Direito e Cinema Brasileiro
Relacionar Direito e Cinema a partir
de uma análise brasileira é uma experiência rica porque permite uma leitura de
temas que são do nosso cotidiano e do nosso imaginário. Também possibilita
leituras de códigos de conviviabilidade e sociabilidade incrustados num modo de
ser culturalmente construído no tempo e lugar. Tratar sobre nossa realidade
jurídica a partir de filmes nacionais oportuniza uma leitura que faculta uma
interligação com o aspecto social e cultural do país, em diversos momentos
históricos. Esse projeto está dentro de uma proposta maior que é fazer uma
leitura do direito a partir das artes brasileiras.
Trata-se de
uma obra inicial desse movimento de observar com o filtro do Direito as obras
produzidas por nossa indústria cinematográfica. Apesar de 47 obras do nosso
cinema terem sido analisadas juridicamente, sobre vários vieses disciplinares, nesta coletânea, em 51 resenhas e artigos, por 75
pesquisadores de Norte a Sul do país, ainda falta muito trabalho a ser
feito, pois o audiovisual produzido aqui e sobre o Brasil, seja a partir de
filmes, séries, novelas, por homens e mulheres cineastas, documentaristas,
autores de novela, têm uma importância imensa para a compreensão de momentos
históricos, problemas sociais e temas jurídicos que podem ser distribuídos de
acordo com o recorte temático que se pretenda investigar.
As obras
cinematográficas da coletânea “Direito e Cinema Brasileiro”, integralmente
nacionais, podem ser usadas didaticamente e viabilizam a reflexão e a
construção de um saber jurídico que valoriza o pensar e o discurso
argumentativo, seja oral, como numa aula, cine jurídico ou roda de
debate, ou numa oficina de escrita, quando há a possibilidade de criação
de um texto com novos olhares e questionamentos plurais, subjetivos e
idiossincráticos, numa interlocução teórica criativa que enseja, inclusive, a
publicação em periódicos científicos, fonte de construção do saber que cresce
longe dos manuais, compêndios e tratados.
Os filmes analisados
juridicamente na coletânea Direito e Cinema Brasileiro são: A cidade onde
envelheço; A hora e a vez de Augusto Matraga; Aquarius; Baixio das Bestas;
Bicho de sete cabeças; Blábláblá; Bye Bye Brasil; Capitu; Carandiru; Césio 137
– O pesadelo de Goiânia; Cidade de Deus; Como nossos pais; Construindo Pontes;
Corpo Delito; Dandara; Eles não usam black-tie; Era o Hotel Cambridge; Flores
Raras; Gabriela, cravo e canela; Ilha
das Flores; Joaquim; Juízo; Narradores de Javé; Nise: O Coração da Loucura; O
Auto da Compadecida; O céu de Suely; O Estopim; O homem que copiava; O
prisioneiro da grade de ferro; Os saltimbancos trapalhões; Praia do Futuro;
Quanto vale ou é por quilo?; Que horas ela volta?; Salve Geral; São Bernardo;
Segredos da Tribo; Tatuagem; Tenda dos Milagres; Terra em Transe; Terra
estrangeira; Terra Vermelha; Timor Lorosae; Tiradentes; Tropa de Elite; Zuzu
Angel. A coletânea incluiu um artigo sobre o
cinema brasileiro e a pessoa surda e
uma série: 3%
Coordenação e Organização: Prof. Ezilda Melo
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