sábado

Resposta ao exercício sobre Fontes do Direito

 Caso 1 - Fontes do direito. Os costumes.


a.     A prática de naturismo pode ser entendida como costume jurídico?

Resposta: O naturismo não pode ser entendido como costume, por não reunir os dois elementos essenciais, quais sejam: objetivo – prática reiterada da conduta e subjetivo – convicção da obrigatoriedade. Assim, o naturismo pode até ser entendido como um costume social dependendo da moral social, mas não jurídico.

b.     Em que espécie de costume se enquadra o naturismo?

Resposta: Costume contra legem, uma vez que sua prática viola preceito do artigo 233 do Código Penal. Sua admissibilidade dá-se em razão do reconhecimento de pessoas com estilos de vida diferentes, que também precisam ser tutelados, desde que tais comportamentos não violem a ordem pública, daí a delimitação de um espaço para que tal prática seja realizada.

c.     O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E pela decisão do STJ?

Resposta: Não. Os costumes contra legem não podem revogar lei. Uma lei somente pode ser revogada por outra lei, conforme preceitua o artigo 2° da LICC. Pela decisão do STJ também não, pois decisão judicial não revoga lei, somente as declaratórias de inconstitucionalidade.

 Caso 2: Costume como fonte formal do Direito.

 a) Qual a espécie de costume invocado pelo magistrado, no voto vencido acima citado?
Resposta: Para fundamentar sua decisão, ou seja, o seu voto, o Desembargador afirmou que as expressões utilizadas pelo jornalista fazem parte do costume e da prática usual da crítica esportiva, um costume social peculiar ao futebol.

b) Quais os requisitos para que o costume possa ser fonte formal do Direito? O costume invocado preenche tais requisitos? Justifique.
Resposta: O costume apresenta um elemento objetivo representado pela práxis social, isto é, pela reiteração da conduta; e apresenta, ainda, um elemento subjetivo representado pela necessidade e certeza da utilidade decorrentes da própria reiteração de conduta social, residindo nela a sujeição do comportamento naquela direção. Os requisitos para que o costume seja considerado fonte formal do direito, são os acima mencionados. O costume invocado pelo Desembargador em seu voto, não p0reenche os requisitos necessários.

c) Pode o costume revogar a lei?
Resposta: Levando em consideração o fato do nosso direito apresentar uma origem romano-germânica, caracterizando o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. Neste sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma lei só pode ser revogada por outra.

 1) Assinale a afirmativa correta e EXPLIQUE os itens incorretos.

I- As normas técnicas são consideradas fontes de direito.

Resposta: Falsa. As normas técnicas, denominadas também de normas práticas ou de operação, constituem, na verdade, em regras que indicam a maneira de agir para se alcançar um determinado fim. Orientam, mediante instruções científicas, de forma a apontar o melhor caminho ou meio idôneo para ação humana obter um certo efeito. Não possuem obrigatoriedade, nem coercibilidade. Devem ser adotadas somente àqueles que desejarem obter os fins almejados, de acordo com a consciência que possam ter de sua necessidade e utilidade.  



II- A mídia, como formadora de opinião, constitui fonte formal secundária do direito, porquanto influi na interpretação da legislação e em seu cumprimento.

Resposta: Falsa. As normas de direito são postas pelo legislador, pelos juízes, pelos usos e costumes, podendo coincidir ou não os seus mandamentos com as convicções que a mídia tem sobre o assunto. Pode-se criticar as leis, mas deve-se agir de conformidade com elas, mesmo sem lhes dar adesão de nosso espírito. As manifestações de opinião veiculadas na mídia carecerão sempre do poder de expressar o dever ser de conduta na ordem social-jurídica. Isto significa que elas valem objetivamente, independentemente, e a despeito da opinião e do querer dos obrigados. Essa validade objetiva e transpessoal das normas jurídicas, as quais se põem acima das pretensões dos sujeitos de uma relação, superando-as na estrutura de um querer irredutível ao querer dos destinatários, é o que se denomina heteronomia. Foi Kant o primeiro pensador a trazer à luz essa norma diferenciadora, afirmando ser a moral autônoma e o direito heterônomo. O direito é heterônomo, visto ser posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir. (Miguel Reale, Lições Preliminares do Direito,  p. 48/49).

III- O Tratado Internacional é fonte do direito.

Resposta: Verdadeiro. Há fontes do direito que estão acima do Estado, ou seja, fontes supra-estatais do direito, independentes do consentimento do Estado, como por exemplo, os costumes internacionais e fontes dependentes desse consentimento, como os tratados e convenções internacionais. (Paulo Dourado de Gusmão, p. 133).

Mencionar a Emenda Constitucional nº 45.

IV- As divergências jurisprudenciais comprometem o Direito.

Resposta: Falso. Como leciona Miguel Reale, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, as divergências que surgem entre as sentenças, relativas às mesmas questões de fato e de direito, longe de revelarem a fragilidade da jurisprudência, demonstram que o ato de julgar não se reduz a uma atitude passiva, diante dos textos legais, mas implica notável margem de poder criador. E este poder criador é que possibilita superar o descompasso existente entre a norma legal e o fato social, dando dinâmica ao ordenamento jurídico, em prol da justiça social.

2) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta. A doutrina é admitida como fonte do Direito por ser:

Resposta: Letra “d”. A doutrina é considerada como fonte formal secundária do direito, resultante da produção interpretativa e crítica dos doutos. Através da doutrina os operadores do direito em geral podem extrair das obras, das teses, lições para a melhor compreensão, entendimento e aplicação do direito.
 
Caso 1 - Súmula Vinculante


a)      O que distingue a lei da súmula vinculante?

 Sugestão de gabarito: Discorrendo sobre tal instituto, o saudoso Mestre e Ministro aposentado do STF Alfredo Buzaid deixou prelecionado in litteris:

Uma coisa é a lei; outra, a súmula. A lei emana do Poder Legislativo. A súmula é uma apreciação do Poder Judiciário, que interpreta a lei em sua aplicação aos casos concretos. Por isso, a súmula pressupõe sempre a existência da lei e a diversidade de sua exegese. A lei tem caráter obrigatório; a súmula revela-lhe o seu alcance, o sentido e o significado, quando ao seu respeito se manifestam simultaneamente dois ou mais entendimentos. Ambas têm caráter geral. Mas o que distingue a lei da súmula é que esta tem caráter jurisdicional e interpretativo. É jurisdicional, porque emana do Poder Judiciário; é interpretativo, porque revela o sentido da lei. A súmula não cria, não inova, não elabora lei: cinge-se a aplicá-la, o que significa que é a própria voz do legislador.

Se não entender assim, se a interpretação refugir ao sentido real da lei, cabe ao legislador dar-lhe interpretação autêntica.

A súmula não comporta interpretação analógica” (in Anais do 17 Encontro dos Tribunais de Alçada do Estado de Minas Gerais – BH, 31 de maio a 3 de junho de 1983). (Revista Jurídica Consulex – Ano VI – nº 136 – 15 de setembro de 2002, p. 46).

  
Caso 2 - Fontes Materiais (substanciais ou sentido sociológico) e Fontes Formais (cognição ou conhecimento)

  
Sugestão de gabarito:

a) “As fontes materiais, ou fontes no sentido sociológico, são aquelas que determinam a formação do direito objetivo, melhor dizendo, as causas que determinam a formulação da norma jurídica, os seus motivos sociais, éticos ou econômicos. Por exemplo, saber por que o legislador da Lei 9.278/96 estabeleceu dever alimentar e sucessório entre companheiros, aqueles que vivem em união estável, é procurar as fontes materiais dessa norma.”(Introdução ao Direito, J. M. Leoni Lopes de Oliveira, pag. 165)
 

b) “Fontes formais são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.” (Introdução ao Estudo do Direito, Paulo Nader, pag. 138)


c) Tendo como base o caso concreto acima, podemos dizer que as fontes materiais são os erros cometidos pelos médicos e hospitais, geradores de danos a terceiros prejudicados. Já as fontes formais são os Códigos Civil e de Defesa do Consumidor, que prevêem que tanto os médicos quanto os hospitais devem indenizar pelos danos materiais, morais e estéticos que venham a causar.  


sexta-feira

Atividade em sala - dia: 18/05/2012 das 14h às 16h30

Faculdade Ruy Barbosa
Curso: Direito
Disciplina: Direito Civil I
Professora: Ezilda Melo

2ª Unidade: Questões sobre Bens e Domicílio - Valor: 1.0 ponto

Responda e fundamente cada questão:

1. (Fundação Carlos Chagas/2007). As praças, os rios e o edifício onde funciona a Prefeitura Municipal são, respectivamente, bens públicos de uso
(A) comum do povo, de uso comum do povo e dominical.
(B) comum do povo, dominical e de uso especial.
(C) comum do povo, de uso comum do povo e de uso especial.
(D) especial, de uso comum do povo e dominical.
(E) especial, dominical e dominical.

2. (Fundação Carlos Chagas/2007). Segundo as normas preconizadas no Código Civil Brasileiro, com relação ao domicílio é INCORRETO afirmar:
(A) Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
(B) Em regra, muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
(C) Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio da União é o Distrito Federal.
(D) O domicílio do militar da Marinha é o local em que o navio estiver matriculado.
(E) Se a pessoa natural exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

3. Considere as afirmativas abaixo sobre domicílio civil.
I. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
II. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, apenas sua sede será considerada domicílio para quaisquer atos praticados.
III. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
IV. Nos contratos escritos, o domicílio deve ser necessariamente o local da residência dos contraentes.
É correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) II e III.
(E) III e IV.

4. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo, porém:
(A) quanto às relações concernentes à profissão também será domiciliada onde a profissão
for exercida.
(B) o preso em cumprimento de sentença, ainda que a pena seja elevada, não perde o seu domicílio, que será considerado o local de sua última residência.
(C) o itinerante não tem domicílio.
(D) se tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domiciliada no local em que primeiro houver estabelecido residência.
(E) o domicílio do diplomata será, sempre, o Distrito Federal, enquanto servir no estrangeiro.

5. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
(A) cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
(B) seu domicílio será considerado somente o lugar onde funcionar a respectiva diretoria.
(C) considerar-se-á seu domicílio, apenas, a Capital Federal.
(D) não possui domicílio.
(E) seu domicílio será considerado, apenas, o lugar onde funcionar o principal
estabelecimento.

6. Considere as seguintes assertivas a respeito do domicílio:
I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
II. O domicílio do marítimo é, em regra, a sede do comando a que se encontrar
imediatamente subordinado.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde residam seus ascendentes e, na falta deles, onde residam os descendentes.
IV. Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV.

7. O advogado A, que reside permanentemente em Olinda, mas mantém escritórios, onde exerce sua profissão, em Recife e Petrolina, tem por domicílio,
(A) apenas Recife, por ser a Capital do Estado.
(B) apenas Olinda, onde mantém residência com ânimo definitivo.
(C) quanto às relações concernentes à profissão neles praticadas, os Municípios de Recife e Petrolina.
(D) Olinda, Petrolina e Recife para quaisquer relações jurídicas, indistintamente.
(E) o lugar em que for encontrado, pois se trata de um itinerante.

8. Maria está na praça Beija-Flor, em frente ao prédio da prefeitura da cidade de Lagoas, ao lado direito de um terreno baldio que é patrimônio da prefeitura e ao lado esquerdo do prédio da autarquia federal W. De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, a praça, o prédio da Prefeitura, o terreno baldio e o prédio da autarquia federal W são considerados, respectivamente, bens públicos:
(A) dominical, de uso comum do povo, dominical e de uso especial.
(B) de uso comum do povo, de uso comum do povo, dominical e de uso especial.
(C) de uso comum do povo, dominical, de uso especial e dominical.
(D) de uso comum do povo, dominical, dominical e de uso especial.
(E) de uso comum do povo, de uso especial, dominical e de uso especial.

9. Considere:
I. uma biblioteca;
II. um rebanho;
III. uma frota de automóveis;
IV. uma herança;
V. uma esquadrilha.
De acordo com o Código Civil brasileiro, constitui uma universalidade de fato os bens indicados
APENAS em
(A) I, IV e V.
(B) I e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, II, III e V.
(E) II, III e V.

10. Paulo transitava com seu veículo pela ¨Avenida Brasil¨, na cidade ¨Y¨ e foi buscar seu filho na Escola Municipal ¨Dona Maria¨. No caminho passou defronte ao fórum da cidade e comarca ¨Y¨, vizinho de um terreno desocupado de propriedade da Prefeitura Municipal. De acordo com o Código Civil a ¨Avenida Brasil¨, a ¨Escola Municipal Dona Maria¨, o ¨Fórum da comarca Y¨ e o terreno desocupado¨, todos bens públicos, classificam-se, respectivamente,
Como:
(A) de uso comum do povo, dominical, dominical e dominical.
(B) de uso comum do povo, uso especial, de uso comum do povo e dominical.
(C) de uso comum do povo, uso especial. uso especial e dominical.
(D) de uso especial. uso especial, uso especial e uso comum do povo.
(E) de uso comum do povo, dominical, dominical e uso especial.

11. De acordo com o Código Civil brasileiro, constitui universalidade de fato
(A) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes a duas ou mais pessoas, tenham destinação unitária.
(B) o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico expressivo.
(C) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
(D) o complexo de relações jurídicas, de duas ou mais pessoas, dotadas de valor econômico expressivo.
(E) o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas ou não de valor econômico.

12. Observe os seguintes bens:
I. Energias que tenham valor econômico.
II. O direito à sucessão aberta.
III. Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
De acordo com o Código Civil brasileiro, para os efeitos legais considera-se bem móvel
APENAS o que está contido em
(A) I e III.
(B) I e II.
(C) II e III.
(D) I.
(E) II.

Gabarito: 1- C   2- D   3-C   4-A   5-A    6-B   7-C  8-E  9-D  10-C  11-C   12-A




































Padroeiro dos Advogados: Santo Ivo

"Fora da advocacia não há salvação." Walter Ceneviva
Amanhã, dia 19/05, comemora-se o dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados. Alguém sabe por que? Fica a deixa para uma pesquisa.

quinta-feira

quarta-feira

Fontes do Direito - parte I


Fontes do Direito

Medidas Provisórias:

Editadas pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência, têm força de lei e vigência imediata. Perdem a eficácia se não convertidas em lei pelo Congresso Nacional em até sessenta dias, prorrogáveis por igual período.

Leis Delegadas:

 (vide artigos 59, IV e 68 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988) é um ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo no ambito federal, estadual e municipal, com a autorização da sua respectiva casa legislativa, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O chefe do executivo solicita a autorização, e o poder legislativo, fixa o conteúdo e os termos de seu exercício. Depois de criada a lei pelo chefe do executivo, ela é remetida ao legislativo para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o legislativo a aprova, contudo essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas.

Algumas matérias não podem ser objeto de delegação, não podendo versar sobre atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, sobre matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos, entre outros.

Atualmente temos apenas 13 leis delegadas

Decretos Legislativos:

No Brasil, conforme os arts. 49 e 62, § 3º, da Constituição Federal, o decreto legislativo tem como objeto matérias apontadas como de competência exclusiva do Congresso Nacional, por exemplo, as relações jurídicas decorrentes de medida provisória não convertida em lei; resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar guerra ou a celebrar a paz; e autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País por mais de quinze dias.

No Brasil, os projetos de decreto legislativo devem ser discutidos e votados em ambas as casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal.[2] Se aprovados, são promulgados pelo presidente do Senado Federal, não havendo participação do Presidente da República. Não há, portanto, possibilidade de veto.

Cabe destacar, apenas, que o processo legislativo do decreto legislativo, como ato privativo do Congresso Nacional, será realizado obrigatoriamente por meio de atuação das duas Casas do Congresso Nacional e que, ademais, não haverá participação do Chefe do Executivo no procedimento, quer dizer, ao contrário do que sucede com a leis, as quais são, de regra, promulgadas pelo Presidente da República, os decretos legislativos são promulgados pelo próprio Poder Legislativo. (Obs: Chefe do Executivo: Sanciona (podendo esta ser tacita, após 15 dias) ou Veta - o que não ocorre na espécie em estudo! Não promulga)

Resolução do Senado Federal:

é norma jurídica destinada a disciplinar assuntos do interesse interno do Congresso Nacional, no caso do Brasil,ou do Conselho de Ministros, no caso de Portugal. Também é elaborado e finalizado no âmbito legislativo, a exemplo da norma examinada anteriormente, mas esta trata de questões do interesse nacional. Os temas da resolução mais corriqueiros referem-se à concessão de licenças ou afastamentos de deputados ou senadores, a atribuição de benefícios, etc. O quorum exigido para a sua aprovação é a maioria simples (Art. 47, CF/88), sendo que a sua sanção, promulgação e publicação ficam a cargo do presidente do respectivo órgão que a produziu (do Congresso, do Senado ou da Câmara dos Deputados).

Portaria: é, em Direito, um documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência.

Fontes Jurisprudenciais:

Jurisprudência: O Poder Judiciário tem como função principal, a aplicação do Direito, julgando, diante de uma determinada situação, qual lei será aplicada e de que forma ela irá influir no caso concreto. Assim, as decisões judiciais influenciam o Direito.

A jurisprudência, então, pode ser conceituada como as decisões uniformes e reiteradas dos tribunais, ou seja, os tribunais (instâncias superiores) entendem que situações semelhantes devem ser decididas da mesma maneira, tendo em vista que um grande número de situações semelhantes já forma solucionadas da mesma forma.

Seria, pois uma tendência de decidir do mesmo jeito

Súmulas:

Súmulas Vinculantes:

Doutrina:


Costumes:

Costume Contra Legem: é o costume que contraria a lei, e nessa classificação faz surgir um grande problema sobre a validade e importância dos costumes.
Cumpre salientar que, em cada ramo do Direito, os costumes possuem caráter mais ou menos abrangentes, dependendo das leis, que vão definir o valor e importância dos costumes em cada matéria.


Por fim, pode-se dizer que os costumes, quando alegados, poderão ser comprovados por várias formas, dentre elas verifica-se a prova testemunhal ou documental, dependendo do que a lei estipular em cada ramo.

Assunto: Norma Jurídica - Exercício


Faculdade Ruy Barbosa


Curso: Direito

Disciplina: Introdução ao Estudo do Direito

Professora: Ezilda Melo



2ª Unidade

Assunto: Norma Jurídica



A Norma Jurídica: Conceito. Estruturada Norma Jurídica. Principais Características: abstração, generalidade ou universalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade, bilateralidade-atribuitiva.



Caso 1 – Características da Norma Jurídica.

Manoel, brasileiro, foi preso em flagrante delito, vendendo substância entorpecente. Em sua defesa alega que não deve ser submetido ao procedimento previsto na Lei de Entorpecentes – 11.343/06, haja vista que não concorda com a criminalização de sua atitude e que é uma pessoa de “mente aberta diferente do restante da coletividade”. É acertada a “defesa” feita por Joaquim? JUSTIFIQUE baseando-se na característica da heteronomia das normas jurídicas.



Caso 2 – Características da Norma Jurídica.

Leia atentamente o texto a seguir e após responda ao que se pede.

“De acordo com a lógica de funcionamento do Estado de Direito, no momento em que uma norma se torna jurídica qualquer que tenha sido sua origem remota (e.g.: a religião, a moral ou a economia) seu cumprimento passa a ser obrigatório para todos – inclusive para o Poder Público – o que requer um aparato estatal capaz de impor essa obediência, direta ou indiretamente, caso ela não seja obtida de forma voluntária”. (BARCELLOS, Ana Paula de. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais – O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 33).

O trecho acima cuida de algumas características da norma jurídica. Identifique-as e explique-as.

Caso 3 – Estrutura da norma jurídica.

Pai mata filha usuária de drogas, no Leblon

Crime teria ocorrido durante briga familiar; vítima levou um tiro na cabeça e assassino foi baleado.

Uma tragédia familiar causou comoção ontem nos moradores de um prédio de classe média do Leblon. 0 contador (...) matou com um tiro na cabeça a única filha de 30 anos. O motivo do crime teria sido um desentendimento entre pai e filha, que era usuária de drogas – fato que já teria causado há cerca de três anos o suicídio da mãe (...)

O Globo, 9 de janeiro de 2007 – pág. 14, RIO



Levando-se em consideração a conduta típica penal indicada na matéria jornalística acima como tendo sido praticada pelo pai, identifique, a partir da norma jurídica abaixo, os elementos que a estruturam:



“Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão de 6 a 20 anos”.





Questão Discursiva – Características da Norma Jurídica.

Leia atentamente o texto a seguir e após responda ao que se pede.

“A ‘paz’ produzida pelo Direito apenas pode ser ‘relativa’. ‘Relativa’ porque, se entende por paz a ‘ausência de força’; como o Direito precisa de força para conter os impulsos agressivos, a paz que promove não é absoluta. O Direito combate a força arbitrária, substituindo-a pela força regulada por normas e parafraseada em pressupostos, requisitos e ritos de aplicação”. (KELSEN, Hans. Apud SGARBI, Adrian. Hans Kelsen, Ensaios introdutórios, 2001-2005. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 4).

O trecho acima cuida de uma das características da norma jurídica. Identifique, explique-a e comente acerca da necessidade da utilização da força na aplicação do Direito.

Questão Objetiva

1) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta.

Luiza namorava Antonio, e terminou seu relacionamento para casar com Caio, ex-melhor amigo de Antonio. Certo dia, Antonio encontra o casal na rua e tem o ímpeto de matá-los, todavia, vem à sua mente a previsão do Código Penal acerca do homicídio: reclusão de seis a vinte anos. Apesar da enorme raiva que sente, não pretende passar anos encarcerado em um presídio e, por tal razão, desiste de levar a efeito a sua idéia de matá-los. O sentimento de Mévio liga-se a uma das etapas do processo de aplicação das sanções em caso de violação das normas jurídicas. Qual?

a) Coação.

b) Sanção.

c) Coerção.

d) Premeditação.

e) Imperatividade.



A Norma Jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da destinação, critério da existência, critério da extensão territorial, critério do conteúdo, critério da imperatividade e critério da sanção.



Caso 1– Classificação das Normas Jurídicas.

Julieta, com 14 anos de idade, grávida, casou-se, às escondidas, com Romeu, também com 14 anos de idade. Quando as famílias descobriram o casamento, buscaram auxílio de um advogado para informarem-se acerca da possibilidade de anulação do referido casamento. O advogado, então, mostrou-lhes os seguintes artigos do Código Civil:

Art. 1517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

(...)

Art. 1520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a maioridade núbil para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

Art. 1550. É anulável o casamento:

I – de quem não completou a idade mínima para casar;

(...)

Art. 1551. Não se anulará por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.

Responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede:

a)      Se você fosse o advogado consultado pelas famílias, que resposta daria?

b)      A que ramo do Direito pertencem as normas supramencionadas?

c)      Qual a natureza jurídica destas normas?

d)     Classifique o artigo 1551 do CC, quanto à sanção.



Questões Discursivas

Classificação das Normas Jurídicas.



1) A norma contida no art. 489 do Código Civil estabelece: “Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço”. Classifique essa norma jurídica quanto ao critério da sanção e JUSTIFIQUE sua resposta.

Classificação das Normas Jurídicas

2) Prevê o artigo 195 da Constituição da República que: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...)”. Classifique essa norma jurídica quanto ao critério da aplicabilidade e estabeleça a diferença entre as normas jurídicas auto-aplicáveis, dependentes de complementação e as dependentes de regulamentação.

           

Questão Discursiva –  Espécies legislativas.

O artigo 59 da Constituição da República Federativa do Brasil estabelece quais são as espécies legislativas admitidas no ordenamento jurídico brasileiro. Estabeleça, brevemente, as diferenças entre elas.



Questão Objetiva

Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta.

As medidas provisórias podem ser elaboradas pelo:

a)      Congresso Nacional.

b)      Câmara dos Deputados.

c)      Senado Federal.

d)     Presidente da República.

e)      Cidadão.



Validade das Normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo. O princípio da obrigatoriedade das leis. Término da vigência das leis: revogação (ab-rogação e derrogação). Revogação expressa e tácita. A questão da repristinação.



Caso 1 – Validade das Normas.

Leia a matéria a seguir e responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede:

                        A revista Veja, na edição de 14 de junho de 2006, publicou uma notícia cujo teor é: “É lei, mas ninguém cumpre. Uma lei de 1997 determina que os documentos de identificação (RG, CPF, carteira de trabalho, entre outros) sejam substituídos por um registro único até 2007. Como o governo não criou o registro, a lei é mais uma daquelas que não pegaram. Outras leis que não pegaram:

-          Viagem facilitada: empresas de ônibus interestaduais deveriam dar assentos gratuitos para dois idosos em cada veículo e oferecer desconto de 50% para os outros passageiros com mais de 60 anos. A lei existe desde 2003.

-          Estádio organizado: pelo estatuto do torcedor, aprovado em 2003, os estádios de futebol deveriam oferecer assentos numerados, banheiros limpos e estacionamento.

-          África no currículo: em 2003, a cadeira de história e cultura afro-brasileira tornou-se obrigatória no ensino fundamental e médio. Quase nenhuma escola oferece a matéria.

A partir do acima descrito, identifique se as normas citadas na reportagem são vigentes e válidas, tanto sob o aspecto formal quanto social.



Caso 2 – Revogação Expressa e Tácita. Ab-rogação e Derrogação.


                       

Analise a seguinte decisão judicial e a seguir responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede.

União Estável. Direito. Herança. Lei n°8.971/94. Lei n° 9278/96. O art. 2°, III da Lei n°8.971/94 não foi revogado pela Lei n° 9278/96. É certo que os dois diplomas regulavam a união estável, porém a nova regra não abrangeu a totalidade das matérias tratadas na lei anterior. Destarte, o direito da companheira supérstite ao total da herança, quando inexistir ascendente ou descendente do de cujus, restou incólume visto que a nova lei tocou somente o direito real de habitação quanto ao imóvel destinado à residência familiar. Resta, então, que não há incompatibilidade, mas sim integração. Note-se, por fim, que a hipótese é anterior ao novo Código Civil. (REsp. n°747.619-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/06/05).

A partir da decisão acima, esclareça se ocorreu ab-rogação ou derrogação entre as normas e se foram expressas ou tácitas.



Questão Objetiva



Analise as afirmativas abaixo:

I – a lei perde a eficácia desde que comprovado o seu desuso por um período de tempo superior a dez anos;

II – denomina-se repristinação o fenômeno pelo qual a lei revogada é restaurada quando a lei que revogou perdeu a vigência;

III – a lei ordinária só pode ser revogada, de modo parcial (derrogada) ou total (ab-rogada), por outra lei de natureza e hierarquia superiores;

IV – quando um preceito de uma lei contraria uma nova ordem constitucional falta-lhe fundamento de existência e validade e, por isso, diz-se que ele não foi recepcionado;

V – na aplicação da lei sempre será possível a utilização da equidade.

Somente estão corretas as afirmativas:

a)      II e IV;

b)      III e IV;

c)      I e III;

d)     I e V;

e)      II e V;



Conflitos de leis no tempo. Direito intertemporal. A questão da retroatividade e da irretroativadade das leis. O Direito Adquirido, o Ato Jurídico Perfeito e a Coisa Julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição da República e do Código Civil de 2002 (art. 2035).



Caso 1– A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis.



Marcos foi condenado, em 31 de janeiro de 2005,  a cumprir pena de seis meses de detenção pela prática do crime de adultério. Seus familiares, entretanto procuram você, advogado, no dia 29 de março de 2005, questionando-lhe acerca da possibilidade de Marcos ser libertado, face à publicação da Lei n°11.106, de 28 de março de 2005, que entrou em vigor na data da sua publicação.

Pergunta-se:

a)      É possível que Marcos seja colocado em liberdade? Por quê?

b)      As normas jurídicas sempre retroagem? Explique.

c)      Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os.



Caso 2 – Limites à retroatividade das normas jurídicas – Ato Jurídico Perfeito.



Alfredo celebrou em 1984 contrato de assistência médico-hospitalar para si e sua família. Em 1987 foi acometido por uma doença cardiovascular que o levou à colocação em seu corpo de um marca-passo, cujo custo foi pago pelo próprio Alfredo, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar não havia previsão de tal cobertura.

Em 1995, Alfredo ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta.

Em sede de contestação a assistência médico-hospitalar alega que o contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível – 2006.001.58180 – TJ/RJ).



Você é o juiz que decidirá a questão, dê a sentença amparada na questão dos limites à retroatividade das normas jurídicas.



Questões Objetivas

1) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta. (Exame OAB/São Paulo 1ª Fase – Exame 124º).

Antônio tem 31 anos de serviço público. Suponha que exista uma lei à época, que concede direito à aposentadoria aos 30 anos de serviço. Suponha, ainda, que se edite lei nova que só admite aposentadoria aos 35 anos de serviço público. Nesse caso, Antônio:

a) tem direito de aposentar-se, mas fica impedido ante a nova lei;

b) tem direito de aposentar-se e pode exercer esse direito sob a vigência da lei nova, com fundamento na lei antiga;

c) não tem direito de aposentar-se, porque não exerceu esse direito sob a vigência da lei antiga;

d) não tem direito de aposentar-se porque não completou 35 anos de serviço;

e) tem direito de aposentar-se proporcionalmente.



2) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta. (Concurso para Procuradoria do Município de São Paulo – 2002).

a) derrogação é a revogação total da lei;

b) revogação é espécie de ab-roação;

c) antinomia é um conflito de normas;

d) a revogação é expressa e a derrogação é tácita;

e) ab-rogação é uma revogação parcial.

3) Assinale a alternativa FALSA e JUSTIFIQUE sua resposta. (Concurso para Assistente Jurídico ESAF – 1999).

a)      A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece.

b)      A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito Internacional Privado.

c)      A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas.

d)     A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil.

e)      O Código Civil de 2002 não revogou a Lei de Introdução ao Código Civil de 1942.