sábado

Dia da Poesia: 14/03. Que sempre sobre poesia...

Mar e Rio
Um ano depois, eis-me aqui. Sentindo a dor, sei o que é tristeza
Das profundezas do meu mais intimo ser
Não quero a eternidade para me conhecer
Talvez, a grande verdade é que não há beleza...
Não me diga o que quero ouvir
Entre nós existem silêncios do ouvido
Mordaças banham a tarde do esquecido
Para retumbar na cama do dormir
Nada será como antes, diz a velha amante
Nem futuro existirá
Porque você já se foi para não mais voltar
Foi cedo demais e deixou o rastro distante
Há’ um mar e um rio escuro
Noites de calor, um banho frio
Chuva, sol, gotas de suor, lagrimas... tudo sombrio
Tanta vida, tantos que não chegaram ao futuro
Maldigo os chineses e a invenção da pólvora
Como também os bancos e os cheques sem fundo
A vida é um malogro, um engano, um coração descompassado
Que bate e chora por ontem e pelo agora
Senhores de armas, engano puro
Num sábado, `a traição e na hora de Maria
Ganância. Ambição em busca do impuro ouro
É muita tristeza, é muita melancolia...
Ai, meu Deus, que angonia
Seja de noite ou de dia
Nada tira seu sangue do pensamento
Queria que você voltasse, nem que fosse por encantamento.
Ezilda Melo

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