segunda-feira

Um Plano de Aula sobre o tema: artes visuais como documento histórico



Esse plano foi elaborado por mim para trabalhar o assunto "Artes visuais como documento histórico". as referências foram escolhidas a dedo com muito carinho. 
  


Plano de Aula
Ponto 04: Artes Visuais como documento histórico
1. Objetivos:
1.1. Objetivo Geral
Compreender o processo social como dinâmico e com múltiplas dimensões, neste sentido possibilitar à História que tome como fonte as formas de produção de sentido a partir do estudo das imagens.

1.2. Objetivos Específicos
Refletir sobre a importância da interligação das artes visuais ao texto escrito para o trabalho historiográfico e para o Ensino de História.
Expor sobre a importância das artes visuais como fontes de representações sociais e culturais.
Analisar alguns conceitos importantes para a compreensão de documento histórico, imagem e obra de arte.
Verificar a relação entre arte, estética e sociedade.
Mostrar alguns exemplos de artes visuais, a partir da pintura, fotografia e aquarela, como vetores para a investigação de aspectos relevantes na organização, funcionamento e transformação de uma sociedade .
2. Conteúdo Programático:
2.1. O que é arte?  O que é arte visual?
2.2. As fontes visuais e sua importância para o trabalho do historiador.
2.3. A Origem da obra de arte, a arte da vida e o conceito de obra aberta e de estética.
2.3. O desafio de fazer história com imagens.
2.4. Fontes visuais, história visual e alguns trabalhos que utilizaram essas fontes.
2.5. Pintura, fotografia e aquarela – exemplos de fontes visuais como documento histórico.
3. Procedimentos didáticos e recursos:
Metodologicamente, optou-se por aula expositiva e uso do quadro e piloto para anotação de considerações importantes a respeito da temática. Utilizar-se-á algumas pinturas, fotografia e aquarela como demonstração de que existe a dialética permanente entre documentos e problemática histórica.

4. Avaliação
Proposta de Avaliação: Artes visuais como documentos históricos
As imagens representam uma perspectiva do artista no momento da sua criação, assim como nas imagens trabalhadas demonstram um olhar sobre a situação a ser representada na obra de arte. 
01)    Descreva a imagem falando sobre personagens, vestuários e cenário.
02)    Quais os elementos da imagem que representam a rede de sociabilidade entre os personagens apresentados?
03)     Quais os elementos das imagens que permitem relacionar as imagens ao contexto histórico?


RUGENDAS, Johann Moritz. 1835

DEBRET, Jean Baptiste, 1827





DEBRET, Jean Baptiste. 1827


PRAZERES, Heitor dos. 1959.

VERGER, Pierre. 1946


CARYBÉ, 1970.


A icononografia como documento histórico
A deusa da Justiça sem venda


Justice (Raffaello Sanzio). Afresco (ca. 1520). Sala di Constantino, Palazzi Pontifici, Vatican. Disponível em: <http://www.wga.hu/html_m/r/raphael/4stanze/4constan>

Pergunta-se: como se construiu visualmente a ideia de “justiça cega”?

5. Referências
ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
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ANDRADE JÚNIOR, Lourival. Dossiê História e Imagens. In: Mneme  - Revista de Humanidades, 13 (31), 2012
BAUMAN, Zygmunt. A Arte da Vida. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução: Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec; Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2008.
______. O autor e a personagem na atividade estética. In: Estética da criação verbal.  4. Ed. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BITTENCOURT; Circe Maria F. Ensino de História: Fundamentos e Método. São Paulo. Ed Cortez, 2004.
BLOCH, Marc. Apologia da história ou ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BORDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 3ª ed.Tradução: Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
CARDOSO, Ciro Flamarion; MALERBA, Jurandi. (Orgs.). Representações – contribuição a um debate transdisciplinar. Campinas, SP: Papirus, 2000.

CERQUEIRA, Nelson. Hermenêutica e Literatura. Tradução: Yvenio Azevedo. Bahia: Cara, 2003.

CERTEAU, Michel.  A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Tradução: Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1994.
CHARTIER, Roger. A História cultural entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

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KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. “Imagem e narrativa ou, existe um discurso da imagem?” In: Revista Horizontes Antropológicos. Porto Alegre. Ano 5, n. 12, p. 59 – 68, dezembro de 1999.

LE GOFF, Jacques. A história nova. In: A história. 2.ed. São Paulo: Martins  Fontes, 1993..

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MARISA Monte. Verdade Uma Ilusão. Brasil: Estúdio Universal, 2014. 1 DVD (70 min), widescreen, color.

MELO, Evaneide Maria de. A paisagem em foco: leituras fotográficas de Jardim do Seridó-RN. 178 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008. Disponível em: http://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/18849/1/EvaneideMM.pdf

MELO, Ezilda. Contribuições dionisíacas para o direito e a arte – um diálogo com Nietzsche.  In: Temas Avançados de Direito e Arte. PAMPLONA FILHO, Rodolfo, CERQUEIRA, Nelson e GUNÇA DOS SANTOS, Claiz Maria Pereira (Coords). Porto Alegre: Magister, 2015.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. “Fontes Visuais, cultura visual, História Visual. Balanço Provisório, propostas cautelares”. In: Revista Brasileira de História. São Paulo. v. 3 – n. 45. p. 11 – 36. 2003

MONTEIRO, Charles. “História, fotografia e cidade: reflexões teórico-metodológico sobre o campo de pesquisa”. In: Revista Métis: história e cultura. (dossiê história e imagem). V.5, n.9, p. 11 – 23. jan/jun. 2006.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins, Fontes, 1996.
________________. O Olho e Espírito. Rio de Janeiro: Grifo, 1969.

MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Tradução: Eliane Lisboa. Porto Alegre: Sulina, 2006.

NIETZCHE, Friedrich. A origem da Tragédia proveniente do espírito da música. Tradução e Notas: Erwin Theodor. São Paulo: Cupolo, 2006. Versão para Ebook. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/tragedia.pdf>. Acesso em: 14 de outubro de 2015.
SARTRE, Jean-Paul. Esboço para uma teoria das emoções. Tradução: Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2011. 

SOULAGES, François. A fotografacidade. In: Revista Porto Arte. Porto Alegre. V.13. n.22. maio, 2005.

VAINFAS, Ronaldo. “História das Mentalidades e História Cultural”. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (Orgs.). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus.1997.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Gramática Filosófica. Organização: Rush Rhees. Tradução inglesa: Anthony Kenny. Tradução: Luis Carlos Borges. São Paulo: Loyola, 2003.









terça-feira

Em homenagem ao dia do escritor



 Folhas em branco no meu caderno
Novas páginas? Ou ficará como está?
As letras mágicas insistem em saltar
O que é que faço  se entrelaçam como em  nó?

Contei coisas do passado.
Depois, rasguei. Quem se importa?
Tentei reescrever no papel amassado
Letra apressada, linha certa e escrita torta

Histórias do presente.
Sonho floral e fluorescente
Nuvem em formato de seu rosto de repente
O que farei com esse ardor crescente ?

O futuro que se mostra incerto, inusitado
Parece uma história inconclusa de mil finais
Contos, poesias, romances de tristezas e ais
Foram felizes para sempre era o combinado

As páginas se reescreveram no amanhã
Tão belas que pareciam incríveis
Ou um sonho na cadeira do divã ?

Novos finais que pareciam impossíveis
Construíram-se quando se quis pensar
Em Kundera e nos seus amores risíveis.
Feliz Dia do Escritor – 13.10.2015
Ezilda Melo

sábado

60 anos de "Auto da Compadecida" e a invenção do Tribunal do Júri em Ariano Suassuna

Um bom texto nunca morre e ninguém sabe qual caminho seguirá depois de publicado. Torna-se de todos (que queiram ler). 

Há alguns anos venho pesquisando o Direito sob o prisma do viés artístico. Ariano Suassuna tem lugar cativo nas minhas leituras, por isso trabalhar com o texto dele é, antes de tudo, um prazer. Essa semana publiquei um ensaio em homenagem aos 60 anos de Auto da Compadecida, no entanto interpretando o texto dentro de uma concepção jurídica. Ao final, fiz uma dedicatória, que preferia nunca ter feito e que não houvesse motivo para fazê-la. A escrita é a forma de eternizar, por isso minhas palavras abaixo:

Dedicatória:
Esse ensaio foi escrito quatro meses antes do assassinato brutal do meu irmão, Mário Pacífico de Melo. Não o publiquei antes porque a emoção, quando o releio, toma-me profundamente. A todas as famílias enlutadas que perderam seus familiares injustamente, alvo de mortes violentas, provocadas pela agressividade humana, e que convivem diariamente com a impunidade, e com a dor de preventivas revogadas, quando o que se quer é, pelo menos, o exemplo da punição. Triste a sociedade que não valoriza a vida e que banalizou o sofrimento das vítimas. Cenas tristes que marcam o existir, tal qual marcaram Suassuna e minha sobrinha, que aos quatro anos de idade tiveram seu pai assassinado. A encenação dessa tragédia ainda ocorrerá no Fórum da cidade de Jardim de Piranhas-RN, local do crime. Não sei quem será o Juiz-Presidente, nem tampouco o Promotor, tendo em vista que a complexidade, a incerteza e o caos são tônica em nosso Judiciário. Mas, sei que a juíza que decretou a preventiva foi a mesma que a revogou, sem nenhuma justificativa plausível. Um juiz, diante de mais um homicídio em suas mãos, só tem um texto escrito e o lê como literatura jurídica (que não se compara a um texto de Suassuna). Para a família que fica com a dor, a emoção é grande.

O texto completo pode ser acessado no seguinte endereço:

http://emporiododireito.com.br/60-anos-de-auto-da-compadecida-e-a-invencao-do-tribunal-do-juri-em-ariano-suassuna-por-ezilda-melo/

quarta-feira

V FLIQ de Natal

Notícia boa. Vem aí a V FLIQ. Será em Natal, na Cidade da Criança, de 15 a 18 de outubro de 2015.
Gostou? Espalhe essa notícia para quem gosta de livro e para quem não gosta também. Quem sabe não é um bom motivo para começar a gostar!? (se é que existe motivo para não gostar).


Quando Frida Sorriu

http://emporio-do-direito.jusbrasil.com.br/noticias/205631304/quando-frida-sorriu-por-ezilda-melo

Escrevi esse texto no dia do aniversário de Frida para homenageá-la. Foi publicado no Jus Brasil e no Empório do Direito. Espero que goste:

Um ícone pop que nunca imaginou que estaria sendo consumida grossamente nos caldos quentes do capitalismo, assim foi Frida Kahlo. O fato é que poucas mulheres são tão prestigiadas no mundo e poucas imagens são tão usadas em roupas, utensílios como as da pintora mais famosa do mundo, nascida em seis de julho de 1907 em Coyoacán, no México. Esse pequeno rascunho é para homenagear a aniversariante do dia.
Sofreu, mas não se calou. Mostrou suas dores em suas pinturas, em seu diário; registrou seu sofrimento em suas telas e escancarou para quem quisesse ver. Mostrou que o sofrimento não pode calar uma mulher em sua trincheira. O seu grito ressoa e oferece voz a muitas outras que buscam em sua biografia motivos suficientes para não desistir. Um corpo franzino, a poliomielite em criança que deixou seu pé atrofiado, o acidente que quase a matou e que a deixou sem andar por um ano, as inúmeras cirurgias em sua coluna, as fraturas, a perfuração de sua pélvis por uma barra de ferro, os três abortos espontâneos, a amputação de sua perna… Todas essas dores físicas não foram suficientes para calar um coração que transbordava de vida. Ela se pintou, recriou-se em suas múltiplas telas que falam de si e que falavam de todas nos, mulheres, tantas vezes escravizadas e vitimas de um corpo dócil e domesticado, corpos resignados a servir e que hoje perseguem uma estética de perfeição industrializada.
Beauvoir declara que “é na arte que o homem se ultrapassa definitivamente“. Foi exatamente no campo da arte que Frida fez um registro verdadeiro, profundo e revelador de sua vida. Ela pintava o que sentia e sentia o que pintava numa dança intrínseca de ser e permanecer, e assim, com cores, transformou o sofrimento em poesia. Frida foi professora da Escola de Pintura na Escola Nacional de Pintura e Escultura “A Esmeralda” na cidade do México. Em 1938 fez uma exposição em Nova York e em Paris, no ano de 1939, na Galerie Renou et Colle, quando conheceu, Picasso, Kandinsky e Duchamp, mas negou qualquer influência e aproximação com o surrealismo.
Não teve a beleza arrebatadora das divas hollywodianas da década de 40 e 50 do século XX, tais como Lauren Bacall, Rita Hayworth, Marlene Dietrich, Bettie Page, Ava Gardner, Marilyn Monroe, Audrey Hepburn. Nem tampouco fez parte do metier artístico luxuoso dos pintores europeus e norte-americanos do século passado, no entanto é a única mulher que figura entre os nomes dos maiores pintores de todos os tempos, numa lista masculina onde figuram nomes como os de George Grosz, Paul Cézanne, Pablo Picasso, Rafael Sanzio, Salvador Dalí, Sandro Botticelli, Vincent Van Gogh, Diego Velázquez, Caravaggio.
Latino-americana, mulher, com um corpo e rosto fora dos “padrões” de moda e aparência, ela soube tornar sua fragilidade em força e pintar seus estados emocionais em auto-retratos, numa época que ninguém tinha ouvido falar de selfie, e que foram espelhos vivos de sua alma. Comunista e defensora do folclore mexicano que fazem, inclusive, parte da estética da artista, Frida mostrou, por seu exemplo e luta, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, que mulheres também podem deixar seu traço artístico reconhecido. Defensora da liberdade explicitou, quando da amputação de sua perna, em seu diário, “Pies, para que los quiero si tengo alas para volar”, e, neste sentido, mostrou que a arte pode combater preconceito. Ainda sobre o episódio, ela escreveu: “Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco…”.
Frida faleceu também no mês de julho, no dia 13, de 1954, aos 47 anos. No diário da artista, ela deixou essa última frase “Espero alegre a minha partida – e espero não retornar nunca mais”, motivo pelo qual se levanta a hipótese de suicídio ou uma bandeira para a eutanásia, ou uma morte digna.
Deixo-a falar por si no dia do seu aniversário, para que ela seja sempre lembrada, para que ela seja compreendida, para que muitas pintoras e artistas anônimas latino-americanas, portadoras de deficiências temporárias ou permanentes, tenham voz e não se deixem calar: “Não me permitiram preencher os desejos que a maioria das pessoas considera normal, e nada me pareceu mais natural do que pintar o que não foi preenchido (…) Minhas pinturas são (…) a mais franca expressão de mim mesma, sem levar em consideração julgamentos ou preconceitos de quem quer que seja (…) Muitas vidas não seriam suficientes para pintar da forma como eu desejaria e tudo que eu gostaria”.
Feliz Aniversário, Friducha.


De volta

Mudança. Tantas mudanças que andei sumidinha por aqui. Agora, estou de volta (em todos os sentidos).

Como é bom se organizar, olhar para o horizonte e enxergar coisas novas, projetos novos,  sonhos que não envelhecem e ficam guardados até percebermos que são essenciais.

Estou muito feliz. Um estado de espírito. Crianças super alegres, saudáveis, educadas. Meu porto seguro. Minha família bem pertinho, dando suporte nas minhas decisões.

Mudar é preciso. Viver também. Alimentação saudável, leituras em dia (e sempre muito mais), projetinhos sociais, exercício físico regular, alegrias no cotidiano. Quem faz nossas vidas somos nós, por isso precisamos decidir e termos coragem para o novo.

Daqui a pouco chega outubro. Que venha com cheirinho de coisa boa. Mês do aniversário do meu filho amado, cada dia mais especial. Amo cuidar das minhas crianças, da minha casa, dos meus livros, da alimentação que faço para eles. Amo plantar árvores, cuidar de jardins, sentir cheiro de terra molhada, ajudar as pessoas, comprar livros, correr, tomar sucos sem açúcar, comer salada e frutas, tomar banho de sol, cuidar de mim e das pessoas ao meu redor.

Recomeços são momento de colocar tudo no lugar certo e jogar fora (ou se livrar) do que não cabe mais.

Beijos aos meus leitores que compartilham comigo, mesmo que virtualmente, de alguns gostos pessoais. Um excelente com gosto de mudança a todos vocês. Misturar, bagunçar para arrumar de novo em outros lugares.

Lançamento de Livros

Dia 25 de setembro na Livraria do Salvador Shopping haverá o lançamento da Coleção Temas Avançados: de Direito e Arte, Filosofia do Direito e Metodologia da Pesquisa em Direito. Todos os três são coordenados por Rodolfo Pamplona Filho, Nelson Cerqueira e Claiz Maria Gunca dos Santos.
No  livro "Temas Avançados de Direito e Arte" tem-se 12 ensaios que trabalham com o Direito sob o prisma epistemológico da Arte. No "Temas Avançados de Metodologia da Pesquisa em Direito" tem-se 11 capítulos sobre a aplicação da Metodologia da Pesquisa no Direito. O livro "Temas Avançados de Filosofia do Direito" divide-se em 10 capítulos que tratam sobre a Filosofia do Direito.

Livro: Temas Avançados de Direito e Arte
Sinopse: este livro conta com 12 ensaios que trabalham com o Direito sob o prisma epistemológico da Arte, nas seguintes abordagens:
1) Sociedade, ética e progresso: uma analise jurídico-metodológica do romance “Gabriela”, de Jorge Amado – escrito por Andrea Santana Leone de Souza e Mateus Barbosa Gomes Abreu
2) O Pequeno Príncipe e o direito: um dialogo inspirador – escrito por Andrea Biasin Dias e Andresa Silva de Amorim
3) Direito, gênero e arte – a musica como instrumento de reflexão acerca das categorias de gênero presentes no Direito – escrito por Carolina Grant
4) A construção cientifica a partir do caos: um dialogo metodológico entre direito e arte a partir de House, escrito por Christina de Oliveira Mascarenhas e Mateus Barbosa Gomes de Abreu
5) Outras palavras: inventário jurídico-artístico da obra de Caetano Veloso, escrito por Daniel Nicory do Prado
6) Contribuições dionisíacas para o direito e a arte – um dialogo com Nietzsche, escrito por Ezilda Melo
7) Um jantar com Oswald de Andrade e Paul Feyerabend: seria o direito uma refeição viável?, escrito por João Paulo Lordelo Guimarães Tavares e Técio Spinola Gomes.
8) Direito, moda e arte: os sintomas de uma crise (paradigmática) no fenômeno jurídico, escrito por João Vitor de Souza Alves e Vitor Soliano.
9) Direito e Musica: uma interpretação, escrito por Leandro Gomes de Aragao.
10) A dimensão do tempo na musica e o sentido hermenêutico da improvisação, de Miriam Coutinho de Faria Alves
11) As “crianças ladronas” de Jorge: considerações sobre a criminologia e o direito penal juvenil dos capitães do amado baiano, escrito por Paulo Freire d’Aguiar
12) Entre os véus de Themis e os paradoxos de Janus: a razão e o caos no discurso jurídico, pela lente de Albert Camus, escrito por Ricardo Aronne.

Autores:
Andrea Biasin Dias
Andrea Santana Leone de Souza
Andresa Silva de Amorim
Carolina Grant
Christina de Oliveira Mascarenhas
Daniel Nicory do Prado
Ezilda Melo
João Paulo Lordelo Guimaraes Tavares
João Vitor de Souza Alves
Leandro Santos de Aragão
Mateus Barbosa Gomes Abreu
Miriam Coutinho de Faria Alves
Paulo Freire d’Aguiar
Ricardo Aronne
Técio Spinola Gomes
Vitor Soliano

Livro: Temas Avançados de Metodologia da Pesquisa em Direito
Coordenadores: Rodolfo Pamplona Filho, Nelson Cerqueira e Claiz Maria Gunca dos Santos
A obra divide-se em 11 capítulos sobre a aplicação da Metodologia da Pesquisa no Direito:
1) A investigação criminal `a luz da investigação cientifica: breves considerações sobre uma interface metodológica – Aldo Ribeiro Brito
2) A desconstrução da culpa na responsabilidade civil: uma análise `a luz dos fundamentos de Derrida e Jack Balkin – Fabiana de Carvalho Calixto, Fabiana Oliveira Pellegrino e Diego Edington
3) Direitos da personalidade, autonomia privada e a evolução dos paradigmas a partir da obra de Thomas Kuhn – Ermiro Ferreira Neto
4) O método cartesiano no cinema e sua aproximação/distanciamento do mundo jurídico- Gabriela Curi Ramos Gaspar e Maira Guimaraes de La Cruz
5) Direito, experimentação animal e anomalias: um olhar kuhniano sobre a revolução científica nos laboratórios e no mundo jurídico- Janildes Silva Cruz
6) Uma análise da obra O Cortiço `a luz das pseudociências deterministas: a necessidade do desconstrutivismo `a pesquisa jurídica – Jessica Hind Ribeiro Costa e Brenno Cavalcanti Araujo Brandão
7) A aplicação da metodologia da pesquisa em direito na consolidação de um sistema ético positivado – Jorge Almeida Santiago Junior e Rafael Macedo Coelho Luz Rocha
8) Justiça Restaurativa e justiça criminal tradicional como paradigmas concorrentes – Marcus Seixas Souza
9) A superação dos precedentes judiciais: uma análise `a luz da falseabilidade proposta por Karl Raimund Popper – Priscilla Silva de Jesus
10) Conceito, transdisciplinaridade e método e sua relação com conceitos jurídicos e conceitos indeterminados – Tais Dorea de Carvalho Santos
11) A quebra de paradigmas como forma de construção de conhecimento e (r)evolução – uma analise a partir do “método anárquico” de Feyerabend – Victor Costa de Araujo

Autores:
Aldo Ribeiro Britto
Brenno Cavalcanti Araujo Brandao
Diego Edington
Ermiro Ferreira Neto
Fabiana de Carvalho Calixto
Fabiana Oliveira Pellegrino
Gabriela Curi Ramos Gaspar
Janildes Silva Cruz
Jessica Hind Ribeiro Costa
Jorge Almeida Santiago Junior
Maira Guimaraes de la Cruz
Marcus Seixas Souza
Priscilla Silva de Jesus
Rafael Macedo Coelho Luz Rocha
Tais Dorea de Carvalho Santos
Victor Costa de Araujo

Temas Avançados de Filosofia do Direito
Coordenadores: Rodolfo Pamplona Filho, Nelson Cerqueira e Claiz Maria Gunca dos Santos
A obra “Temas Avançados de Filosofia do Direito” divide-se em 10 capítulos que tratam sobre a Filosofia do Direito, dividida da seguinte forma:
1) As revoluções paradigmáticas do direito penal `a luz do pensamento filosófico de Thomas S. Kuhn – Ângelo Maciel Santos Reis
2) Reflexões filosóficas acerca do pensamento e do conhecimento. Uma proposta contra ao autoritarismo no ensino do direito – Camilo de Oliveira Carvalho
3) Um breve passeio pela filosofia de Elio Fazzalari – Carliane de Oliveira Carvalho
4) A essência filosófica do direito fundamental `a verdade `a luz do pensamento de Martin Heidegger: verdade como desvelamento - Claiz Maria Gunca dos Santos
5) O fenômeno jurídico tributário sob o matiz filosófico de Michel Foucault, Jürgen Habermas e Jacques Derrida – Giovana Maria do Nascimento
6) A legalização do uso de drogas no Brasil: autonomia individual e desconstrução normativa – Heráclito Mota Barreto Neto
7) 42: a resposta fundamental para a vida, o universo e tudo o mais – Homero Chiaraba Gouveia
8) Transdisciplinariedade, direito penal e neurociência – Marina de Cerqueira Sant’Anna
9) Teoria do texto como expressão do significado – Nelson Cerqueira
10) Direito e Ciência: anotações sobre uma conturbada relação `a luz de Kelsen, Kuhn, Bunge e Luhmann – Rafael Barros Silva de Pedreira Barbosa

Autores:
Ângelo Maciel Santos Reis
Camilo de Oliveira Carvalho
Carliane de Oliveira Carvalho
Claiz Maria Gunca dos Santos
Giovana Maria do Nascimento
Heraclito Mota Barreto Neto
Homero Chiaraba Gouveia
Marina de Cerqueira Sant’Anna
Nelson Cerqueira
Rafael Barros Silva de Pedreira Barbosa