quinta-feira

Poesia para o dia dos namorados

 

Nós dois

Meu corpo
Em seu corpo:
Pura sintonia.

Meu suor,
Em seu suor:
Pura alegria.

Meus gritos
e seus gemidos:
pura sinfonia.

Minha vida
Em sua vida:
Pura poesia.

Um lindovídeo com uma música que marcou minha adolescência, Eduardo e Mônica:

Além do Olhar

 Essa poesia está num outro livro não publicado. Chama-se "Além do Olhar", reflete uma fase bem pueril de minha vida:

Se meus olhos fossem de poeta,

 olharia a vida com uma lente colorida:



Veria no rosto dos tristes, uma felicidade rosa.

No coração dos que sofrem, uma pureza branca.

Nas mãos dos oprimidos, uma alegria dourada.

No sorriso de uma criança, uma esperança verde.

E nos seus olhos, o brilho prateado do amor.



Mas, meus olhos não são de poeta:

Vejo o mundo em preto em branco,

E minha transparência impede de ver-me...

Reflito o que acho que sou,

Além do seu olhar.

Um presente

Um presente 
 
Queria ser o veludo mais macio e delicado,

A sensação mais gostosa de se tocar...


Queria ser a fruta mais doce e saborosa,

Que à fome de todos pudesse saciar...


Queria ser o perfume com a essência mais

Inebriante que Suskind não pudesse nem sonhar...


Queria ser o som mais morno e bonito,

Para que todos quando o ouvisse, pudessem se acalmar...


Queria ser uma mistura que além de toda esta

Maciez, doçura, fragrância e melodia, irradiasse

Do meu mais íntimo, uma luz celestial com a pureza de Deus.

Neste dia, eu seria uma poesia,

Para que você pudesse me ler... 


quarta-feira

Flashes do Passado

Escrevi esse conto no ano de 1999, na época tinha 20 anos. Posto, hoje, aos 32.

FLASHES DO PASSADO



“Se me contemplo, tantas vejo, que
não entendo quem sou,
no tempo do pensamento”.
Cecília Meireles

                   Num álbum de fotografias velhas, reconheci-me e estranhei-me. Não era eu e, ao mesmo tempo, o era. Aquelas fotos sequenciadas da minha, vida colocou-me diante de mim mesma. Via-me, olhava-me, refletia sobre cada ocasião, encontrava-me e perdia-me.

                   Uma sensação estranha invadiu-me de surpresa, deixando-me melancólica: olhava para os rastros do passado através daquelas fotos, via o meu rosto e procurava no presente o que já fora no passado.

                   Sabia que era eu, no entanto aquelas fotos não me refletiam tal como agora estou: enrugada. As rugas são sinais externos. As máquinas fotográficas também, por mais potentes que sejam, só conseguem captar nosso eu exterior. Captam o que qualquer olho humano consegue ver. A partir desse pensamento comecei a refletir sobre aqueles momentos presos, detidos e guardados dentro de minha gaveta sob a forma de fotografias. Representavam um certo momento fugidio e estatizado. Representavam um pedaço de mim em um passado distante.

                   Meus filhos poderiam guardá-las e mostrá-las aos meus netos. Poderiam ser usadas como uma fonte histórica, resgatando vestimentas, ruas, paisagens, bares, meios de transportes.  Qualquer que seja  a utilização destas fotos,  ninguém conseguirá ver nelas minha verdadeira pessoa. Esta visão subjetiva de quem fui e de quem sou, somente eu tenho.
                   Coisa estranha e verdadeira: em muitas fotos em que eu estava rindo, inclusive no dia do meu casamento, o que se escondia por trás do meu rosto e sorriso – e que a fotografia não consegue captar – era a minha tristeza, a minha dor, o meu sofrimento. Estava casando com um homem escolhido por meus pais. Não o amava, mas descobri que poderia amá-lo ao longo dos anos. Ou, pelo menos, acostumar-me a tê-lo ao meu lado.

                   Hoje olho-as, reconstruo  passagens da minha vida através delas. Sei onde muitas foram tiradas, o nome das pessoas que me rodeiam, e em algumas consigo lembrar até quem as fotografou. Em algumas vejo meus alegres pais. Em outras, meus três irmãos ainda pequeninos e louros. Em outras amigas sapecas de infância. Em outras, antigos ex-namorados. Em outras, colegas de trabalho, vizinhos. Vejo minha linda filha com seu bebê rosado no colo. Vejo e relembro acontecimentos inteiros, e não só os que a máquina conseguiram captar. Consigo relembrar, até mesmo, velhas emoções guardadas a sete chaves, no esconderijo mais profundo de meu coração.

                   O tempo, esse ser tão escorregadio, que nos escapa a todo momento parece ter perdido uma batalha, pois num instante luminoso foi preso e encontra-se guardado dentro do meu baú de recordações. Tenho a saborosa impressão de estar com um pedaço dele em minhas mãos.

                   Nem todas essas minhas recordações e o grande avanço tecnológico, como as máquinas fotográficas e as potentes filmadoras, serão capazes de trazer meu velho e longíquo passado e mostrar-me como eu verdadeiramente era.

                     Hoje sou uma mulher cheia de vida e alegre, ao contrário da jovem de ontem, linda e com um sorriso no rosto, e que por dentro era triste. Porém, compare uma foto do meu rosto amarrotado, com uma foto do meu rosto sorridente de princesa, pensará o quanto eu era alegre e se enganará pela imagem.  Muitas vezes, a verdade é tão subjetiva que apenas quem a viveu sabe onde encontrá-la...


 Observação: as fotografias aqui usadas são meramente ilustrativas.

terça-feira

Quando Kate e William casaram-se

Escrevi esse texto no dia do casamento real de Kate e William. O tempo passou e não postei. Mo mês de maio trabalhei demais, e mal usei a net, a não ser para questões de trabalho, ou mesmo para usar o facebook.

Kate e William casaram-se em 29/04/2011. Lembro muito bem que era uma sexta-feira. Dei aula nesse dia no horário do casamento.  Quando ia fazer a chamada, em cada uma das três turmas,  aproveitava e dava uma bisbilhotada, nem que fosse por um minuto. Saber de todos os detalhes, ocorreu somente no comecinho da noite. Os noticiários tinham blocos inteiros dedicados aos comentários sobre a realização religiosa. Aliás, sobre o "figurino" dos noivos, dos convidados e, em especial, da noiva. Todos os consultores de moda, de maquiagem, de cabelo estavam a postos e comentavam cada lance. Ninguém queria perder nada. A enxurrada de revistas que veio logo depois, nas semanas que sucederam ao enlace, também só traziam as mesmas fotos já repetidas. Estamos em junho, e hoje as revistas divulgam matérias sobre a possibilidade de Katherine ser infértil. Mas, isso já é um outro capítulo. Voltemos ao casamento. Confesso que chorei assistindo à reprise da entrada da noiva. Sou romântica inveterada. Faz parte de minha natureza. Vamos lá, foi assim que o descrevi:

Um casamento ou um conto de fadas?
Que mulher não sonha/sonhou com um lindo casamento? O de Kate e William foi um conto de fadas reinventado. Sofisticação, classe, bom gosto, estilo, tradição, modernidade. Foi tudo tão lindo que passaria dias assistindo (não acredito que pensei isso) o tão esperado, celebrado casamento do século XXI.

Vários fatos merecem menção na ordem que se sucederam:

- a elegância discreta da belíssima mãe da noiva. Reza a lenda que tal mãe, tal filha. Então, William, fique despreocupado: pelos genes é certo que sua Katherine continue linda, mesmo com o passar dos anos;



- a entrada do Príncipe Charles e sua Camille. Nada estranho, tudo de se esperar: ele sem graça, ela mais ainda. Desajeitada, nada lhe cai bem. Os cabelos de uma tonalidade horrível, bem que mereciam um capítulo à parte. Deixemos para lá.


- As primas do noivo. Nossa! Um espetáculo (de mau gosto). O que foi aquilo? Beatrice  e Eugene, filhas do príncipe Andrew, exageraram e ficaram conhecidas como as mais mal vestidas da cerimônia. Nem mesmo Valetino ou Viviene Westwood deram jeito. A colorida parecia um abajur.


- Passemos à irmã da noiva: linda? Não. Muito mais que linda. Graciosa, discreta, romântica. Refletia a alegria de uma irmã-amiga, feliz com o casamento daquela que um dia brincou com as mesmas bonecas, que correu pelos mesmos jardins, que sonhou com um príncipe encantado. Confidente, conselheira, Phillipa, mais que uma irmã, uma amiga, viu o sonho virá realidade, e ficou feliz, muito feliz. As crianças que a acompanhavam pareciam anjos.

Fiquei pensando: por que Phillipa não casa com Harry?


- a Rainha mãe vestiu um tailleur amarelo alegre. Esbanjava felicidade, era clara, claríssima, dourada, a aprovação, naquela manhã de abril, pela escolhida do herdeiro do trono inglês.


- Kate. A graciosa Kate. A majestosa Kate. Passou acenando aos seus súditos, que já eram milhões em todo o planeta. Todos já estavam a seus pés, linda Katharine Elizabeth. Seu porte de princesa, seu carisma requintado, sua silhueta de modelo, sua beleza discreta ficaram mais que evidentes em sua escolha por um vestido tão lindo. Rendas, cauda de 02 metros, tiara cartier da década de 30, emprestada pela rainha (reza a tradição que a noiva casa com algo emprestado, uma fita azul costurada em lugar escondido, e um presente da família - os brincos, presentes de seus pais), cintura marcada, busto evidenciado, braços cobertos, véu curto, uma aparição de uma imaculada noiva. Nossa curiosidade foi, enfim, satisfeita. O mundo todo ficou satisfeitíssimo. Acertou em cheio. Linda de noiva, lindo vestido de noiva.



Como num lindo conto de fadas, que sejam felizes para sempre. Fim.

Lois Lane

Meu filho é fã de Super Man. O primeiro desenho animado que ele assistiu com entusiasmo foi os Backyardigans e, naquela fase do primeiro aninho, Pablo foi seu personagem favorito . Depois, com um pouco mais de 2 anos, ficou louco pelo Mickey e desejou ganhar de Natal um "Mickey grandão e forte". Logo depois, passou a gostar do He-Man, graças a um dvd que comprei para relembrar desenhos de minha infância.
E agora, a única coisa que assistimos em casa, é o Super Man, primeira versão. A trilha sonora  perfeita, frases como "isso é um trabalho para o Super Man", e o Clark Kent fazem sucesso com meu filho. Mas, meus olhos ficam vidrados nos figurinos da Lois Lane. Que classe, que elegância. O corte do cabelo também é estilosíssimo, diria até, que não sai de moda. Consegui algumas imagens da série de 1940. A mocinha já suspirava pelo heroi e era indiferente a Clark.


Olha que fofa nessas duas versões: na primeira, usando terno azul  escuro e gravata vermelha. Ousadia. Na segunda, um lindo tailluer na altura do joelho, cintura marcada, luvas, sapato impecável, e uso de casquete no cabelo (em outros episódios, ela usa diferentes e lindos chapéus). Delicadeza nos detalhes.
Pois bem, é por esses e outros motivos que o passado está novinho em folha. Queria essa roupa para usar amanhã. Sem as luvas, claro. Mesmo na estação inverno, esses acessórios se fazem dispensáveis em Salvador. E seria, no mínimo, cômico ver alguém usando luvas por aqui.

Um vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=VnIO257ha04&feature=related

sábado

Sobre revistas femininas e perfume

Amar a nossa vida, individualmente falando, tem a ver com atitude: de mudar, de aceitar, de entender, de valorizar, de fazer acontecer. As histórias das revistas que seleciono neste momento para ler,  são de pessoas assim e nos inspiram a nos amar e a amar o que temos e o que conquistamos. E nos dão força de correr atrás do que amamos.
Estou numa fase de mudanças. Sei que mudar é preciso. Sei que mudar será bom. 
Pensei em reler o Perfume, ou mesmo, rever o filme homônimo. 
Um perfume inebria, caracteriza, marca, alimenta sonhos, individualiza a essência de cada um. Um perfume em cada corpo faz uma composição nova. É assim que me sinto em relação aos cheiros produzidos industrialmente. Mas, não há nada melhor que um cheirinho de bebê. E melhor se estiver com a cabeça cheinha de xampu.

Moral da história: revistas, livros, filmes, mudanças, perfumes, cheirinhos de bebês.
Maluca!