quinta-feira

Viajando nas Trilhas de Jorge Amado



No terceiro andar da Biblioteca Pública, no Projeto Música no Áudio, o setor de audiovisual está fazendo uma homenagem ao centenário do grande autor baiano, consagrado mundialmente, Jorge Amado. Apresenta ao público uma mostra de trilhas sonoras, inspiradas nas principais obras de um autor que já foi traduzido em 55 países,  através de compactos de discos de vinil.


Fui recepcionada pela Coordenadora do Setor, Sra. Raquel Oliva, muito atenciosa e afável em várias explicações sobre o Projeto. Inclusive, relatando-me a tristeza por muitos jovens desconhecerem o formato vinil.


Há três painéis com vinis, além de matérias de jornais, fotos, revistas, livros e rascunhos de Jorge, o Amado, em obras como Jubiabá, Capitães de Areia, Mar Morto, Gabriela. Todos os rascunhos expostos são datilografados.


O primeiro é "Gabriela". A capa com Sônia Braga nos faz recordar uma personagem que tem vida:


Esse LP tem a seguinte ficha técnica:


Coordenação Geral João Araújo.
Direção de Produção: Guto Graça Mello
Assistentes de Produção: Perinho Albuquerquer / João Melo / Paulinho Tapajós / Roberto Santana
Arranjadores: Guto Graça Mello / Dori Caymmi / Oscar Castro Neves / Perinho Albuquerque e João Donato (olha ele aqui de novo).


No Lado A temos:


Coração Ateu - Maria Bethania
Guitarra Baiana - Moraes Moreira
Alegre Menina - Djavan
Quero ver subir, quero ver descer - Walter Queiroz
Horas - Quarteto em CY
São Jorge dos Ilhéus - Alceu Valença
Modinha para Gabriela - Gal Costa e arranjo de João Donato


No lado B:
Filho da Bahia - Fafá de Belém
Caravana - Geraldo Azevedo
Porto - MPB 4
Retirada - Elomar
Doces Olheiras - João Bosco
Adeus - Walker 


Essa trilha sonora é imperfectível.


Jorge Amado chegou a declarar: "não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia...". A obra dele mostra a Bahia mais Bahia que existe. Nascido em Itabuna, faleceu em 2001, aos 88 anos. 


Os personagens de Jorge Amado são inesquecíveis. E o amor de Zélia e Jorge, sob o prisma de Nelson Rodrigues, era de fato amor: "se é amor, não acaba". No Pelourinho, temos a Fundação Casa de Jorge Amado. Só se vê na Bahia.


O segundo vinil em exibição é: Tieta, tendo Isadora Ribeiro na capa, agarrada num coqueiro, tendo atrás de si um barco no mar.




Quem esquece o refrão "Tieta do Agreste...?". Impossível esquecer.


Lado A do LP Tieta:
Meia-Lua Inteira - Caetano Veloso
Tudo que ser quer - Emilio Santiago e Verônica Sabino
No Rancho Fundo - Chitãozinho e Xororó
Paixão Antiga - Tim Maia
Paixão de Beata (Neném Mulher) - Pinto do Acordeon
Tieta - Luiz Caldas
Segredos da Noite - Instrumental


Lado B:
Coração do Agreste - Fafá de Belém
Eu e você - José Augusto
Cadê o meu amor? - Quinteto Violado
Amor Escondido - Fagner
Por você com você - Guilherme Arantes
Tenha Calma - Maria Bethania
Imaculada - Instrumental


Vinicius de Moraes, o poeta que consagrou Itapuã, escreveu que "Jorge Amado liberta os personagens de sua própria teia psicológica e os faz saltar, vivos e ardentes, para o lado de cá do livro". 


Verdade mais que pura. Real. 


Por fim, o terceiro vinil da mostra "Viajando nas Trilhas de Jorge Amado", temos Tenda dos Milagres.




Milagres do Povo - Caetano Veloso
Livre - Beth Bruno. De: Roberto Mendes e Mabel Veloso
Olhos de Xangô (afoxé) - Moraes Moreira. De: Moraes Moreira e Fausto Nilo
É d'óxum - MP4 - De: Vevé Calazans e Gerônimo - essa música é uma das belas declarações de amor à cidade de Salvador.
Eloiá - Dudu Moraes
Flor da Bahia - Nana Caymmi ( e por falar em Nana Caymmi, teremos show dela no TCA, dia 13/01/2012) - De: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro
Oiá - Danilo Caymmi
Amor de Matar - Tânia Alves - De: Jorge Portugal e Roberto Mendes
Afoxe - Dorival Caymmi
Maluco pra te ver - Walter Queiroz - De: Walter Queiroz e Vevé Calazans.


Vi a exposição e fiz questão de detalhar cada qual dessas músicas. Elas são fonte de inspiração, repertório para shows, resgate da música jesuína que consagrou tantos nomes da música brasileira, tendo como enfoque uma Bahia, hoje idílica, mas imortalizada, seja na obra do Amado, de quem o amou, ou foi amado por ele. 


Apesar de ter gostado muito da mostra de vinis, senti falta do som na sala da exposição.


Procurei na internet a caricatura que Niemeyer fez para Jorge Amado. Vi impressa há muito tempo em uma revista. Quem tiver ou puder me mandar, já está feito o pedido.


Dentro da casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho, havia o Teatro Zélia Gattai. Alguém sabe o motivo de não funcionar mais?


Deixo abaixo dois textos. O primeiro trata sobre o resgate do Vinil pela indústria fonográfica. Boa notícia.



Viva! O velho Vinil está de volta!

Leio com uma certa felicidade -nada de saudosismo!- a volta de conforça do velho amado, idolatrado e salve salve disco de vinil. O inesquecível LP que milhares de pessoas (ou talvez milhões) não esquecem por Ns motivos, mas principalmente pelo som diferenciado e pelas capas perfeitamente belas que se pode produzir, está de volta. 
Cantores e bandas tradicionais aderiram ao Vinil
O velho "bolachão", "bolacha preta", alguns adjetivos que o Vinil ganhou pela sua longa vida, na verdade nunca deixou de estar presente no dia a dia dos amantes da boa musica. Colecionadores, Roqueiros, discípulos de um bom som, como este escriba que se enquadra modestamente como um deles, nunca abandonaram a vitrola, ou toca discos. E não é por nenhum saudosismo, não. Ao contrário, o som do vinil, mesmo não sendo tão límpido como o do CD, é mais puro em termos de qualidade sonora, apesar do chiadinho natural. A antiga agulha, que já não se sabe onde procurar quando não está perfeita (tinha uma coleção delas!), proporciona uma emoção diferente e até um execiciozinho físico, pois ao contrario do controle remoto que facilita tudo,  ela nos permite escolher a música que queremos na base da munheca. Noutras palavras, isso é muito romântico!
Artistas como Chico Buarque de Hollanda, Maria Rita e Marcelo Yuka estão com seus CDs e Vinis na praça. A investida dos três artistas, de primeira linha na música brasileira, se deve ao numero de adeptos do vinil terem preferido o disco à moda antiga ao CD, segundo pesquisa de um dos donos da gravadora de Vinil Trama, o produtor musical Marcelo Bôscoli, filho de Elis Regina e irmão da cantora Maria Rita.
Agora o vinil, que é objeto de desejo de colecionadores, pesquisadores, DJs volta e cm total apoio de artistas como Jorge Benjor, Tom Zé, Rita Lee e bandas como Ultraje a Rigor, Titãs e Secos  & Molhados terão seus antigos trabalhos reeditados em Vinil, o que vai obrigar a muitos a tirar a velha radiola do sótão da casa ou ou pegar de volta e botar para funcionar aquele toca discos que estava em um canto pronto para ser dado para o Emaús.
Este escriba, que recentemente adquiriu um aparelho que além de tocar CD, MP3, Pen Drive, Cartão de Memória, toca também o velho Vinil e o Toca fitas está rindo à toa. E curtindo quase que semanalmente pelo menos 600 vinis guardados como verdadeiras relíquias. In: http://moraesdidascalia.blogspot.com/2011/12/viva-o-velho-vinil-esta-de-volta.html#comment-form




 Deixo, por fim, esse texto abaixo de Augusto Nunes, que falou sobre a morte de Jorge Amado da seguinte forma:

Sem ciúme nem sovinice, Nacib manda Gabriela sussurrar pessoalmente o recado à freguesia do bar em Ilhéus: na noite de 10 de agosto, a bebida vai ficar por conta da casa. O empresário Mundinho Falcão e o fazendeiro Ramiro Bastos resolvem que dividirão a mesma mesa. Naquele momento, em Mangue Seco, Perpétua revoga penitências e carolices para sugerir à irmã Tieta que vá preparando o vestido – vermelho, claro – mais atrevidamente decotado. Dona Flor decide que entrará no local da festa com dois maridos, muito dengo e nenhum constrangimento. No distrito de Itabuna, os coronéis Horácio da Silveira e Sinhô Badaró comunicam simultaneamente a suas tropas que, no dia 10, haverá uma trégua de 24 horas na luta pelas terras do cacau.
Reunido num boteco de Salvador com Cabo Martim, Curió e o Negro Massu, o sempre sabido Jesuíno Galo-Doido encontra a saída para a questão que atormentava um bando de amigos havia semanas: como anunciar a Salvador, com a pompa requerida pelo evento, a chegada da data que deveria estar assinada em vermelho nas folhinhas do Brasil? "O comandante Vasco Moscoso de Aragão vai entrar na barra com o maior navio já visto neste mundão", ilumina-se Jesuíno. A um sinal do capitão-de-longo-curso, será desfraldada a bandeira da Bahia e soará o apito mais estridente já ouvido nos sete mares. Então, brindes serão erguidos nos castelos, capitães da areia promoverão cantorias, explodirá o som dos atabaques em terreiros atulhados de orixás.
Os filhos da imaginação de Jorge Amado estavam todos prontos – e muitíssimo animados – para a celebração do 89º aniversário de quem os criou. Às 19h30 da segunda-feira, 6 de agosto de 2001, contudo, a voz do rádio avisou para o interior da Bahia e para todo o mundo que o mais popular e conhecido escritor brasileiro de todos os tempos falecera no Hospital Aliança, na capital, vítima de parada cardiorrespiratória. A trupe foi pega de surpresa e, sem recursos para vencer a travessia, não teve como chegar a Salvador a tempo do velório do pai imaginário. Guardaram as tralhas da festança de aniversário para chorar. Pelos alto-falantes, ouviram Zélia Gattai dizer diante do corpo do marido, companheiro de vida durante 56 anos: "Agora que Jorge se foi, estou de frente da realidade, mas não sei o que fazer".
Na sexta-feira, trocou-se a alegria da celebração por uma cerimônia triste, desejo de Jorge tornado público no livro Navegação de Cabotagem, de 1992. Ao pé de uma mangueira plantada pelo casal em 1962, as cinzas do escritor foram depositadas na terra úmida do inverno baiano, acondicionadas numa urna de madeira. Foi uma rara manhã sem cor na Casa do Rio Vermelho, no número 33 da Rua Alagoinhas. O lugar tornara-se, havia muito, uma lenda – a ponto de despontar com destaque em guias turísticos produzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. O bom humor, ali, sempre foi lei.
A dor da Casa do Rio Vermelho, entre azulejos pintados por Carybé, telas de Calazans Neto, Di Cavalcanti, Floriano Teixeira e Aldemir Martins, não passou para o lado de fora do muro branco caiado. Nas ruas de Salvador, os três dias de luto decretados pelo governo federal, à exceção das bandeiras da Bahia e do Brasil a meio pau, seguiram-se do jeitinho que Jorge Amado gostava: com simplicidade, alegria e o não-me-queixo do povo brincalhão de Gregório de Mattos (1636-1695)







"Brasilidades" por Tereza Mazzoli





A Biblioteca Pública do Estado da Bahia, localizada na Rua General Labatut, nos Barris, é o quadrilátero da cultura e tem 200 anos de história e vida.


Um mundo de conhecimento se anuncia logo na entrada, onde geralmente há exposições. Ontem, aproveitando o início das férias, passei boas horas da minha manhã num lugar mágico. A magia de uma biblioteca nos tira o fôlego. Jorge Luis Borges dizia que tinha vontade de morrer ao entrar numa Biblioteca, pois sabia que sua vida seria muito curta para dar conta da leitura de tantos livros... É bem parecida a sensação que sinto.


A primeira exposição que vi foi da baianaTereza Mazzoli, intitulada "Brasilidades". Em linhas gerais, nas 12 pinturas em óleo sobre tela, ali expostas, verificamos que a artista  retrata aspectos cristalizados de atividades pertencentes à cultura afrodescendente. Há um enfoque bem acentuado na figura da mulher, da capoeira,  e do samba. Lugar comum? Talvez, mas cada artista tem uma forma de se expressar. E Mazzoli faz isso muito bem nas suas pinturas moderno-figurativas. As imagens antropocêntricas têm cabeça, e não têm rosto, no entanto destacam-se pelo colorido e pela expressividade sensual das mulheres.


Em "Moça na Janela", "Brasilis Colores" (uma vendedora de frutas com um cesto na cabeça na praia de Copacabana) , "Garota de Vermelho", "Baianas em Copacabana" (baianas no Rio de Janeiro com seus trajes típicos nos tons de amarelo-laranja, lilás e verde-piscina, e detalhes como arruda, peixes e toalha branca, nos dão conta da imensidão de signos representativos da figura feminina na cultura afrodescendente)  e "As três Marias" (baianas de costas, com vestidos amarelo, rosa e laranja e vasos de flores na cabeça,  andando em direção a um rio, circundado por uma floresta. Simplicidade das roupas e porte de princesas. Quem seriam elas? Iriam fazer o que?) verificamos que a artista faz questão de destacar tradições que são esquecidas da realidade cultural e dos modos de ser e ver de um determinado grupo humano.


Em "Samba Brasil", "Samba em Copacabana", "Samba do Bar da Esquina", "Samba no Calçadão"e na tela sem título e sem especificações técnicas, que retrata um homem tocando e dançando com uma mulher, a temática musical é retratada. Em "Capoeira foi o que ele viu", há a associação dessa arte-esporte no combate à violência.  


 "Cangaceira", retratando uma "Maria" muito bonita numa paisagem do sertão nordestino e em trajes típicos do cangaço, apesar de ser a que mais gostei, por questões puramente culturais e mais próximas de minha realidade sertaneja, fez com que me perguntasse se  não estaria destoando das demais telas ali expostas? 


Uma outra pergunta que fiz à mostra "Brasilidades" foi o motivo da pintora baiana  de nascimento, indígena de origem e paulista de coração, como ela mesma se identifica em seu blog http://terezamazzoli.blogspot.com/, encontrar tanta inspiração no Calçadão de Copacabana para falar de seus personagens? Não que o  Calçadão mais conhecido do mundo não inspire, mas na Bahia temos signos representativos do que chamamos brasilidades. A história do Brasil nos confirma isso. A história da Bahia ratifica. E a história de Salvador dá provas vivas até hoje. Mas, deixemos a artista em paz, porque ela tem a liberdade da arte e pode representar como bem quiser.

quarta-feira

Galeria de Arte de Paulo Darzé

No início de dezembro visitei a Galeria de Arte de Paulo Darzé. Localizada no Corredor da Vitória, trata-se de um endereço da boa arte.

Cheguei num final de tarde e fui recepcionada pelo amabilíssimo Paulo Darzé. Gentilmente, ofereceu-me o catálogo da exposição de Leda Catunda (já conhecia outros trabalhos dela, inclusive uma obra que está na exposição "Pintoras na Primavera", no MAB) intitulada "O Circo Pegou Fogo", sobre a temática esportista, especialmente futebol, times e patrocinadores. Essa exposição ficará aberta até dia 31 de dezembro de 2011.

Foto: http://www.paulodarzegaleria.com.br/images/12_002.jpg

Paulo Darzé estava em sua casa, ou melhor, em sua galeria. Um ótimo anfitrião que nos faz sentir em casa. Ainda me presenteou com mais quatro catálogos: um de Emanoel Araújo (Geometria do Medo), um de Fernando Coelho, outro de Yhomaz Ianelli, e um intitulado 2 x Minas x 2 (de Amilcar de Castro, Manfredo de Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim e Rodrigo de Castro).

Tenho certeza que os arquitetos e decoradores da cidade vivem por lá procurando alguma tela para um ambiente.

A Galeria de Arte Paulo Darzé, fica localizada na Rua Dr. Chrysippo Aguiar, 8, Corredor da Vitória. O site: www.paulodarzegaleria.com.br

Ótima dica para um fim de tarde aqui em Salvador.

Presépios 2011






Era véspera de Natal. Ainda nas compras finais para a ceia.  Era uma sexta-feira alegre. Meu último dia de trabalho, antes do recesso.


Depois do almoço com a família, sai com o pequeno Batman, de pouco mais de noventa centímetros. Ele estava muito alegre e queria passear. Até mesmo pequenas compras de frutas e temperos são uma diversão para uma criança de 3 anos. 


Na volta, ele pediu-me para ver o Papai Noel. De pronto, lembrei-me da exposição dos presépios no Museu de Arte da Bahia (MAB). E disse é para lá que vamos. Passei na barraquinha de revistas no Corredor da Vitória, comprei água para o passeio que não tinha sido planejado. Dizem que as melhores coisas acontecem sem planejamento prévio. Pode até ser. De toda sorte, havia a pretensão de levar meu pequeno para ver a exposição. E tinha que ser antes da noite do dia 24/12. Era chegado o momento.
Subimos os lances de escada e entramos no MAB.


Antes de entrar na sala que se encontra a mostra dos presépios, ainda do lado de fora, encontramos um oratório de madeira com pinturas de flores e anjos. Lembrei-me dos oratórios das casas dos meus avós. Especialmente, do da casa do Vô Chico. Por um motivo bem triste de recordar: ele foi furtado por dois homens. Essa história é longa, posso até postá-la um dia aqui...


Voltando ao oratório do MAB: dentro havia esculturas, do século XIX, em madeira entalhada, de José Carvalho da Silva,  e policromada. A pintura é atribuída a Ernesto do Espírito Santo e fazem parte da coleção do MAB.


Logo na entrada da sala, depois da porta, à esquerda, vemos dois quadros: o primeiro é intitulado "Sagrada Família", feito em artesanato português (de Vila do Conde) com rendas de bilro. E o segundo, chama-se "Presépio". Trata-se de uma gravura colorida de Amaro Francisco do Pernambuco.
Sobre a origem dos presépios, os historiadores nos afirmam que no século III o nascimento de Jesus Cristo começou a ser celebrado. Em 1225 São Francisco de Assis, considerado o patrono dos presépios, fez uma encenação com pessoas e animais em homenagem ao nascimento de Jesus. Em 1567, no Castelo de Piccolomini, em Celano, foi criado o primeiro presépio nos moldes dos que conhecemos hoje, na Casa da Duquesa de Amalfi, Constanza Piccolomini.  No século XVIII,  a tradição dos presépios estava bem consolidada na Itália, na Espanha e em Portugal. A arte dos presépios persiste através dos tempos, sobretudo na estatutária religiosa. É temática preferida dos santeiros e ceramistas.  Porque afinal de contas, no Natal comemoramos o nascimento de Jesus, e não de Papai Noel.


E quais presépios encontramos nessa mostra?


Na extremidade da esquerda:
1) Presépios Portugueses das regiões do Minho (Barcelos), do Alentejo (Extremoz) e da Beira-Alta. Os primeiros  são feitos de barro policromado, e o do Beira-Alta foi feito dentro de uma ostra.
2) Presépios Peruanos em papel-marchê e madeira pintada;
3) Um presépio em cerâmica, de um ceramista desconhecido;


No Centro da Mostra: um presépio de Osmundo Teixeira, rico em detalhes, todo feito em barro cozido. Uma verdadeira obra de arte. E por falar nesses mestre, indico ainda a exposição "O Mundo de Osmundo", no Museu Carlos Costa Pinto. 


Na extremidade direita:
1) Outro presépio de barro cozido de Clóvis, um artista pernambuco;
2) Vários presépios de barro cozido de artistas pernambucanos;
3) Outro presépio pernambucano em artesanato popular;
4) Dois presépios de palha de Brasília, e um em jarina, de Santarém.


Na disposição da sala, encontramos mais três quadros, todos retratando passagens bíblicas do nascimento de Jesus. São eles: "A Virgem e o Menino", "Descanso na fuga para o Egito", ambas pertencentes ao MAB,  da coleção Jonathas Abbott. E "Santa Família",  retratando a amamentação de Maria, de José Rodrigues Nunes. 


Fernando Pessoa, no Guardador de Rebanhos VIII, nos diz coisas lindas sobre o nascimento de Jesus: "... Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
mas os seres não cantam nada,
se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
..........................................................................

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda..."

O Menino Jesus é o motivo maior do Natal.

E a ele que referendamos um dia da nossa jornada.

Um outro poeta que gosto muito, Manuel Bandeira, em Canto de Natal nos diz:

O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.

A poesia acima foi extraída da "
Antologia Poética - Manuel Bandeira", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2001, pág. 137.


A homenagem que os artistas fazem à Sagrada Família, demonstram, em toda sua extensão, a importância da data natalícia de Jesus. Esse é o motivo do Natal.

Meu filho teve a oportunidade de saber essa informação o quanto antes. E mesmo assim continuou a perguntar: o passeio terminou, não vamos ao shopping ver o Papai Noel?


 Os valores são nós, pais, quem transmitimos. Educar um filho é uma das mais importantes tarefas que existem.

sexta-feira

Feliz Natal e Feliz Ano Novo

Quando chega o final de dezembro é comum ouvirmos essas duas frases "Feliz Natal e Feliz Ano Novo".

Elas são pronunciadas como um mantra onde quer que vamos.

E temos que pensar assim.

Queremos um Feliz Natal. E um Feliz Natal não é somente a noite do dia 24/12 ser especial. Um Feliz Natal significa que estamos felizes e bem.

E um Feliz Ano Novo é a necessidade de nosso futuro ser melhor. Na passagem do ano mentalizamos justamente isso: felicidade no ano novo que se inicia. É um novo ciclo dentro de um período de tempo que inicia a zero hora do dia 01/01 e termina na meia-noite do dia 31/12. Tudo que acontece nesse período está dentro de um ano, seja ele 1979, 1993, 1997, 2002, 2004, 2008, 2010, 2011 ou o ano que vivemos.

Que o ano de 2012 seja um ano de trabalho. Porque trabalhar é bom mesmo. Para tudo: para a mente, para o corpo, para o bolso, para dar sentido às realizações.

Que 2012 seja um ano de saúde. Porque ter saúde é essencial. Sem a saúde não podemos fazer nada.

Que 2012 seja um ano de amor. Porque é bom e faz bem. Amar e ser amado é uma dádiva. E tem que ser de verdade. A verdade é essencial em tudo.

Que 2012 seja de alegria. Um sentimento que nos contagia e que nos dá ânimo para fazermos tudo. Pessoas alegres são bem quistas. Pessoas alegres espantam o mau humor. Pessoas alegres são necessárias.

Que 2012 seja de paz. Ter paz é uma realização.E quem é realizado vive em paz e deixa os outros em paz. Já ouviu aquele velho ditado popular "paz é a gente quem faz"? É isso mesmo. A paz está em nós. Vivamos em paz. Queiramos a paz, porque ela volta para nós numa corrente de mão dupla.

 Que 2012 seja um ano de colheitas, porque a vida nos dá o que plantamos.

Que 2012 fortaleça as amizades e nos possibilite  fazer novos amigos. Ter amigos é essencial para nossa vida, seja em qual momento for.

Que 2012 proporcione novos sonhos, novos objetivos, novas metas. Que cuidemos do planeta. Que poluamos menos. Que façamos escolhas conscientes, que sejamos menos consumistas. Que valorizemos a cultura. Que façamos o bem. É disso que 2012 precisa. Que ele seja feliz para todo o Mundo.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo são meus votos para mim e para todos que me cercam. Escrevo essas breves palavras em 23/12/2011 num momento de gratidão e reflexão nesses últimos dias de 2011.
Obrigada 2011. Sentirei saudade. Saudosismo por todas as lições aprendidas e por tudo que a vida pôde me proporcionar. Nesse momento, mais que tudo, agradeço. Sou extremanente agradecida pelo que sou, pelo que represento para mim. Sou agradecida pela Vida.

 Não temos duas vidas. Vivamos. E que as tragédias nunca nos alcancem. Que o destino seja sempre bom e carinhoso conosco. E que façamos nossa parte, sempre praticando o bem!

Compartilho essas sensações porque num final de ano temos que fazer um balanço geral de tudo. Que possamos pensar e refletir sobre quem somos, e o que queremos.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Feliz Natal e Feliz Ano Novo...

Meu filho já preencheu a cartinha abaixo, agora vou preencher a minha:


Ezilda Melo

Congresso Internacional de Música e Cultura Digital

O DIGITALIA – Congresso Internacional de Música e Cultura Digital pretende reunir, em Salvador, de 1o a 4 de fevereiro de 2012, diversas iniciativas que relacionam o campo da música às novas tecnologias da informação e da comunicação, notadamente aquelas conformadas pela chamada Cultura Digital.
Tem o seguinte arco de atividades:
  • Realização de conferências, oficinas e cursos;
  • Apresentação de trabalhos (em diversas modalidades);
  • Desenvolvimento de produtos e plataformas para música online;
  • Geração de conteúdo para difusão, via WEB, como videoconferências, textos e músicas, produzidos de forma colaborativa pelos participantes do evento;
  • Promoção de intervenções musicais e multimídia.
O congresso está articulado sobre três eixos:
  1. Eixo de pesquisa (conferências e apresentação de trabalhos);
  2. Eixo de Formação (cursos, oficinas e capacitação);
  3. Eixo de Integração (encontros e formação de redes);
O Digitalia é promovido pela comunidade Audiosfera, uma rede social dedicada à relação entre música e cultura digital, tendo como âncora o grupo de pesquisa de mesmo nome, hospedado no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC), da Universidade Federal da Bahia.
O evento conta com o apoio das seguintes instituições:
O congresso também faz parte do Digitalia – Festival Internacional de Música e Cultura Digital.
Comissão Organizadora:
Inscreva seu trabalho até 20 de dezembro de 2012!

Chamada de Trabalhos

O Digitalia irá acolher, até o dia 10 de janeiro de 2012, as seguintes modalidades de trabalhos:
  • Apresentação de artigos científicos
  • Mesa temática (entre 3 e 5 pessoas)
  • Workshop
  • Comunicação livre
  • Trabalho técnico
  • Relato de experiência
  • Performance e apresentação artística
  • Encontro de rede.
Estas modalidades de trabalho deverão ser propostas de acordo com o seguinte quadro:
  1. Música e Cultura Digital: Aspectos gerais relacionados à música online: evolução, estado da arte, análise teórica, estudos de caso, processos de sociabilidade, reconfigurações da cadeia de produção musical e da indústria fonográfica.
  2. Economia da Música Online: Elementos econômicos relacionados a produção, consumo, colaboração, formas de remuneração e modelos de negócios da música online.
  3. Direitos Autorais, Música e Cultura Digital: Implicações legais da música online e modalidades de flexibilização dos direitos autorais no novo contexto sócio-tecnológico.
  4. Música, Cultura Digital e Inovação: Análise de processos, sistemas e tecnologias emergentes orientados à música online.
  5. Transversalidades: Processos e linguagens transversais à música online: música e imagem, DJ’ing, VJ’ing, moda, games, gênero, juventude, performatividade, políticas, tecnologias disruptivas etc.
Atenção!
Para fins de seleção, os resumos das atividades devem ser enviados através do formulário a seguir.
Para apresentação de artigo científico, o proponente (ou autor principal) deverá enviar o resumo e, após aprovação do mesmo, a versão final será solicitada para disponibilização no portal do evento.
Propostas de perfomances e apresentações artísticas devem ser enquadradas no item “Transversalidades”.
Preencha o formulário a seguir e, ao final, clique em “submit”. Prazo para preenchimento e envio do formulário: 10 de janeiro de 2012.

Normas para publicação na Revista Cientefico

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A Revista Cientefico (ISSN: 1677-1591), produzida, fomentada e editada pelo grupo DeVry Brasil,
propõe-se a estimular a produção acadêmico-científica, visando instigar a transdisciplinaridade entre as
áreas de interesse das Instituições do grupo DeVry Brasil. As diretrizes gerais da revista são definidas pelo
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apresentar 2,0 cm em todas as margens do documento, em espaço simples, justificado;
c) A fonte usada deverá ser Times New Roman, tamanho 12 em estilo normal. O resumo deverá
ser tamanho 11, em itálico, em texto corrido, sem parágrafos. E as citações deverão ser
apresentadas em tamanho 10, sendo que as citações de até 3 linhas deverão ser incorporadas
ao parágrafo e àquelas de 3 linhas ou mais sofrerão recuo de 4 cm, à esquerda, com espaço
simples e justificado.
d) Não faça espaço no início dos parágrafos, deixando uma linha entre eles;
e) O título do trabalho deverá ser apresentado em letra maiúscula, tamanho 12, em negrito, com
alinhamento centralizado, não devendo exceder duas linhas;
f) Após o título do trabalho, inserir nome completo do(s) autor(es), alinhado à direita;
g) Na primeira página, em nota de rodapé, em tamanho 11, deverão constar a titulação
acadêmica e a vinculação institucional de cada um dos autores bem como o endereço
eletrônico de todos eles;
h) Os artigos devem conter resumo com no máximo 250 palavras e de três a cinco palavraschave.
Também deve haver um resumo em língua inglesa, abstract, com a mesma quantidade
de palavras-chave neste idioma;
i) Recurso tipográfico Itálico deve ser utilizado apenas para palavras e/ou expressões
estrangeiras;
j) Não deve ser incluída moldura no texto;
k) Os artigos deverão conter, obrigatoriamente, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão,
Conclusões e Referências.
Vale ressaltar que, algumas áreas do conhecimento, principalmente as Humanidades não
trabalham com os títulos abaixo, apesar de representar o mesmo conteúdo, ou seja, há sim a
descrição do método, dos procedimentos de coleta quantiquali, mas em geral os
pesquisadores nomeiam tais itens com outros títulos.
 Introdução: descrição breve do tema, objetivos e hipóteses;
 Métodos: procedimentos científicos utilizados;
 Resultados: descrição panorâmica dos dados levantados para propiciar ao leitor a
percepção adequada e completa dos resultados obtidos de forma clara e precisa, sem
interpretações pessoais;
 Discussão: argumentos convincentes e adequados como: equações, exemplos, provas
matemáticas, estatísticas, padrões, tendências, além de dados coletados e tabelados,
onde devem ser feitas comparações com resultados obtidos por outros pesquisadores,
caso existam;
 Conclusões e/ou Considerações Finais: devem responder às questões da pesquisa,
correspondentes aos objetivos e hipóteses.
 Referências: fontes de pesquisa que foram utilizadas e/ou consultadas para a
confecção do artigo.
l) Os textos e as referências devem obedecer às normas da ABNT (NBR 6023 - Informação e
documentação: Elaboração de referências bibliográficas);
m) As citações devem obedecer às normas da ABNT (NBR 10520 - Informação e documentação:
Citações em documentos: apresentação);
n) Caso exista financiamento ou apoio o mesmo deve ser explicitado;
o) Pesquisas que envolvam seres humanos serão publicadas mediante o parecer do comitê de
ética;
p) Para as tabelas e desenhos devem ser utilizados os recursos apropriados do editor de texto
(Word). As equações devem ser editadas no Microsoft Equation 3.0 ou similar;
q) As ilustrações, fotografia e mapas devem ser inseridas no tamanho máximo de 15x20 cm, ter
boa qualidade e no formato de arquivo jpg.
III. Tipos de Textos acolhidos
Artigos, ensaios, monografias, resenhas, análise temática, crítica literária, reflexão filosófica, relatos de
caso, relatos de experiência, informativos, extratos de participação em congresso, trabalhos de disciplinas
com avaliação do professor responsável, relatórios, estudos técnicos, descrição de experiências, análise de
teorias, análise de arquivo.
 Artigos: Relato de investigação. Deve conter resumo e palavras chave em língua vernácula e
estrangeira, introdução, métodos, resultados, discussão, considerações finais e referências;
 Artigo de revisão: Revisão de literatura e crítica sobre determinado tema. Deve conter resumo
e palavras chave em língua vernácula e estrangeira, introdução, desenvolvimento,
considerações finais e referências;
 Relato de pesquisa ou experiência: Explicitação dos passos do processo de pesquisa ou
experiência vivenciada;
 Resenhas: Abordagem de obras publicadas. Não é necessário resumo e palavras-chave;
 Reflexão filosófica: Abordagem relevante para o conhecimento científico e para a área
acadêmica. Não é necessário resumo e palavras-chave;
 Artigo especial: Texto escolhido pelo corpo editorial. Geralmente de um especialista ou
teórico de áreas de interesse para o meio acadêmico. Deve conter resumo e palavras chave em
língua vernácula e estrangeira, introdução, métodos, resultados, discussão, considerações
finais e referências;
 Monografias, teses e dissertações: Deve conter resumo e palavras chave em língua vernácula
e estrangeira, introdução, métodos, resultados, discussão, considerações finais e referências.
O nome da seção da publicação será monografia, mas o formato é de um artigo.
IV. Termo de Autorização
Cada um dos autores deverá preencher o Termo de Autorização e enviar no momento da submissão do
manuscrito, devidamente assinado, pois o envio do mesmo será condição sine qua non para que o texto seja
publicado na Cientefico (vide modelo abaixo).
Cidade (Estado), _____ de __________ de _____
________________________________________
Conselho Editorial
T E R M O D E A U T O R I Z A Ç Ã O
Eu, _____________________________________________ CPF no ________________ autorizo o grupo
DeVry Brasil, responsável pela edição do periódico Cientefico, ISSN 1677-1591, a publicar o texto de
minha autoria intitulado _________________________________________________________________,
em versão impressa e eletrônica, dispensando qualquer tipo de remuneração ou contra prestação econômica
pela divulgação do referido trabalho.
Cidade (Estado), _____ de __________ de _____
________________________________________
Assinatura

segunda-feira

Ano Novo

Refletindo sobre esse poema:

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira

Provas Finais - Semestre 2011.2

Ufa!

Cheguei ao fim de um semestre.

Que maratona.

Vida de professor não é fácil. São tantas aulas para preparar, tantos exercícios e provas para elaborar, tanto material didático para construir, e sem falar da tarefa mais árdua que é avaliar.

Avaliar é um verbo muito complexo. E envolve vários fatores, desde a própria concepção do que entendemos por avaliar, quanto também as formas de avaliar e as pessoas que avaliamos. Uau. Depois de tantas avaliações (provas - objetivas, com consulta, subjetivas, orais, em sala de aula de aula ou fora dela;  testes, exercícios, fichamentos, resenhas, seminários, chegamos às, tão mal faladas, provas finais. Terror dos alunos.

E eis que é chegado o momento final de avaliação. Cobrar todo um semestre de forma resumida, numa única prova.

Minhas provas finais foram essas:

Em Introdução ao Estudo do Direito:
Cada questão vale 1.0 (um) ponto. Duração da prova: 1h40m. Responder de caneta preta ou azul.
1. O que é a Teoria Tridimensional do Direito? Explique cada parte que compõe essa teoria.
2. O que é Norma Jurídica? O que é Norma Moral?
3. Compare a Escola do Direito Alternativo com a Escola Histórica.
4. Explique Fonte Jurídica. Após, enumere de modo hierárquico as fontes jurídicas do ordenamento jurídico brasileiro.
5. Qual a estrutura da norma? Explique.
6. O que é interpretação jurídica? Explique 05 métodos de interpretação.
7. O que é lacuna no ordenamento jurídico. A LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) especifica quais os métodos para suprir as lacunas? Se sim, quais são?
8. O que é repristinação? Temos no ordenamento jurídico brasileiro? Se sim, dê exemplo.
9. O que é vigência e validade da norma?O que é revogação da norma? Quais as espécies de revogação?
10. 10.1. A obra “O caso dos exploradores de Cavernas” apresenta um debate jurídico. Esse debate baseia-se em que? Quais as principais teses apresentadas por Lon L. Fuller em sua obra? 
10.2. O filme “O Julgamento de Nuremberg” nos fala sobre a decisão aplicada aos nazistas. Explique o que é Direito Internacional, e por que o Tribunal de Nuremberg foi considerado o primeiro órgão internacional no julgamento de crimes?
Bons Estudos!



Em Constitucional II:

As questões objetivas, de 01 a 08, cada qual vale 0.5, totalizando 4.0 pontos.
1. Marque a alternativa verídica:
a)      São gratuitas as ações de Habeas-Corpus e Habeas-Data.
b)      Conceder-se-á Mandado de Segurança Coletivo para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
c)      Qualquer cidadão é parte legítima para propor Habeas Corpus que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
d)     Conceder-se-á Mandado de Segurança Individual para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
e)      Conceder-se-á Mandado de Segurança Individual sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
2. Pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional e por organização de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Trata-se de:
a) Execução Fiscal.
b) Habeas Corpus.
c) Mandado de Segurança Coletivo.
d) Mandado de Injunção.
e) Habeas Data.

3. Segundo a Constituição de 1988, são brasileiros natos:
a)      Os nascidos da República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país.
b)      Os nascidos, no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente.
c)      Os nascidos, no estrangeiro, de pai e mãe brasileiros, desde que ambos estejam a serviço da república Federativa do Brasil
d)     Os nascidos, no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, antes de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.

4.      De acordo com a CF, nas ações populares:
a)      Em nenhuma hipótese, será devido o pagamento de custas.
b)      Somente será devido o pagamento de custas se houver comprovada má-fé do autor da ação.
c)      Nunca haverá condenação em honorários de sucumbência.
d)     Somente será devido o pagamento de custas se houver comprovada má-fé da parte ré.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.

5.      A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, assinale a opção correta.
a)      No que se refere à inviolabilidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, a CF assegurou a preferência pelo modelo de reparação em detrimento da prevenção do dano.
b)      Os direitos e garantias fundamentais, criados como direitos negativos, impedem o poder público, mas não a esfera privada, de violar o espaço mínimo de liberdades assegurado pela CF;
c)      De acordo com a doutrina majoritária, os direitos de segunda geração, ou direitos sociais, não constituem simples normas de natureza dirigente, sendo verdadeiros direitos subjetivos que impõem ao Estado um facere.
d)     A casa é o asilo inviolável, nela não se pode penetrar, salvo na hipótese de flagrante delito ou para prestar socorro, durante o dia, ou por ordem judicial.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.

6.      São remédios constitucionais expressamente previstos pela CF/1988, exceto:
a)      Habeas data;
b)      Mandado de segurança coletivo;
c)      Mandado de injunção coletivo;
d)     Ação Popular.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.

7.      Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos:
a)      Como sujeitos de direitos, os partidos políticos têm legitimidade para atuar em juízo, e, se tiverem representação no Congresso Nacional, podem ajuizar mandado de segurança coletivo;
b)      Somente os partidos políticos com representação no Congresso nacional podem usufruir dos recursos do fundo partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei;
c)      A CF consagra o princípio da liberdade partidária de modo ilimitado e irrestrito, não admitindo condicionantes para a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos;
d)     Os partidos políticos somente adquirem personalidade jurídica após duplo registro: no registro civil das pessoas jurídicas e no tribunal regional eleitoral do estado em que estão sendo sediados.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.

8.      Dentre os instrumentos da democracia semidireta, aquele que consiste em consulta à opinião do eleitorado sobre a manutenção ou a revogação do mandato político ou administrativo conferido a alguém, denomina-se:
a)      Impeachment.
b)      Plebiscito.
c)      Referendo.
d)     Recall.
e)      Nenhuma das respostas anteriores.
Questão 09:
 Caso Prático 01: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou em 31/12/2010 a extradição do ativista de esquerda Cesare Battisti para a Itália. Lula acatou o parecer elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU) que recomendava a manutenção de Battisti em território brasileiro. A decisão foi tomada com base no tratado de extradição firmado entre Brasil e Itália. O anúncio foi feito por meio de nota lida pelo ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Total da questão: 01 ponto – cada pergunta vale 0.25
Responda:
a)      O que é deportação e expulsão?
b)      A CF admite a extradição de brasileiro nato?
c)      A CF veda a extradição de estrangeiro quando o crime praticado for político ou de opinião? Fundamente.
d)     Qual a sua opinião em relação a decisão do então Presidente Lula? Faça referência ao ao controle do nosso Direito pelo Direito Internacional.
Caso Prático 02:  Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas pelas Constituições Políticas dos Estados-partes ou pelas Leis de acordo com elas promulgadas.” Valor: 3.0 pontos – 0.25 cada pergunta
 Responda:
1. O que é um Habeas Corpus?
2. Qual o HC que deverá impetrar caso o seu cliente esteja diante de uma ameaça?
3. O que é HC preventivo?
4. Qual o HC que deverá ser impetrado diante da prisão ilegal?
5. O que é HC suspensivo?
6. Se a ameaça ou coação não for contra o direito de locomoção ou informação, qual o remédio que deverá ser impetrado?
7. A quem deve ser dirigida a petição da impetração de HC?
8. E se a coação partir de um juiz de direito?
9. E se a coação partir de um Tribunal?
10. Qual o fundamento legal do HC?
11. Se a prisão for efetuada em flagrante caberá HC?
12. Quando será concedido o Mandado de Segurança - Lei 12.016/2009?

Questão 10:
Suponhamos que determinada aluna, devidamente comprovada pelo rastreamento virtual, crie a seguinte mensagem num blog de uma Professora de Direito Constitucional:
“aprenda a dar aula.... mostre mais segurança.. dê aula digna para que se possa cobrar nas avaliações !!” Por Anônimo
Sem fazer uma análise gramatical da estrutura frasal, nem mesmo da questão relacionada à pontuação ou uso errado da expressão “se”, analise o que se segue: “Os direitos individuais, enquanto derivações de primeiro grau da dignidade da pessoa humana são imprescindíveis ao pleno desenvolvimento da personalidade, razão pela qual sua violação acaba por constituir um atentado à própria dignidade.  Marcelo Novelino. Grifo do autor.
Miguel Ángel Alegre Martínez observa que, “de acordo com sua condição de ser racional, a pessoa merece viver em um entorno que permita e favoreça o desenvolvimento, progresso e aperfeiçoamento de sua natureza humana, tanto no nível individual como social. Por esta razão, as idéias de liberdade e igualdade se erigem em valores jurídicos fundamentais, unidos de modo indissociável à dignidade”. In: La dignidad de la persona como fundamento del ordenamiento constitucional español, pág. 19.
Os direitos da personalidade emanam diretamente da dignidade da pessoa humana.  A CF protege a privacidade (gênero), garantindo a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (espécies) e assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação (art. 5º, X).  Tendo por referencial a teoria das esferas, amplamente adotada pela doutrina e jurisprudência alemãs, pode-se estabelecer uma variação do grau de proteção à privacidade de acordo com a área da personalidade afetada. Quanto mais próxima das experiências definidoras da identidade do indivíduo, maior deverá ser a proteção dada à esfera. A honra consiste na reputação do indivíduo perante o meio social em que vive (honra objetiva) ou na estimação que possui de si próprio (honra subjetiva). Já a livre manifestação do pensamento é um direito fundamental insculpido no art. 5º, IV – CF, manifestação esta que se externa de diversas formas – oralmente, por escrito, entre outras, sendo vedado o seu anonimato - cuja finalidade consiste em prevenir mensagens apócrifas, de cunho, calunioso, injurioso, difamatório. A vedação ao anonimato, nada mais é do que uma garantia à incolumidade dos direitos da personalidade como a honra, a vida privada, a imagem e a intimidade, visando desta maneira, inibir o abuso cometido no exercício concreto da liberdade de manifestar o seu pensamento e sua possível responsabilização, “a posteriori”, civil ou criminal. Valor: 2.0 pontos
Analise a situação e responda:
a)      No que se refere à inviolabilidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, a CF/88 assegurou a preferência pelo modelo de reparação ou de prevenção ao dano? Justifique.
b)      Por que a CF/88 veda o anonimato?
c)      Os direitos fundamentais abordados acima são de 1ª, 2ª ou 3ª geração?
d)      A aluna, em tela, feriu algum direito fundamental? Se sim, qual/quais? Em caso contrário, por que?
Bons Estudos!




Em Sociologia Jurídica:


  1. O que é Sociologia do Direito?
  2. Qual a importância da Sociologia do Direito?
  3. Sobre o tema “Meio Ambiente” qual questão sociológica merece destaque? Qual a influência dos fatos em relação às leis?
  4. O que são Instituições? Dê dois exemplos.
  5. O que são classes sociais? No Brasil, como é feita essa classificação das camadas sociais e baseia-se em que?
  6. O que é controle social? Como ele é implementado em nossa sociedade?
  7. O que é Igualdade Jurídica à luz sociológica?
  8. O MEC divulgou a seguinte matéria:
A oferta de educação, em todos os níveis, nos estabelecimentos prisionais será ampliada, de forma a promover a reintegração social de pessoas privadas de liberdade. É uma das ações previstas pelo Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, lançado esta semana no Ministério da Justiça, com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad. O Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (Peesp), instituído por decreto presidencial assinado na terça-feira, 22, contempla a educação básica na modalidade de jovens e adultos, a educação profissional e tecnológica e a educação superior a serem oferecidas nas unidades penais. O objetivo, além de promover a reintegração pela via da educação, é integrar os órgãos de governo responsáveis pelo ensino público e pela execução penal. A coordenação do plano em âmbito nacional é de responsabilidade dos ministérios da Educação e da Justiça. O MEC terá como tarefas específicas na execução do plano a capacitação de professores e de profissionais da educação que atuam nas prisões; a iniciativa de equipar os espaços destinados às atividades educacionais; a distribuição de livros didáticos e a formação de acervos para as bibliotecas do sistema prisional; o fomento da oferta de alfabetização a jovens e adultos. O Peesp será executado pela União, em colaboração com os estados e o Distrito Federal. As despesas de execução do plano serão cobertas com dotações anuais dos orçamentos do MEC e do Ministério da Justiça. Para receber apoio técnico e financeiro da União, estados e Distrito Federal precisam aderir ao plano estratégico e apresentar projetos que contemplem o diagnóstico das necessidades de ensino nos estabelecimentos penais, estratégicas e metas a serem alcançadas. Assessoria de Comunicação Social
Responda a partir de dois temas da segunda unidade – o que é educação? Qual a importância da educação para uma sociedade? Com base numa discussão sobre sistema prisional, responda: como a Sociologia do Direito pode contribuir para uma melhoria desse sistema?
Valor: 3.0 pontos.
Bons Estudos!



Não termino minhas provas dizendo "Boa sorte". Posso até desejar boa sorte a um aluno. Mas, não é a sorte quem resolverá sua vida acadêmica.O aluno que está numa Faculdade, fazendo um curso superior e precisa de sorte numa prova, é um aluno que não estudou.

De um aluno espero: demonstração de seriedade diante da profissão estudante; dedicação e comprometimento. Se é estudante, que estude, então!

Chegamos ao final de um semestre. Levo de cada aluno meu um aprendizado. Isso não é discurso demagógico. É a pura verdade. Ensinar é muito prazeroso e não mero ato de avaliar.

Os alunos também nos avaliam, inclusive nos dando uma única nota. Somos bons ou ruins sob seus prismas. E é assim nossa profissão.

A todos,  só tenho a dizer que o importante é o trabalho bem feito e bem desenvolvido, seja qual for a profissão por nós desempenhadas. Levo a minha a sério. Muito mesmo e sempre levei, desde a época que também fui estudante.