosse por encantamento.
Ezilda Melo

Baudelaire e a sensualidade




As Jóias
A amada estava nua e, por ser eu seu amante,
Das jóias só guardara as que o bulício inquieta,
Cujo rico esplendor lhe dava esse ar triunfante
Que em seus dias de glória a escrava moura afeta.
Quando ela dança e entorna um timbre acre e sonoro,
Este universo mineral que à luz figura
Ao êxtase me leva, e é com furor que adoro
As coisas em que o som ao fogo se mistura.
Ela estava deitada e se deixava amar,
E do alto do divã, imersa em paz, sorria
A meu amor profundo e doce como o mar,
Que ao corpo, como à escarpa, em ondas lhe subia.
O olhar cravado em mim, como um tigre abatido,
Com ar vago e distante ela ensaiava poses,
E o lúbrico fervor à candidez unido
Punha-lhe um novo encanto às cruéis metamorfoses.
E sua perna e o braço, a coxa e os rins, untados
Como de óleo, imitar de um cisne a fluida linha,
Passavam diante de meus olhos sossegados;
E o ventre e os seios, como cachos de uma vinha,
Se aproximavam, mais sutis que Anjos do Mal,
Para agitar minha alma enfim posta em repouso,
Ou arrancá-la então a rocha de cristal
Onde, calma e sozinha, ela encontra pouso.
Como se a luz de um novo esboço, unidade eu via
De Antíope a cintura a um busto adolescente,
De tal modo que os quadris moldavam-lhe a bacia.
E a maquilagem lhe era esplêndida e luzente!
- E estando a lamparina agora agonizante,
Como na alcova houvesse a luz só da lareira
Toda vez que emitia um suspiro faiscante,
Inundava de sangue essa pele trigueira.

Spleen e Ideala – As Flores do Mal
BÊNÇÃO
Quando, por uma lei das supremas potências,
O Poeta se apresenta à platéia entediada,
Sua mãe, estarrecida e prenhe de insolências,
Pragueja contra Deus, que dela então se apiada:
"Ah! Tivesse eu gerado um ninho de serpentes,
Em vez de amamentar esse aleijão sem graça!
Maldita a noite dos prazeres mais ardentes
Em que meu ventre concebeu minha desgraça!
Pois que entre todas neste mundo fui eleita
Para ser o desgosto de meu triste esposo,
E ao fogo arremessar não posso, qual se deita
Uma carta de amor, esse monstro asqueroso,
Eu farei recair teu ódio que me afronta
Sobre o instrumento vil de tuas maldições,
E este mau ramo hei de torcer de ponta a ponta,
Para que aí não vingue um só de teus botões!"
Ela rumina assim todo o ódio que a envenena,
E, por nada entender dos desígnios eternos,
Ela própria prepara ao fundo da Geena
A pira consagrada aos delitos maternos.
Sob a auréola, porém, de um anjo vigilante,
Inebria-se ao sol o infante deserdado,
E em tudo o que ele come ou bebe a cada instante
Há um gosto de ambrósia e néctar encarnado.
Às nuvens ele fala, aos ventos desafia
E a via-sacra entre canções percorre em festa;
O Espírito que o segue em sua romaria
Chora ao vê-lo feliz como ave da floresta.
Os que ele quer amar o observam com receio,
Ou então, por desprezo à sua estranha paz,
Buscam quem saiba acometê-lo em pleno seio,
E empenham-se em sangrar a fera que ele traz.
Ao pão e ao vinho que lhe servem de repasto
Eis que misturam cinza e pútridos bagaços;
Hipócritas, dizem-lhe o tato ser nefasto,
E se arrependem pó haver cruzado os passos.
Sua mulher nas praças perambula aos gritos:
"Pois se tão bela sou que ele deseja amar-me,
farei tal qual os ídolos dos velhos ritos,
e assim, como eles, quero inteira redourar-me;
E aqui, de joelhos, me embebedarei de incenso,
De nardo e mirra, de iguarias e licores,
Para saber se desse amante tão intenso
Posso usurpar sorrindo os cândidos louvores.
E ao fatigar-me dessas ímpias fantasias,
Sobre ele pousarei a tíbia e férrea mão;
E minhas unhas, como as garras das Harpias,
Hão de abrir um caminho até seu coração.
Como ave tenra que estremece e que palpita,
Ao seio hei de arrancar-lhe o rubro coração,
E, dando rédea à minha besta favorita,
Por terra o deitarei sem dó nem compaixão!"
Ao céu, de onde ele vê de um trono a incandescência,
O Poeta ergue sereno as suas mãos piedosas,
E o fulgurante brilho de sua vidência
Ofusca-lhe o perfil das multidões furiosas:
"Bendito vós, Senhor, que dais o sofrimento,
esse óleo puro que nos purga as imundícias
como o melhor, o mais divino sacramento
e que prepara os fortes às santas delícias!
Eu sei que reservais um lugar para o Poeta
Nas radiantes fileiras das santas Legiões,
E que o convidareis à comunhão secreta
Dos Tronos, das Virtudes, das Dominações.
Bem sei que a dor é nossa dádiva suprema,
Aos pés da qual o inferno e a terra estão dispersos,
E que, para talhar-me um místico diadema,
Forçoso é lhes impor os tempos e universos.
Mas nem as jóias que em Palmira reluziam,
As pérolas do mar, o mais raro diamante,
Engastados por vós, ofuscar poderiam
Este belo diadema etéreo e cintilante;
Pois que ela apenas será feita de luz pura,
Arrancada à matriz dos raios primitivos,
De que os olhos mortais, radiantes de ventura,
Nada mais são que espelhos turvos e cativos!".
O INIMIGO
A juventude não foi mais que um temporal,
Aqui e ali por sóis ardentes trespassado;
As chuvas e os trovões causaram dano tal
Que em meu pomar não resta um fruto sazonado.
Eis que alcancei o outono de meu pensamento,
E agora o ancinho e a pá se fazem necessários
Para outra vez compor o solo lamacento,
Onde profundas covas se abrem como ossários
E quem sabe se as flores que meu sonho ensaia
Não achem nessa gleba aguada como praia
O místico alimento que as farás radiosas/
Ó dor! O tempo faz da vida uma carniça,
E o sombrio Inimigo que nos rói as rosas
No sangue que perdemos se enraíza e viça!
O AZAR
Castigo assim tornar tão leve
Somente a Sísifo se cobra!
Por mais que mão se ponha à obra,
A Arte é longo e o Tempo é breve.
Longe dos túmulos famosos,
Num cemitério já sepulto,
Meu coração, tambor oculto,
Percute acordes dolorosos.
- Muito ouro ali jaz sonolento
em meio à treva e ao esquecimento,
esquivo à sonda e ao enxadão;
E muita flor exala a medo
Seu perfume como um segredo
Nas mais profunda solidão.

Alteridade

Há um tipo de pessoa que tenho muita dificuldade em me relacionar: aquela que não sabe se colocar no lugar do outro. Por outro lado, adoro as pessoas prestativas, cuidadosas, atenciosas, especialmente com a dor do outro. Hoje, uma conhecida me pediu um apoio numa situação difícil pela qual está passando, mas que envolve diversos setores. Ao entrar em contato com amigos, logo pudemos oferecer uma assistência. Às vezes, uma simples orientação a uma pessoa, uma simples palavra de conforto numa situação traumática, podem trazer benefícios que são imprescindíveis para continuar... ‪#‎alteridade‬

Eventos Importantes: de 04 a 08 de maio - fiquem atentos!!!









XI Semana Jurídica da Faculdade Ruy Barbosa - de 04 a 05 de maio

VI Mostra de Pesquisa Devry Brasil: de 04 a 08 de maio - Faculdade Ruy Barbosa

Lançamento de Livro da Prof. Marília Muricy: 08/05 - Livraria Cultura - Shopping Salvador


Ser(tao) bom!

Ser cada dia melhor é:
Não ter medo de recomeçar,
Fazer o bem sem olhar a quem;
Amar a família e os amigos;
Dar proteção aos filhos;
Ser gentil e atenciosa com as pessoas;
Não guardar rancor, raiva ou mágoa;
Ter Deus no coração!!!



Ezilda Melo

O Fazer das Ciências Sociais


O Fazer das Ciências Sociais  - Revista Preludios

VI Mostra de Pesquisa Devry - Programação do dia 08/05